Mulheres lutam para poder dirigir carros na Arábia Saudita

Enquanto as Ovelhinhas do Senhor estão mais preocupadas com o fiofó alheio, brigando com a lei que proíbe discriminações a homossexuais, os Camelinhos de Alá sempre nos presenteiam com mais uma pérola vinda de um país, cujos legisladores são porcos (sim, foi pra ofender mesmo).

Na terra dos misóginos de turbante, mulheres não podem dirigir. Eu sei que alguns marmanjos idiotas acham isso o máximo, dado o folclore que mulheres fazem barberagem no trânsito, enquanto que estatísticas mostram que não é bem esse o caso. Só que o bicho vai pegar agora. Uma escritora e ativista da Arábia Saudita iniciou uma campanha para que as mulheres do país consigam permissão para dirigir.

A tosca Arábia Saudita – que apesar da grana toda que ganhou com o petróleo (recurso não-renovável) não se desenvolveu muito em termos sociais, mostrando que se tornou um grande mundo tribal no século XXI. Lá é o único país do mundo onde as mulheres são proibidas de dirigir. A escritora Wajeha Al-Huwaider causou polêmica na imprensa do país no início do ano ao colocar no site de vídeos YouTube um filme que mostrava ela dirigindo pelas ruas do país. Abaixo, vocês podem ver a reportagem que a CNN fez com Wajeha.

Como toda classe extremamente corporativista, outras ativistas também estão usando a internet para tentar forçar a mudança da lei. O filme de Al-Huwaider no YouTube faz parte de uma campanha iniciada há um ano. Até o momento a ativista não obteve uma resposta formal do governo saudita. A coisa promete ficar quente…

“(A proibição) não tem nada a ver com religião. Então não sabemos a razão deles não suspenderem a proibição”, disse Huwaider. “Ainda esperamos que vá acontecer. Tenho certeza de que vai acontecer durante o reinado de Abdullah.”

“Eles eram contra a educação para mulheres na década de 60, mas o governo agiu e uma lei foi promulgada. Agora queremos o mesmo. Precisamos de decisões corajosas e rápidas.”

Apesar de não ter reagido ao vídeo, o governo saudita parece estar mais aberto do que no passado, pois nenhuma das ativistas foi presa. Mesmo porque, depois que caiu na grande rede, os misóginos de turbante não irão querer passar uma imagem de retrógrados, dementes, bárbaros e incultos. Faz mal aos negócios internacionais. Você gostaria de ver sua imagem associada a este tipo de gente? Pois, é.

O mais engraçado nesta trabuzana toda é que, apesar de não poderem dirigir, as mulheres sauditas podem comprar carros. “Olhe estes carros, incrível”, disse Wajeha Al-Huwaider entrando em um jipe dentro de uma concessionária em Jidda. “É ótimo e triste ao mesmo tempo, pois sei que não posso dirigir.”

Ou seja, comprar sim! Faz bem aos negócios e ao bolso. Dirigir? Que isso? Tá louca? Maomé não gosta!

Enquanto os preços do petróleo aumentam, a riqueza saudita também. E, com isso, também aumentam as reivindicações por reformas sociais no reino. Esta onda liberal está sendo liderada por mulheres e homens da elite urbana ocidentalizada. Até a moda de carros customizados chegou ao país. Um grupo de jovens na casa dos 20 anos, os chamados Jidda Boyz, gasta milhares de dólares transformando carros comuns no sonho de qualquer aficionado.

Nas ruas de Jidda é até possível ver um Hummer rosa, incrustado com diamantes falsos, pertencente a uma mulher – que não pode dirigir o Hummer. E eu que pensei que rezar para um cara pregado num pedaço de pau era maluquice. Eu não canso de me surpreender com o mundo!

Se os boatos que correm na Arábia Saudita atualmente forem verdadeiros, as mudanças estão próximas. Integrantes da liderança do governo e clérigos já afirmaram que não há nada no Corão que proíba mulheres na direção. Na verdade, muito pouca coisa que os estúpidos fazem lá está no Alcorão. Só a parte de matar infiéis está. Mas, meus comentários a respeito ficam para uma outra ocasião.

O desafio é fazer com que a sociedade saudita aceite a mudança. Mesmo assim, alguns empresários afirmam que uma campanha concentrada na suspensão da proibição de mulheres dirigindo está desviando a atenção de desafios maiores para mulheres do reino.

Para Saleh al Turki, presidente da Câmara de Comércio Saudita, antes da suspensão da proibição, mais mulheres devem entrar no mercado de trabalho. Atualmente apenas uma em cada 20 está empregada. “Uma vez que o resto da sociedade perceba que permitir o trabalho às mulheres não é um desafio a ninguém, é para o benefício da sociedade, dirigir não será um problema”, afirmou.

Como fã das mulheres, acho uma sem-vergonhice proibi-las de qualquer coisa. Como não tenho os pitis de Saulo de Tarso contra casamento e união entre pessoas, e nem pedófilo que nem Maomé, isso me dá nojo. E se a Wajeha quiser vir aqui pra me levar pra passear de carro, que se sinta convidada a tal. ;-)

Escuta, ó beduína

Tua lembrança emoldura-me a memória:
A tez de seda assim…
do entardecer…
Cenário silencioso de uma história

De um tempo feliz…
de bem-querer!
Teus olhos – misteriosos vaga-lumes

Em rondas de Amorosa Solidão…
Ah, o aroma oriental de teus perfumes
A inebriar-me a Lira de Paixão!

E a Lua – quando a noite se fazia
Teu peito te tatuava de Poesia
Na suave fluorescência de um clarão…

Beduína dos desertos me sorrias…
E hoje de nós dois só as fantasias
No cofre as guardo, sim – do coração

Fim do momento ternurinha, continuemos a meter a porrada nos idiotas.


Sobre notícia veiculada na BBC Brasil

6 comentários em “Mulheres lutam para poder dirigir carros na Arábia Saudita

  1. Noticia encontrada em: http://yementimes.com/article.shtml?i=1146&p=front&a=1

    Uma decisão do tribunal do Iêmen causou grande polêmica. Uma menina de 8 anos conseguiu o divórcio do marido, de 30 anos.

    Casamentos de crianças são comuns no Iêmen e infelizmente não existe nenhuma legislação vigente que proíba esta prática. Segundo dados de uma universidade do país, esse tipo de casamento é motivado pela miséria e pobreza que a maioria das família das áreas rurais passam. Conceber o casamento a uma filha menor de idade pode render algum dinheiro.

    Nayud Mohamad Naser afirma que abandonou a casa do marido há aproximadamente uma semana em função dos maus-tratos a que era submetida. Segundo seu relato, assim que conseguiu fugir, ela procurou ajuda no tribunal. Nayud contou ao juiz que sofria muito. Era constantemente agredida, maltratada, e obrigada a manter relações com o marido.

    “Sempre tentava fugir, mas ele me perseguia, me pegava e fazia comigo o que desejava sem que eu entendesse ao certo o que estava acontecendo”. Nayud afirmou também que mesmo quando estava brincando, o marido a agredia e a trancava no quarto.

    No veredito, o juiz não só autorizou o divórcio, mas também decretou a prisão do pai da garota e do marido.

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