Aerografite: o mais leve e resistente material do mundo (até agora)

Pense em todos os materiais que temos atualmente. Parece que chegamos ao máximo da otimização. 100 anos atrás e não teríamos a miríade de fibras, polímeros e ligas que temos hoje. Isso, claro, não é empecilho para se procurar por novos, e melhores, materiais, que sejam mais leves, resistentes, flexíveis e tenazes.

Cientistas alemães desenvolveram um novo tipo de material, baseado numa rede de tubos de carbono poroso, com uma massa específica de 0,2 mg/cm³, isto é, 75 vezes mais leve que o isopor, mas com muito maior resistência.

Matthias Mecklenburg é doutorando na Universidade de Tecnologia de Hamburgo. Ele é um dos pesquisadores que estudam o aerografite, uma rede de microfibras de carbono tridimensionalmente entrelaçadas ao nível nano e micro. O aerografite é condutor de eletricidade, feio, pretão, mas possui alta ductilidade, isto é, é capaz de aguentar fortes tensões antes de romper-se. Ele é considerado, pelo menos até agora, o material mais leve já produzido. A pesquisa foi publicada no periódico Advanced Materials.

Um dos segredos de sua estrutura é a forma de nanotubos com paredes porosas e como esses tubos se entrelaçam. Isso confere a leveza e resistência ao material, o qual poderá ser empregado em uma vasta gama de materiais em que se precise de um material resistente mas que possuam boa condutividade elétrica. As aplicações propostas pelos pesquisadores variam desde o uso em pilhas Li-íon, de forma a alimentarem os chamados "veículos verdes", bem como o uso em satélites e eletrônica de aviação.

Outras propriedades do aerografite são a excelente compressão e de tração, podendo ser capaz de ser comprimido até 95% e ser puxado de volta para sua forma original, sem qualquer dano em sua estrutura. Quanto mais comprimido, mais resistente fica, e mesmo que seja esticado de volta, ele não sofre danos internos.

Para se obter a forma emaranhada, os pesquisadores usaram óxido de zinco em pó aquecido até 900 ºC, obtendo-se uma forma cristalina. A partir deste material, os cientistas fizeram uma espécie de pílula, obtendo nanoestruturas que se entrelaçaram e construíram uma entidade estável de partículas porosas, que se tornaram a base da formação da estrutura do aerografite.

Os estudos ainda prosseguem e é quase certo que outras utilizações sejam atribuídas a ele, mediante suas características físicas e químicas. Quando efetivamente chegará ao mercado é que não se sabe ainda.

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