Eu pensei com meus botões: “Sol brilhando, ainda que uma frente fria está chegando, mudando o tempo. Logo, nada de muito maluco vai acontecer nesse iniciozinho de semana. Certo?”

Errado! Ainda mais com Japão a todo vapor, tentando provar para o mundo que eles são um povo pra lá de esquisito, mesmo competindo de pau-a-pau (calma, Sabino, calma) com a Itália e a Espanha. Depois que eu li o que uma empresa de trens adotou em nome do “melhor atendimento aos clientes”, eu fico muito temeroso que os empresários brasileiros resolvam imitá-los (eles adoram imitar sandices).

O problema? Nenhum! Simplesmente, eles resolveram que os funcionários devem sorrir o tempo todo; então, criaram um sistema que monitora o tempo todo o rosto dos funcionários, calculando a curvatura do sorriso e analisando o quanto o funcionário está “contente”. Nem mesmo no Brasil os empresários teriam esta idéia para lá de absurda.

Segundo o Arauto Britânico da Insanidade (BBC), a referida empresa ferroviária contratou a empresa Omron para instalar máquinas especiais em 15 estações de Tóquio que medem a curvatura do sorriso, e ai do funcionário que estiver triste, aborrecido ou tenha arrancado alguns dentes.

Os trabalhadores que não tiverem um sorriso adequado serão advertidos que devem ser menos sérios e mais simpáticos e, como podem imaginar, reincidência refletirá num membro inferior sendo deslocado à região glútea do ilustre funcionário, conduzindo-o ao colírio rodoviário. Em modo leigo: “tomarão um pé na bunda e serão mandados pro olho da rua”.

Como tudo que é louco no sistema empresarial, outros idiotas descerebrados empresários decidiram que isso era o máximo! Assim, contrataram a mesma empresa para instalar a maquineta em um hospital de Osaka, para checar o atendimento dos funcionários, e em uma parada de caminhões, para verificar o quão cansados estão os motoristas. Os fabricantes sugerem ainda que, futuramente, o software também pode ser usado por lojas para verificar a reação dos consumidores aos produtos expostos nas vitrines.

Ocidentais podem achar muito normal, dado que é um país exótico – pra mim, o termo “exótico” significa “algo absurdamente esquisito” – mas, isso beira as raias do absurdo, onde a sociedade de lá não acha nada demais bolinar tudo que é mulher em vagões de trem (isso o sistema não detecta), já que mulheres são tratadas ainda como se estivessem nos tempos do Japão Feudal. É um absurdo que tratem funcionários assim, embora seja “normal” lá exigir que executivos trabalhem 14 horas por dia, em média, para mostrar que elçes “vestem a camisa da empresa”. No meu linguajar, isso é escravidão mesmo! Algo implantado durante séculos de regime feudal e imperialista. Se vocês puderem me apontar uma CEO do sexo feminino de uma empresa NO Japão (e não numa filial ou subsidiária em outro pais), eu agradeço. Não conheço nenhuma.

Podem alegar que é uma prática comum no país que condutores de trem bem vestidos façam uma reverência enquanto os passageiros entram e saem dos vagões. Reverência é até, de certa forma, aceitável, posto que é um tradicional cumprimento respeitoso. A polícia usar luvas brancas e com roupinhas imaculadamente vincadas também. Mas monitorar o rosto do funcionário, pro caso dele mostrar alguma “insatisfação” é algo pra lá de estúpido.

Tão estúpido que não sei como ainda não foi implantado aqui…