Os mistérios da divisão celular acelerada e produção de anticorpos

Um dos problemas da Seleção Natural é que ela não existe. Se existisse, não teríamos como ter seres vivos estáticos. O problema é que ninguém avisou a esses seres vivos, porque eles insistem em continuar se reproduzindo, sofrendo mutações e sendo selecionados pelo ambiente. São seres vivos ateístas, que parecem não ter fé em Nosso Senhor.

Aí acontece que quando um desses desgracentos microorganismos invadem um corpo qualquer, eles começam a selecionar as melhores células que garantirá a sua perpetuação. Nisso, o corpo produz pequenos exércitos de anticorpos para "anticorpar" os lazarentos. O MST microbiológico é selecionado e os que tiverem melhores condições de sobreviver… bem, sobrevivem. Aí os anticorpos não têm como anticorpar os malucos do pedaço, e tratam de ajustar suas proteínas para que deem cabo. A questão principal nesse processo é: Como eles fazem isso?

O dr. Michel Nussenzweig é pesquisador do INstituto Médico Howard Hughes e chefe do Laboratório de Imunologia Molecular Zanvil A. Cohn & Ralph M. Steinman. Ele estuda como o sistema imunológico refina os seus, os meus, os nossos anticorpos. Ele descobriu um novo mecanismo pelo qual as células B que produzem os anticorpos mais afinados e dominam todo o ambiente que está então contaminado.

Tudo começa com um processo chamado "maturação de afinidade" que ocorre em linfócitos B. Linfócito B, ou célula B, é um tipo de linfócito que constitui o sistema imunológico.

Thanks mr. Data!

Os linfócitos estão dentro dos leucócitos, os famosos "glóbulos brancos", que você aprendeu no colégio entre uma bronca e outra do professor, porque seus colegas estavam de risinho pois viram foto retardada no whatsapp. Os linfócitos são as células que produzem os anticorpos, que não são corpos propriamente ditos, mas proteínas. Elas identificam corpos estranhos, invasores e aquele seu cunhado sanguessuga.

Cada anticorpo é específico para um determinado agente infeccioso. Por isso, é dito que se você não teve nenhuma doença, você não tem os anticorpos, e é assim que s vacinas funcionam. Usando microorganismos mortos ou atenuados, o nosso sistema imunológico não consegue diferenciá-lo de um patógeno plenamente atuante e corre para desenvolver os anticorpos necessários. em vias de doença normal, isso nem sempre vem a tempo. Para a vacina, sim, porque os agentes ali não vão lhe dar a doença, no máximo, segundo alguns idiotas, vai lhe dar autismo.

Os anticorpos agem aderindo à superfície do corpo estranho, e isto impede a multiplicação dos agentes patogênicos, inibindo a ação das toxinas. Então, ocorre a fagocitose, em que o macrófago absorve o microorganismo sacana e o digere. Yippee ki-yay, motherfucker! Após este procedimento, o macrófago se autodestrói, num processo chamado "autólise". Sentiremos a sua falta. :’-(

Como dito, cada anticorpo ajuda a mandar pra vala um agente infeccioso específico. Se o agente muda, o referido anticorpo não serve de nada e aí começa a correria para selecionar a proteína badass que vai dar conta do lazarento. É nisso que se baseia a pesquisa do dr. Nussenzweig.

Os linfócitos B têm genes que codificam anticorpos que caem dentro de proteínas estranhas, os antígenos. É a resposta imune. Essas células B e outras células do sistema imunológico formam pequenas estruturas chamadas centros germinativos no baço e linfonodos. Nesses centros germinativos, Darwin impera e as células melhores adaptadas a enfrentar as inimigas acabam em maior quantidade, selecionando naturalmente qualquer vagaba que não estiver disposta a cooperar.

O gene responsável pela produção dos anticorpos sofre mutações muito, mas muito rapidamente. Cerca de um milhão de vezes mais rápido do que a taxa normal de mutação no organismo humano. Como se multiplicam muito rápido, mais rapidamente serão selecionadas, de forma a ter genes que irão codificar a proteína certa para o antígeno exato.

O antígeno é selecionado e a larga maioria vai pra vala evolutiva. O restante é forte, e atacará as células, que gritarão "Ajude-nos, Obi-Linfonodos. Vocês são a nossa única esperança". Com a alta taxa de seleção, mais anticorpos serão produzidos, e a Rainha Vermelha apoia o queixo sobre as mãos e diz "hehehehehe".

O dr. Michel (estou sem saco de escrever aquela sopa de letrinhas) e sua equipe pesquisa sobre a dinâmica no interior do centro germinativo. Dentro dessa área, as células B viajam entre duas regiões, conhecidas como a Zona Escura e a Zona de Luz. Na Zona Escura, as células B X-Men proliferaram antes de viajar para a Zona de Luz, onde capturam pedaços do antígeno. Quanto maior a afinidade de seus anticorpos, mais antígenos irão ser caçados.

Durante a pesquisa, foi identificado outra razão pela qual as células de alta afinidade acabam deixando tudo dominado: divisões celulares mais rápidas, localizando o sinal químico que as células T que solicita a ação das células B.

As células T, também chamadas de "linfócitos T" provém de células hematopoiéticas pluripotentes na medula óssea (assim como os demais leucócitos) e sofrem posterior maturação no timo. Eles são separados em linfócito T-helper, linfócito T-citotóxico, linfócito T-supressor e linfócito T de memória. Cada um deles possui receptores característicos. Os linfócitos T-helper estimulam o crescimento e proliferação de linfócito T-citotóxicos e supressoras contra o antígeno, estimulam o crescimento e diferenciação dos Linfócitos B em plasmócitos para produzir anticorpos contra o antígeno, ativam a ação dos macrófagos e estimulam o crescimento da população de outros linfócitos T- helpers.

Os sinais dos linfócitos T são importantíssimos para que os "B" consigam assumir a resposta imune durante a maturação de afinidade, até o momento em que o ser invasor precisa ser enviado de mala e cuia para a Terra dos `Flagelos Juntos.

A pesquisa foi publicada no periódico Science.

A dinâmica dos centros germinativos é crucial para este processo imunológico. Sem as células T, a velocidade de replicação das células B não seria o que são. Saber como esse mecanismo funciona é desvendar mais segredos de nosso sistema imunológico, aquele alegado ser prova incontestável de um projeto inteligente, que usa para isso o mecanismo de evolução por seleção natural. Entender tudo isso nos dará novas vacinas, novos medicamentos e uma melhor qualidade de vida.

Pena que nada disso é verdade, e estaremos para sempre condenados a uma expectativa de vida de 30 anos, como nós temos hoje…

Ou será que não?

Um comentário em “Os mistérios da divisão celular acelerada e produção de anticorpos

  1. Não seria a região Fab da Ig que possui o sitio de ligação para o epitopo? O vídeo mostra a ligação com a região Fc ‘-‘

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