
E agora teremos o novo spin-off de Missão Impossível: Versão Pantanal. Um jacaré (eu sempre penso como seria o certo de aligátor, mas que se dane. Vai jacaré mesmo. Você não é nenhum entomologista, barista ou reptilista) de 1,80m, que supostamente estava a caminho de um zoológico respeitável, decidiu que precisava dar uma esticada nas pernas e foi visto passeando casualmente pelo estacionamento de um motel em Fairfax, Virgínia, como se fosse só mais um turista perdido tentando encontrar gelo e Wi-Fi.
Segundo as otoridades, o Zé Jacaré teria escapado do carro de seu dono durante uma parada em um posto. E assim, com a confiança de quem já não deve mais nada à cadeia alimentar, o reptiliano seguiu seu rumo, sozinho, de madrugada, ao som da trilha sonora do término do episódio do Hulk, e com direção clara: o motel. Que, sejamos sinceros, é onde metade dos grandes erros da humanidade começa ou termina. Às vezes ambos.
Os meganhas virgens (daria um nome para uma banda de fundo de porão) foram chamados por hóspedes desesperados, que acordaram com a cena típica de pesadelo americano: um jacaré de tamanho industrial batendo ponto na porta do quarto.
A câmera corporal de um dos oficiais registrou o glorioso momento em que o cérebro humano entra em pane diante da estupidez do universo:
What’s poppin’? A gator at your motel door, apparently. 🐊 pic.twitter.com/JJ1I8DFOSh
— Fairfax County Police (@FairfaxCountyPD) June 16, 2025
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“CARAIO! UM JACARÉ!” (tradução mais livre do que o jacaré passeando)
O meganha, claramente entre o pânico e a tentativa de medir o bicho com a própria imaginação (“se eu deitar do lado dele… deve ter uns 6 pés”, e eu fico pensando em ele dando passinhos do lado do bicho), manteve distância segura enquanto turistas entusiasmados insistiam em se aproximar. Afinal, o apocalipse só é apocalipse se tiver foto no Instagram.
Detalhe importante: o Zé Jacaré colaborou, o que é mais do que podemos dizer de muitos cidadãos com CPF e carteira de motorista. Foi escoltado com dignidade para longe do motel, porque em Fairfax, até os jacarés têm mais compostura do que certos hóspedes humanos.
E, como cereja no sundae de insanidade, mesmo após o bicho ser devolvido ao dono (que estava levando Zézinho de Nova York até um zoológico na Carolina do Norte, o que já é outro episódio à parte), as leis locais determinaram que ambos precisavam ser expulsos do condado.
Sim, você leu certo. A lei da Virgínia basicamente diz:
“Se você for burro o suficiente pra deixar escapar um réptil exótico e ele for parar num motel… parabéns, agora vocês dois têm que ir embora.”
A alcunha Lar dos Bravos, Terra dos Livres, só é válido se você não for um réptil ou ser dono de um réptil. Muricans não podem perder seu pet jacaré por aí; causar uma comoção num motel, traumatizar meia dúzia de turistas e movimentar os canela preta, beleza, faz parte, mas será convidado educadamente a se retirar. Porque o problema, veja bem, não foi levar um jacaré num carro de passeio.
Foi só deixá-lo dar um rolê.

Um comentário em “Fuga na madrugada: jacaré dá perdido no dono e se manda pro motel”