A Pirâmide Rodoviária de Pachuca-Huejutla

Todo mundo pensa que arqueólogo é que nem Indiana Jones, rodando o mundo inteiro com um mapa na mão e uma ideia na cabeça. Que eu saiba, só Heinrich Schliemann, descobridor de Troia, fez isso e conseguiu êxito. A maioria das descobertas arqueológicas são por acaso, como aconteceu numa estrada Pachuca-Huejutla, no México, quando trabalhadores descobriram uma pirâmide pré-hispânica enterrada.

A descoberta aconteceu durante as obras de ampliação da estrada federal 105, que conecta Pachuca a Huejutla, os trabalhadores se depararam com uma estrutura piramidal para lá de esquisita. No México, descobertas assim têm ordens para parar tudo até que seja investigado. Então, rapidamente acionaram o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) para investigar o local. A pirâmide, parte do assentamento pré-hispânico San Miguel, data de períodos entre o Epiclássico (650-950 E.C.) e o Pós-clássico Tardio (1350-1519 E.C.).

A região onde a pirâmide foi encontrada, conhecida como Barranca de Metztitlán, é rica em História. Os primeiros assentamentos humanos na área datam de pelo menos 14 mil anos. A pirâmide descoberta é parte de um complexo maior, com cinco setores e pelo menos dez montículos arqueológicos. Este local foi um centro cerimonial e político, com vestígios de várias culturas, incluindo Toltecas, Chichimecas, Purépechas e Otomíes. Os Toltecas, conhecidos por sua arquitetura monumental e influência cultural, os Chichimecas, guerreiros nômades do norte, os Purépechas, famosos por sua resistência aos astecas, e os Otomíes, uma das culturas mais antigas do México, todos deixaram sua marca na região.

A Barranca de Metztitlán é uma reserva da biosfera reconhecida pela UNESCO, famosa por suas paisagens dramáticas de penhascos íngremes e cânions profundos. A área é habitada por uma rica biodiversidade e possui uma longa história de ocupação humana, com influências culturais de várias civilizações mesoamericanas.

Como o México não é o Brasil, eles respeitam muito a sua cultura ancestral, e fazem de tudo para preservá-la. Assim, para proteger a pirâmide dos elementos, o INAH decidiu enterrá-la novamente, cobrindo-a com geotêxtil e construindo um muro de rochas ao redor. Esta medida visa preservar o perfil arqueológico exposto enquanto se continua a estudar o local. Especialistas utilizaram drones para criar modelos fotogramétricos e coletaram 155 amostras para estudos arqueométricos.

A descoberta da pirâmide trouxe à tona o dilema entre desenvolvimento e preservação. A ampliação da estrada foi temporariamente interrompida, destacando a necessidade de equilibrar progresso e conservação do patrimônio. Este caso exemplifica como obras de infraestrutura podem revelar tesouros escondidos e a importância de procedimentos arqueológicos em projetos de construção. Mas, mais do que isso, o México deveria gravar todos os procedimentos em cacos de telha e esfregar na cara do Brasil dizendo “vê se aprendem, seus merdas”.


Fonte: Ligeirinho Arqueólogo

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