
O mundo foi forjado por químicos (com eles a oração e a paz). Tudo é Química e apenas nós, químicos, temos o PODER de controlar tudo. Físicos são ótimos para fazer continha (“não é bem assim” – Matemáticos), mas só químicos são… bem, químicos, e isso é bastante a ser dito. Somos capazes de muitas proezas, até mesmo de fazer o menor macarrão do mundo!
Nanofibras feitas de amido são produzidas pela maioria das plantas verdes para armazenar o excesso de glicose. Estas estruturas são promissoras e podem ser usadas em bandagens para auxiliar na cicatrização de feridas, podem ser usadas como “andaimes” para regeneração óssea e para administração de medicamentos. No entanto, elas dependem do amido sendo extraído de células vegetais e purificado, um processo que requer muita energia e água. Quem se não químicos poderiam fazer tal maravilha?
Beatrice Britton é mestra, e em Química, e ser mestre é muito melhor que ser doutor. Se doutor fosse melhor que mestre, Jedis teriam doutores. No caso de Beatrice, ela propôs a produção de um… “espaguete” com apenas 372 nanômetros (1nm = 10–9 m) de diâmetro usando uma técnica chamada eletrofiação, na qual fios de farinha comum e água são puxados pela ponta de uma agulha por uma carga elétrica. O método é mais ecológico, pois, parte diretamente de um ingrediente rico em amido.
Não, ela não estava fazendo macarrão para comer. Todo mundo noticiou assim e eu coloquei também.
Bia (não a Kunze) e seu pessoal descreveram o processo de eletrofiação, em que uma agulha na qual a mistura está contida e a placa de metal sobre a qual a mistura é depositada formam duas extremidades de uma bateria. Aplicar uma carga elétrica faz com que a mistura complete o circuito fluindo da agulha para a placa de metal. O problema é que impurezas, como proteínas e a celulose, tornam a mistura mais viscosa e incapaz de formar fibras.
Os pesquisadores usaram farinha e ácido fórmico em vez de água, pois o ácido fórmico quebra as pilhas gigantes de espirais (ou hélices) que compõem o amido. Isso ocorre porque as camadas de hélices grudadas são grandes demais para serem os blocos de construção das nanofibras. (Cozinhar tem o mesmo efeito no amido que o ácido fórmico: ele quebra as camadas de hélices, tornando a massa digerível). Ao final do processo, o ácido fórmico evapora, restando apenas o amido, que é carboidrato para se guardar.
As potencialidades são inúmeras. Qualquer um poderia saber disso, qualquer um poderia produzir isso. Somente nós, químicos, conseguimos PENSAR nisso.
Humildemente, eu e meus colegas de profissão agradecemos todos os elogios que vocês farão mediante a nossa grandiosidade. Enquanto isso, você pode ler o artigo da Bia publicado na Nanoscale Advances.

quanto umile 🤌
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