Eu me lembro de ter chegado no trabalho uma vez e a mulherada comentando animada sobre algo incrível que ajudava no controle de peso blábláblá… vocês sabem. Eu perguntei o que era, e me responderam que eram incríveis pílulas de gelatina. Não eram lá baratas (cerca de 30 reais), mas eram eficientes, pois as proteínas contidas nas pílulas saciavam a vontade de comer (o que é verdade, proteínas fazem isso). Eu perguntei por que compravam algo custando 30 reais quando uma caixa de gelatina custava um real e fazia o mesmo efeito, tendo até sabor, e quem não quisesse, tinha gelatina sem sabor.
Me xingaram, óbvio.
Uma pesquisa descobriu coisa semelhante: ao invés de vagabundo se encher com esses “géis (plural de gel, antes que perguntem) de carboidrato”, deveria comer uma colher de purê de batatas (não no cachorro quente, pois isso é coisa de paulistenses, que confundem biscoito com tapa na cara), que faz o mesmo efeito em manter os níveis de glicose e melhora o desempenho em atletas profissionais.
O dr. Nicholas Burd é professor de Cinesiologia do Departamento de Cinesiologia e Saúde Comunitária da Universidade de Illinois. Cinesiologia estuda os movimentos do corpo humano, de forma a compreender a ação conjunta de ossos, músculos e ligamentos, de forma a proporcionar os movimentos do corpo, bem como as forças que atuam sobre um objeto ou sobre o corpo humano e manipular estas forças em procedimentos para melhorar o desempenho atlético ou simplesmente melhorar a mobilidade de pessoas com problemas de saúde e/ou deficiência congênita.
A pesquisa do dr. Burd se baseia especificamente em expandir e diversificar as opções de corrida para atletas e minimizar a fadiga. Carteiros mexicanos aprovaram esta iniciativa, enquanto estão sentados num restaurante.
Burd e seu pessoal recrutaram 12 participantes saudáveis ??e dedicados ao esporte, que andam, média, 267 quilômetros por semana em suas bicicletas (pessoal com muito tempo livre). Para se qualificar para os testes, os ciclistas tiveram que atingir um limite específico de condicionamento aeróbico e completar um desafio de ciclismo de 120 minutos e contra o relógio. As cobaias foram aleatoriamente designados para uma das três condições durante os experimentos: consumiriam água apenas, um gel de carboidrato comercialmente disponível ou uma quantidade equivalente de carboidratos obtidos de batatas.
Os pesquisadores padronizaram o que os 12 ciclistas comeram por 24 horas antes de repetir o desafio de ciclismo de 120 minutos e o contra-relógio, projetado para refletir as condições típicas da corrida. Durante o exercício, a equipe mediu a glicemia, a temperatura corporal, a intensidade do exercício, o esvaziamento gástrico e os sintomas gastrointestinais dos participantes. Os pesquisadores também mediram as concentrações de lactato, cuja oxidação a ácido lático é a responsável pela fadiga muscular, quando você começa a sentir câimbras.
Vamos antecipar o final. Comer batatas lhe dá melhores níveis de carboidrato que estes géis toscos que só servem mesmo para tirar o seu dinheiro, resultando na máxima que nada substitui alimentação que preste.
A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Applied Physiology e a conclusão é “coma direito, seu imbecil!”, embora que eu ache que não precisa de uma publicação para isso, mas pelo menos reforça.
COMA DIREITO, SEU IMBECIL!