Pesquisadores revivem um cérebro de porco sem reviver o cérebro de porco. Quero meu zumbi bacon!

Imagine que seu parente muito o do ricaço estivesse para morrer. No seu suspiro final, ele ergue a mão para você e diz “e… para você… vou dizer… onde está… meu… meu… tesouro secr….” +_+. Como num filme de comédia de humor negro, você iria querer um jeito de reavivar o defunto para que ele lhe desse a localização de sua maior fortuna. Bem, isso ainda não é possível e daria em muita coisa péssima: zumbis e um filme ruim. Mas uma pesquisa estuda como restaurar a atividade biológica de células de um cérebro. Infelizmente (ou felizmente), não de cérebros humanos, mas de porcos.

O dr. Nenad Sestan, além de nome de personagem de algum livro do Isaac Asimov, é professor de Neurociência, Medicina Comparada, Genética e Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Yale, além de ser diretor do Centro de Edição de Genoma. Se você brincar com ele, ele usa seus poderes para mudar seu DNA e fazer de você algo pior do que você já é, como um comentarista de portal ou programador Java.

O dr. Sestan estuda as bases moleculares e celulares de como os neurônios adquirem identidades distintas e formam conexões sinápticas adequadas no córtex cerebral. Ou seja, ele quer saber o que você tem dentro da cabeça além de pornografia e bobagens. Sendo assim, Sestan e seu pessoal estudam os complexos processos de desenvolvimento, até chegar no que causa o autismo, pois pesquisa em neurociência tem que trazer que pesquisa autismo e alzheimer ou não ganha ponto na mídia.

Antes e continuar e você sair correno para comprar alho e crucifixos, deixe-me salientar que Nestan não reviveu o cérebro do porco. Ele fez as células exercerem funcionões biológicas. É muito diferente do órgão estar vivo e funcionando enquanto um órgão. Lembre-se: um órgão é formado por células como uma casa é feita de tijolos. Mas refazer uma parede de uma casa demolida não significa que a casa foi inteiramente reconstruída e está habitável.

O que Nestan e seu pessoal conseguiram foi pegar um cérebro de porco mortinho da silva e trataram os neurônios com substâncias. Algumas células voltaram a agir feito células, mas um cérenro é muito mais que isso e, efetivamente, nada parecido com um pensamento foi observado.

Nem mesmo todas as células passaram a exercer biológicas, fazendo daquilo um troço sem nada que funcione como um cérebro propriamente dito. No máximo, o cérebro-defunto externou a vontade de concorrer a um cargo político e tem grandes chances de ser eleito para o Congresso. Se mais algumas células entrarem em pane, aí consegue ser eleito prefeito do Rio.

Para que os neurônios funcionem como neurônios, não basta estarem vivos. É preciso haver ligação sináptica com outros neurônios, por meio de condições físico-químicas, transporte de elétrons e sinais químicos. É muito mais complexo do que se supõe, mas mesmo a parte “fácil” já dá pra ter um vislumbre que não é tão fácil fazer um troço pensar

Ah, sim, para que isso, então. Bem, é uma forma de pesquisar como acontece degeneração de neurônios e enveredar pela possibilidade de tratamentos que possam dar uma chupeta (ops) no neurônio desligado para ver se ele volta à ativa. Uma proposta de cura pro Alzheimer? Não, porque não estamos na semana disso. Talvez na semana que vem noticiem dessa forma.

A pesquisa foi publicada na Nature, e não, nada de acesso aberto. Fuck you!

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