Eu adoro certos conceitos lindos que são maravilhosos enquanto conceitos, mas isso só dura até chegarmos no quesito MUNDO REAL. Um exemplo é que o Brasil é um Estado Laico. Eu nem falo de crucifixos em tribunais, pois aquilo lá não faz a menor diferença. Se colocar uma mandala indiana, ninguém vai passar a adorar vacas. Se bem que eu adoro vacas. Sob a forma de contra-filé, no churrasco. Eu me preocupo muito mais com o protecionismo a igrejas (seja legal ou tributário) do que com a bosta de um crucifixo num tribunal. Juízes não serão mais éticos removendo a decoração.
Agora, para melhorar mais ainda o conceito de Estado Laico, um projeto de lei visa que todas as rádios públicas toquem músicas religiosas, do contrário estará violando a constituição e blábláblá.
A ideia FANTÁSTICA é do deputado federal Pastor Franklin Lima (PP-MG), o mesmo deputosco que pleiteou uma sessão solene por causa do Dia da Bíblia, além de alterar lei para que se possa isentar os eclesiásticos da prestação do serviço militar obrigatório, se cadastrar para poder acessar a Internet entre outras coisas.
O Projeto de Lei 8429/2017 obriga as rádios públicas a executarem, diariamente, música religiosas nacionais em suas programações, além de propor multas diárias para a emissora, em caso de não cumprimento, e a suspensão da concessão por até 30 dias, no caso de reincidência. Tudo porque ele acha que Regis Danese é cultura e a Aline Barros dizendo que é feliz com o Senhor dentro dela.
De minha parte, eu tenho uma seleção musical adequada para cumprir a norma do deputado:
- Requiem K626, de Mozart
- Requiem de Faurer
- Aleluia ao Messias, de Haendel.
- Jesus: Alegria dos Homens, de Johan Sebastian Bach
- Cantos Gregorianos
- Amazing Grace (Etta James, Ella Fitzgerald, Aretha Franklin ou James Brown. Não aceito menos)
- Ponto de macumba mesmo, só para deixar este pastoreco bem putinho da vida
Mas lembrem-se: vivemos num estado laico, ok?
Fonte: Diário de Pernambuco