Células-tronco é a chave da felicidade futura em termos de ciência médica. Com elas pode-se abrir margens para novas técnicas, com amplos usos. Mas a Natureza tem suas artimanhas, e ela, que de mãe não tem nada, fará de tudo para te ferrar.

Brincadeira. A Natureza está pouco se lixando para você, seu macaco pelado. O problema mesmo é que não importa a ideia que você tenha. Estará sempre sujeito às leis da Química, e aí entra ele, o maior vilão da Química, mas qual mulher de malandro, não podemos viver sem ele: o oxigênio.

O dr. Niels-Bjarne Woods é professor do Departamento de Medicina Molecular e Terapia Genética da Universidade de Lund, na Suécia. Ele estuda os efeitos do oxigênio sobre células-tronco, mas bastava só perguntar a um químico (com ele a oração e a paz). Química é o que é, e vai atacar qualquer unidade base-carbono, seja células do que for, já que a eletronegatividade continua a ser o que sempre foi.

Woods e seu pessoal identificaram que certas células, durante o desenvolvimento embrionário, também são afetadas negativamente pela ação do oxigênio e seus radicais livres, acabando com algumas funções celulares. Testes com células sanguíneas mostraram que algumas delas não executavam bem as suas funções, apesar de parecerem normais

Os pesquisadores demonstraram que a ação de deterioração das funções celulares foi bem mais pronunciado em presença de oxigênio do que amostras das mesmas células com o oxigênio em menores quantidades. Sendo assim, se você pensa que terapias de células-tronco ajudam em deter o envelhecimento, tenho más notícias para você. A ruim é que suas ruguinhas ainda estarão lá. A pior ainda é que seu corpo estará em decadência e as rugas serão os menores dos seus problemas.

Dá pra reverter isso? Bem, eu poderia citar várias promessas, mas sendo honesto, a única resposta é “ninguém sabe”. O que se sabe é a ação do oxigênio e radicais livres sobre as células, e quanto mais soubermos como são esses mecanismos, melhores tratamentos surgirão, mesmo que não seja reversão total, mas uma qualidade de vida melhor.

A pesquisa foi publicada no periódico Stem Cells