Muitas doenças que nós temos podem ser encontradas em outros animais. Claro, devido à diferença de espécies, são doenças diferentes. Apenas comentaristas do G1 têm doenças iguais às dos seres humanos. Se for no caso de agentes infecciosos, o vírus, por exemplo, que causa resfriados em humanos não tem ação em cães, gatos, peixes etc. Quando da gripe aviária, o vírus parou de infectar aves para infectar humanos, e ai que deu o problema.

No caso de doenças crônicas, algumas são bem similares, mas algumas doenças que acometem animais não-humanos não aparecem em humanos; mas nem sempre é uma regra. por exemplo, pensava-se que hipertensões pulmonares não eram capazes de acometer cães, mas pesquisadores descobriram que não é bem assim que o pulmão toca.

O dr. Kurt Williams, é professor de Patologia Respiratória na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Michigan. Favor não o confundir com o responsável pelos VFX do Incrível Hulk. Ele e seus colaboradores conduzem uma pesquisa que foi a primeira a documentar a existência de doença veno-oclusiva pulmonar (DVOP) em cães.

A DVOP é um caso raro de hipertensão pulmonar. A biópsia cirúrgica era usualmente necessária para seu diagnóstico; entretanto, sua morbidade, mortalidade e seu impacto limitado levantou a discussão sobre o diagnóstico não-invasivo. Ela é caracterizada pelo acometimento predominante do compartimento venoso do sistema vascular pulmonar.  Esta doença sem-vergonha é considerada uma das formas mais graves de hipertensão pulmonar, e você não ia querer isso para você, quanto mais pro seu bichinho de estimação.

O número de casos de hipertensão pulmonar é baixa, mas ela tem um problema: poucas opções para o seu tratamento, em que a melhor escolha acaba sendo transplante de pulmão, mesmo, mas não temos pulmões dando sopa por aí. Maiores informações AQUI, AQUI e AQUI.

A hipertensão pulmonar se desenvolve por causa de vasos sanguíneos anormais nos pulmões, o que torna mais difícil para o coração para empurrar o sangue através das veias para que possa captar o precioso oxigênio nos alvéolos pulmonares, voltar ao coração e depois ir para todo o corpo, alimentando nossas células com oxigênio e demais nutrientes. Você não iria querer parar isso. Certo?

Nos casos da DVOP, as pequenas veias nos pulmões ficam bloqueadas, aumentando a pressão nestes vasos sanguíneos, e, finalmente, causar insuficiência cardíaca. E isso porque fomos um projeto inteligente. Imagine se não fosse!

O que o estudo do dr. Williams mostrou é que cães também apresentam sintomas semelhantes aos DVOP dos seres humanos, mas por causa de mudanças sutis na saúde não pôde ser reconhecida rapidamente  antes. Isso, invariavelmente, acarretava na morte do animal, em que muitas vezes sequer levaram no veterinário, já que pessoal é mão de vaca e não gosta de gastar a grana que vai pros engradados de cerveja, para encher a bunda dos falsos amigos, enquanto o amigo de verdade está no cantinho, amuado e já ouvindo Unchained Melody tocar.

Os sintomas incluem tosse, aumento da taxa de respiração, dificuldade respiratória, perda de apetite e fadiga crônica. A evolução fatal da doença em seres humanos pode durar até dois anos. No caso de nossos amigos caninos, não se sabe ainda. Esta doença tem sérios problemas e não foi compreendida em sua totalidade. Sua raridade impede isso, além de não ter, até agora, parâmetro de comparação em outros animais. Por isso, cientistas como Williams fica contente com essa descoberta. Não porque eles adoram ver gente e bichos doentes, mas porque assim podem estudar melhor e entender todos os processos envolvidos.

A pesquisa foi publicada no periódico Veterinary Pathology.