O besouro que ensinou como a geada se forma

Como o próprio Tony Stark pôde comprovar, termos gelo se formando em partes móveis de dispositivos que voam não dá final feliz (no caso dele, foi por pouco!). Por isso, aviões precisam de manutenção preventiva e preparação adequada, mas só nas partes “de ataque”, isto é, as partes frontais, já que como as móveis ficam mais para trás, não há formação de gelo nelas (ou seja, Engenharia Aeronáutica 1 X 0 Homem de Ferro.

Não só no caso de aviões e “coisas que avoam”, mas até materiais cerâmicos e concreto, sem falar que canos e hidrômetros podem ir para as cucuias. Dessa forma, cientistas precisam entender como o gelo se forma, e quem está servindo para ajudar nesse entendimento é um simples besourinho.

O dr. Jonathan Boreyko, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Virgínia e o dr. Charles Patrick Collier, do laboratório Nacional de Oak Ridge estudam um simples besourinho que é encontrado no deserto da Namíbia, o Stenocara gracilipes. Ok, parece maluquice, mas não é. O segredo está no exoesqueleto do esourinho. Essa “casca” tem umas peculiaridades interessantes, que deram uma vantagem evolutiva para o besouro.

Como essa “casca” tem um relevo, como direi?, bem acidentado, a umidade do ar se condensa melhor e vai escorrendo pelas fendas. O parte dessa umidade se congela à noite, já que faz muito frio depois que o Sol se põe. Quando o dia raia, essa água derrete e escorre pelo exoesqueleto do cascudão, a qual ele pode beber tranquilamente.

Ao examinar como a água passa ara o estado sólido na superfície do cascudão, os pesquisadores perceberam que o congelamento se dá num ponto e desencadeia um processo contícuo, como numa reação em cadeia. As gotas de orvalho nas proximidades entram em contato com o gelo à medida que ele cresce em toda a superfície, congelando-se também.

Os pesquisadores, então, decidiram testar um método para controlar a formação de geada colocando pontos hidrofílicos longe um do outro. Quando os pontos são colocados longe o suficiente, as pontes de gelo não se formam, e geada tem a sua propagação retardada, ou parando completamente. Isso acontece porque a água é péssima condutora de calor. Assim, ela esquenta e esfria de maneira bem lenta, e se você dificultar que haja transporte de calor, aí que para o processo.

Obviamente, você quer mais detalhes, de preferência de graça, né? Beleza! A pesquisa foi publicada no periódico Scientific Reports, e você pode lê-la inteirinha.

Um comentário em “O besouro que ensinou como a geada se forma

  1. É incrível como a Natureza nos ensina até hoje através da Evolução,de que simples criaturas com sistemas complexos em si mesmas podem nos mostrar novas formas de como ver o mundo e modificá-lo segundo as nossas vontades.
    Temos de sermos mais humildes e percebermos de que nós não somos especiais,se olharmos a nossa volta,a complexidade da Natureza irá nos mostrar isto,assim como este simples besourinho que ajudou aos cientistas compreender a geada.

    Curtir

Deixe um comentário, mas lembre-se que ele precisa ser aprovado para aparecer.

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s