Qualquer um que teve filhos sabe que bebês são pequenas máquinas de chorar, beber leite e fazer cocô. Não necessariamente nessa ordem e, às vezes, tudo ao mesmo tempo. Aquelas coisinhas lindinhas (ou pelo menos nos parecem assim por causa de bilhões de anos de evolução biológica, produzem verdadeiras catástrofes ecológicas em suas fraldas e agora tudo aquilo pode ser um aliado da medicina.
Uma pesquisa indica como as primeiras fezes dos recém-nascidos podem servir de marcadores que indiquem se a criança terá problemas cognitivos persistentes.
A drª Meeyoung Oh Min é professora-assistente da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Jack, Joseph e Morton Mandel, da Universidade Case Western Reserve, sediada em Cleveland, no estado de Ohio, EUA.
A Madame Min estuda como os altos níveis de ésteres etílicos de ácidos graxos encontrados no mecônio (isto é, as primeiras fezes do recém-nascido tinham que ter nome especial, mas muito amadoCarece fontes) pode alertar os médicos que a criança terá em risco de problemas com inteligência e raciocínio. Se não for tratado tais problemas persistirão até a adolescência, e sobrará para gente como eu ter que lidar com aborrecentes com pobremas.
Ácidos graxos são ácidos carboxílicos de cadeia longa. Como todo ácido carboxílico, ele irá reagir com álcoois, em presença de meio ácido, formando ésteres. No caso, de onde viriam esses álcoois? Da mãe, claro. Alta concentração de álcool no sangue (você sabe… principalmente vindo de bebedeiras intermináveis).
A pesquisa da drª Madame Min se baseia em detectar se a exposição pré-natal ao álcool no nascimento pode levar a intervenções precoces que ajudam a reduzir os efeitos depois. Daí a gente fica pensando "como eles fazem isso? Enchem algumas mães de cachaça e observa o resultado?", mas não, não é assim (sim, a Ciência é chata).
Os pesquisadores analisaram o mecônio de 216 indivíduos em busca de índices de linoleato de etilo, oleato de etilo etc. Em seguida, fizeram testes de inteligência em indivíduos de idades 9, 11 e 15 anos. Tabulando os dados, os pesquisadores concluíram que havia uma estreita ligação entre os que apresentavam altos níveis de ésteres etílicos de ácidos graxos no nascimento e menores escores de QI, apesar de até hoje o teste de QI ser discutível. Eu fiz e ele retornou que eu praticamente era um protozoário. Meus níveis de ésteres etílicos de ácidos graxos era muito bons, obrigado, aqueles testes é que não faziam sentido. Provavelmente foram feitos pelo pessoal de Humanas, mas estou me dispersando.
A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Pediatrics e dá mais um motivo para aquilo oque a gente já sabia: mamãe pinguça e responsável por filhinho com problemas de desenvolvimento. O que não se sabia ainda era um modo de medir a quantas andam o problema, e detectando logo de início, profissionais (e não a sua tia rezadeira) podem preparar um acompanhamento mais efetivo.
Aí, claro, algum idiota irá lembrar que a tia Creozicléia bebeu a gravidez toda e nunca fez mal nenhum, que o problema está nos remédios, graças à ganância da indústria farmacêutica. Como normalmente pessoas assim não são lá muito sinceras com seus médicos, um exame como este do mecônio (o cocô gourmet) pode dar ao médico um vislumbre do que realmente está acontecendo com a gravidez.
Já querer que isso sirva de alerta e conscientização por parte dos pais.. bem, aí já e querer demais.
[off-topic] Testes de QI não são mais utilizados a anos, até mesmo aqui no nosso querido pais, os Psicólogos (de verdade, não os psicologos educacionais, clinica, e outras baboseiras) pararam de utilizar este tipo de teste, defasado é pouco se comparar a testes novos de personalidade. [/off-topic]
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