Normalmente, o ser humano, quando em grandes grupos, pode ser classificado de uma forma bem simples: bando de idiotas! As pessoas acham que só porque um bando de gente cisma de fazer manifestações que aquilo é sinal de uma unificação de desejos, mas não é bem assim. Pelo menos, é o que uma pesquisa indica. Uma pesquisa pra lá de óbvia, por acaso.
Christian Borch não é famoso. Ele cursou Sociologia e está crente que é cientista, mas bem sabemos que Sociologia é uma espécie de homeopatia da psicologia. Se você é sociólogo e se ofendeu, eu lhe dou plena razão. Eu também me ofenderia se descobrisse que minha vida não tem sentido. Sorte que me graduei num curso universitário de verdade. Mal aê! (neste ponto os sociólogo pira e vão me xingar no Feice.)
Borch apresentará para uma banca sua tese de doutorado em Sociologia (existe doutorado em Acupuntura e Astrologia. Just saying) analisando o comportamento tosco de idiotas que saem por aí fazendo protestos.
Para Borch, há exemplos que mostram claramente que tumultos deflagrados em manifestações não é algo raro, pelo contrário: é arroz de festa. Como exemplo, ele citou os tumultos acontecidos na chamada UK Riots (ou Manifestações Britânicas) acontecidas em 2011, onde rolou quebra-quebra, vandalismo e incêndios criminosos. Sobre o que estavam se manifestando? Com certeza não era a Paz Mundial. O pessoal ficou manifestado e só faltaram chamar o SAS para conter os ânimos. Os Tommies de Hereford devem estar até agora reclamando.
De acordo com a tese de Borch, as pessoas não têm a tendência de agir racionalmente quando em grandes grupos. A bem da verdade, dificilmente agem com racionalidade quando estão sozinhas. Qualquer jogo de futebol ilustra isso. Eu, por exemplo, tive um vizinho que, quando o Flamengo ganhava, ele se enrolava na bandeira do clube e saía rolando pela rua xingando todo mundo. Nessa época não havia YouTube, eu não tinha celular com câmera nem um rifle de ar-comprimido. Um idiota desses ajuda a fazer os outros idiotas, porque este imbecil se juntará a outros imbecis e daí teremos o comportamento de massa. O todo não é apenas a soma das partes. Pode (e é) ser muito pior!
Aliado a isso, tem o fato que muitas vezes outros idiotas aderem à manifestação apenas pela baderna mesmo. Também me lembro do tempo dos (André ri escancaradamente) cara-pintadas. Eu vi repórter entrevistando os novos revolucionários onde alguns deles sequer SABIAM contra o que estavam protestando. Isso sem falar nos malucos que disseram que eles foram os responsáveis por obrigar o Impeachment do Collor (detalhe: ele não sofreu Impeachment. Ele renunciou antes). Ah, sim, e teve gente que disse que era coisa da Globo, por causa daquela minissérie mal-cheirosa. Afinal, a Globo é contra movimento dos trabalhadores e… a… favor…. da… política… dos… poderosos: IH, OLHA O AVIÃO!!!
Em 2007, Copenhagen viu o tumulto aflorar quando da desobstrução de Ungdomshuset, onde a selvageria tomou conta e o BOPE dinamarquês disse que ali não subiria ninguém (ainda mais que ali não era morro). Segundo Borch, durante os tumultos dinamarqueses havia um certo senso de racionalidade dentro dos protestos dos jovens, na medida em que eles estavam de carro por um interesse político motivado; mas quando isso ficou cool, outros começaram a participar e começou a quebradeira.
Acontece que isso não é uma OHHHH, novidade. Vemos isso acontecer há décadas, séculos. Na Roma Antiga, mulheres fizeram passeatas e quase saem na porrada numa manifestação. Motivo? Os maridões costumavam andar pra cima e pra baixo com rapazinhos ainda sem barba, com pele macia, mantidas assim com pãozinho molhado em leite de cabra. Basicamente elas alegaram que também podiam "servir" da mesma forma que os garotos, conhecidos como "êfebos" (Ver Crônica Escandalosa dos Doze Césares).
Ainda segundo Borch, esse negócio de ficar com blábláblá e tentar se comunicar com um bando de desordeiros enlouquecidos não é uma boa tática. Ele não diz claramente, mas talvez a melhor solução seja gritar ALERTA e deixar passar os Cães de Guerra.
Fonte: Health Canal
Pelo menos vimos que o sociólogo faz observações de coisas que acontecem ao nosso redor (mas não estamos preocupados pois estamos ocupados), compila tudo, coloca uma bela retórica e nos diz o que está acontecendo, justamente ao nosso redor. É lindo e importantíssimo.
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Ele disse que grandes massas de pessoas acabam sendo violentas. Se vc não consegue ver isso nem assistindo a TV, então é um idiota.
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@André, Eu entendi o cerne, André. O que o Borch escreveu é o que acontece ao nosso redor, todos os dias, mas não prestamos atenção nisso – muitas coisas passam despercebidas e deixam de ser importantes. Ele escreveu sobre os tumultos em aglomerações, alguém já se importou com isso no dia a dia? Quase todo mundo sabe disso, mas quase todo mundo adora isso.
Será que é só o ser humano que sabe criar tumultos quando está aglomerado?
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Será que é só o ser humano que sabe criar tumultos quando está aglomerado?
Estude sobre chimpanzés. Vc ficará estarrecido.
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@André, Primatas, sempre os primatas.
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Lembro de ter lido um livro de contos muito bom em que um cara contava como um baixinho botou para correr um bandido que aterrorizava uma cidadezinha mineira. Também escutei inúmeras vezes a afirmação de que baixinhos são brigões. Então li uma pequisa científica que mostrava justamente o contrário (o óbvio): homens altos são muito mais agressivos e brigões que os baixos. A explicação para os resultados, dada pelo cientista (não me lembro se ele era psicólogo) era: quando um baixinho leva a melhor sobre alguém maior, isso chama mais a atenção e ganha maior destaque. Então se torna uma história que será contada e fortalecerá o mito.
Em relação a multidão poderíamos desconfiar do mesmo: somente quando um protesto acaba em violência generalizada e destruição aleatória é que vai aparecer no jornal televisivo com maior destaque, e ser lembrado no dia seguinte pela pessoas que querem conversar e não tem assunto melhor.
Então para afirmar qualquer coisa sobre protestos, é preciso um estudo baseado numa amostra bem grande (acho que o facebook e twitter poderiam até ajudar nisso, o pesquisador poderia estudar in-loco os protestos combinados nestas redes, por exemplo. Tentando manter a racionalidade, é claro…).
Sobre o que é ser um cientista, tenho uma certa dúvida. Estudei engenharia, mas não me considero um cientista (talvez um técnico mais especializado). Mas talvez um sociólogo ou psicólogo, que tenha conhecimento do método científico e o aplique em uma pesquisa, seja um cientista. Não sei se ensinam Método Científico no curso de sociologia/psicologia. Até em engenharia não é dada muita ênfase a isto. Mas quase todos os cursos de especialização, os que já vi a ementa, possuem a disciplina “Metodologia Científica”, portanto em tese não existiria pós-graduado ignorante quanto a isso.
Não poderia um sociólogo (ou psicólogo) ser um cientísta?
O sociólogo por exemplo teria que ter conhecimento do método científico e ter (consciência da necessidade de) colaboração de um matemático/estatístico para analisar os dados, especificar a amostra etc. Neste caso, não estaria desenvolvendo um trabalho científico? Talvez obtendo dados que, acredito, são reais e úteis (para polícia): existem certos padrões num protesto – ambiente, tipo de manifestante, horário etc. – que podem indicar maior probalidade de tumultos.
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Em relação a multidão poderíamos desconfiar do mesmo: somente quando um protesto acaba em violência generalizada e destruição aleatória é que vai aparecer no jornal televisivo com maior destaque, e ser lembrado no dia seguinte pela pessoas que querem conversar e não tem assunto melhor.
Ok, me mostre um protesto que não degenerou.
Então para afirmar qualquer coisa sobre protestos, é preciso um estudo baseado numa amostra bem grande (acho que o facebook e twitter poderiam até ajudar nisso, o pesquisador poderia estudar in-loco os protestos combinados nestas redes, por exemplo. Tentando manter a racionalidade, é claro…).
HAHAHAHAUHSAUHSAUHAHUSASHUSAHUSAHUSAHUSHAHU
Teste com sofativismo! HAHAHAHAHAHAHAHAHUSAUSHAUSHUAHSAHUAHUA
Estudei engenharia, mas não me considero um cientista (talvez um técnico mais especializado).
Engenharia epr se não é Ciência. Ela faz uso das diversas ciências.
Mas talvez um sociólogo ou psicólogo, que tenha conhecimento do método científico e o aplique em uma pesquisa
Quero ver um sociólogo fazendo um teste em ambiente controlado. Vc sabe que Sociologia não trabalha com indivíduos, né?
Não poderia um sociólogo (ou psicólogo) ser um cientísta?
Psicologia, sim, como Harlow e Milgram. Sociologia é Homeopatia e Astrologia.
O sociólogo por exemplo teria que ter conhecimento do método científico e ter (consciência da necessidade de) colaboração de um matemático/estatístico para analisar os dados, especificar a amostra etc. Neste caso, não estaria desenvolvendo um trabalho científico?
Leia sobre Método Científico. Tá precisando.
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@André,
Pensando mais um pouco, eu me recordo de um protesto sem baderneiros profissionais, sem petistas e sem tucanos, sem mulheres mostrando os peitos e cheio de policiais. Este não degenerou. Bastaria documentar este protesto para refutar (falsear) a teoria do dito sociólogo. Mas isto não significaria que o sociólogo estava fazendo ciência, ele poderia estar formulando apenas mais uma teoria de boteco (conversa fiada). O fato é que sociólogos, filósofos e a maioria dos psicólogos utilizam um jargão quase impenetrável e um monte de citações para fazer o óbvio, teorias esdrúxulas, generalização ou simples chutes soarem como uma grande revelação obtida depois de uma profunda análise da realidade (na verdade, tudo sai da própria cabeça deles ou de experimentos impossíveis de serem reproduzidos). Nesse caso, o problema seria o dinheiro público desperdiçado com bobagens, além do fato da maioria deles ser muito chata e presunçosa (acho que este é o ponto).
A dica para ler mais sobre o método científico é pertinente (e também devo ler alguns trabalhos de sociologia), pois eu estava pensando em sociólogos como estudiosos criando modelos de fenômenos sociais complexos, a partir de dados obtidos em experimentos e, posteriormente, os testando com o método científico (teria que ler mais para ver se isto é possível. E se isto seria sociologia, pelo menos parcialmente.).
Quanto ao twitter e facebook, os citei apenas como uma forma de pesquisadores saberem quando e onde poderiam ocorrer protestos/tumultos no mundo real, para poder ir lá e estudá-los.
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O comentário sobre Roma me lembrou dessa imagem:

Parece que algumas coisas nunca mudam!
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Esse tipo de comportamento é muito observado nos bandidos organi.. Ops, desculpa mas são torcidas organizadas quando vão a estádios. Onde moro sempre passam ônibus lotados em dias de jogos com esses espécimes e o que vejo é a total baderna.
André no penúltimo parágrafo tem escrito assim: “Pensando em multidões como entidades racionais tem desde 2000 afetou a maneira na qual a polícia britânica ter lidado com tumultos”. Você queria dizer algo como “pensando em multidões como entidades racionais a polícia tem, a partir de 2000 mudado a maneira pela qual lida com tumultos”?
No mais como sempre mais um excelente texto, posso recomendar como leitura no meu facebook?
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O penúltimo parágrafo foi pro editor desnecessariamente. Foi limado, dessa forma. Valeu.
(época de provas. Estou surtando)
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