Ratinho ciborgue é a chave para curar lesões no cérebro

O cerebelo é uma pequena parte de nosso cérebro. Tão pequena quanto importante. Não é à toa que ele tem este nome, que significa "pequeno cérebro". Sua função primordial é manter nosso sistema de equilíbrio em perfeita ordem, bem como controlar nossos músculos em movimentos voluntários. Assim, o ato de estar digitando estas palavras é prova que meu cerebelo está funcionando maravilhosamente bem, brigado por perguntar.

Quando temos alguma lesão no cerebelo, temos sérios problemas, mas estes problemas parecem que serão resolvidos de uma vez por todas daqui a algum tempo. Foram testados em ratos cerebelos artificiais, fazendo com que o que era apenas ficção científica passe a ser realidade.

O dr. Matti Mintz do departamento de pesquisa em psicologia da Universidade de Tel Aviv, estuda como partes do cérebro poderiam ser substituída por componentes artificiais. Mintz e sua equipe experimentaram em ratos (meu Deus! Os pobres ratinhos!!!) cerebelos artificiais que pudessem enviar informações direto para o tronco cerebral, de forma que este comande os neurônios responsáveis pelo movimento, acionando os músculos e fazendo ocorpo dar sinal de vida, enquanto o bom doutor tem um surto e grita ITS’S ALIVE! IT’S ALIVE!

Ainda não foi visto no ratinho ciborgue nenhuma tendência de aniquilar com os humanos (ainda). Entretanto, a pesquisa demonstra que se pode imitar certas estruturas do cérebro, a fim de fazer algo que a Natureza demorou bilhões de anos para aprontar.

A pesquisa de Mintz e seus colaboradores foi apresentada este mês no simpósio Strategies for Engineered Negligible Senescence, na Universidade de Cambridge. A meta é que, no futuro, partes lesionadas do cérebro possam ser substituídas, de forma a garantir uma melhor qualidade de vida para os doentes. Mas, para um futuro próximo, a equipe está voltada para modelar áreas maiores do cerebelo, que pode aprender uma sequência de movimentos e testar o chip em um animal consciente, já que Jerry estava sedado durante os testes.

É ainda MUITO cedo para se imaginar seres humanos com eletrodos ajudando a transmitir sinais do cérebro pros músculos, de forma que muitos aleijados possam andar. Mas se tivessem me dito há 20 anos que eu poderia levar um telefone para a rua e poder falar com o mundo todo, lendo textos publicados em várias universidades, podendo falar quase instantaneamente com os cientistas que publicaram os referidos trabalho… eu também ficaria com um pé atrás. Um pé que se moveu graças ao bom amigo cerebelo.


Fonte: New Scientist

Um comentário em “Ratinho ciborgue é a chave para curar lesões no cérebro

  1. Muito promissor!

    Ontem (ou melhor, hoje…) vi no Jô uma entrevista com um neurocirurgião falando sobre a neuromodulação, área que consiste em melhorar significativamente a qualidade de vida de doentes através da implantação de componentes artificiais.

    Num vídeo comparando o ato de uma pessoa com Parkinson abrindo uma porta sem o uso do componente com a mesma pessoa usando o dispositivo, a diferença é inacreditável.

    Há uns 10 anos isso parecia impossível, assim como algumas décadas atrás o paciente diagnosticado com câncer era tido como condenado…

    A velocidade do avanço da medicina hoje realmente hoje cresce de forma exponencial.

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