Temos enraizado que decisões tomadas por duas ou mais pessoas são melhores, mais rápidas e mais eficientes do que se tivesse sido tomada por uma única pessoa. De acordo com pesquisadores britânicos, isso pode não ser tão verdade quanto se acha, e que outros fatores podem interferir na otimização de resultados.
A pesquisa chefiada pelo dr Bahador Bahrami, do Instituto de Neurociência Cognitiva, da University College London, e publicada na revista Science, abordou a questão sobre como se dão as tomadas de decisão e qual o grau de excelência que elas adquirem em comparação com decisões tomadas por pessoas que não consultam ninguém. Para a experiência, os cientistas usaram 72 participantes do sexo masculino, divididos em pares.
A experiência baseava-se em mostrar em um monitor seis círculos de tamanho pequeno, só que um dos círculos parecia ser mais escuro que os outros cinco. A tarefa da dupla era decidir qual círculo era mais escuro. Num primeiro momento, os círculos eram da mesma tonalidade, até que começaram as variações e as cobaias os voluntários tinham de identificar qual círculo que era mais escuro, e quando aquele círculo em específico apareceu mais escuro, já que a cada intervalo, havia uma alternância em qual círculo aparecia diferente dos demais.
Na primeira parte do experimento, os pares (isso está soando como se fosse programa de namoro, mas é uma pesquisa séria!) viram imagens idênticas em seus computadores (um para cada um) e escolheram qual círculo achavam que era o “escolhido” sua escolha. Na segunda etapa, foi dada permissão para que o parzinho feliz conversasse e discutisse sobre a escolha, de forma a terem uma decisão conjunta e ver se eles entravam em concordância. Analisando as escolhas individuais e a escolha final obtida após a deliberação entre os porquinhos-da-índia de duas pernas, os pesquisadores puderam determinar qual dos dois participantes era individualmente melhor na tarefa.
Os resultados demonstraram que num primeiro momento, duas cabeças estava realmente pensando melhor que uma. Só que cientista possui o gene Espírito-de-Porco. Com isso, eles introduziram uma espécie de “ruído” (como aqueles “chuviscos”, conhecidos pela má transmissão de programas de TV) na tela de um deles. Em resumo, os cientistas puxaram o tapete de um dos parceiros para ver se ele “o cara” para perceber qual círculo era diferente dos demais. O resultado passou a ser desastroso, principalmente pelos parceiros (ai, ai!) que estavam com “ruído” na tela se recusar a dar o braço a torcer.
Para terminar o processo sacana, algumas duplas não tiveram permissão para trocar ideias entre si, de forma a ver se eles tinham a mesma percepção. Outro fracasso, pois os que ficavam com a responsabilidade em dar a votação final raramente parava para se certificar do que seu parceiro achava. Isso nós vemos todos os dias em empresas: são os “líderes” que lideram uma “equipe” que tem que dizer “O-hoy, sir!”, sem nenhuma consulta prévia, mesmo que a equipe tenha profissionais mais gabaritados (o que sempre acontece, já que deixam os mais incompetentes para serem chefes e saírem do caminho do processo produtivo).
Assim, crianças, se quiserem ter bons desempenhos, não basta ler besteiradas administrativas sobre quem roubou o queijo de alguém ou se sobre onde Sun-Tzu enfiou a katana dele. Ouça sua equipe e, melhor ainda, siga as sugestões. Não finja que escutou e ignore-os cinco minutos depois.