
Eu não sei vocês, mas desde criança eu me imaginei viajando pelo Espaço numa nave. Dar um rolê pelo Sistema Solar, dá tchauzinho pra Marte, passar (com cuidado) por Júpiter, até chegar nele, o Senhor dos Anéis: Saturno. Pensem nas inúmeras voltinhas que a sonda Cassini deu ao orbitar Saturno, mergulhar nos seus anéis de poeira, rocha e gelo, e examinar seus satélites.
Algumas das primeiras imagens da Cassini foram digitalmente ajustadas, cortadas e compiladas num magnífico vídeo, que faz parte de um projeto de filme IMAX em desenvolvimento maior chamado In Saturn’s Rings. Na sequência final, Saturno aparece cada vez maior ao se aproximar, enquanto Titan volita, preso no campo gravitacional do planetão. Com Saturno girando ao fundo, Cassini é retratada sobrevoando Mimas, com a grande Cratera Herschel claramente visível.

Saturno está um tantinho longe. Do Sol até lá são cerca de 1.429.400.000 km ou 11.911.666.666 campos de futebol, ou uma hora de viagem numa Uno com escada. Por estar muito longe, você pensa que lá é muito frio. E é, mas as camadas superiores na atmosfera de Saturno e outros gigantes gasosos são quentes, assim como as da Terra. Claro, tem um pequeno diferencial: exatamente a distância; logo, não deveria ser tão quente assim. Então por que é?
Depois de 7 anos perscrutando o Senhor dos Anéis de nosso Sistema Solar, o combustível da Cassini está acabando. Para impedir que ela caísse num dos satélites naturais de Saturno, que podem abrigar vida e contaminando-os com algo da Terra, a Cassini foi atirada em direção a Saturno.
A poderosa Titã, quieta sobre as absurdas forças gravitacionais do planeta anelado, é um dos vários mistérios do Sistema Sartuniano. Já falamos sobre a possibilidade de ter Vida lá (ou, pelo menos,
Mimas, o gigante filho de Gaia criado do sangue de Urano (ver Teogonia de Hesíodo) depois que este foi castrado foi morto por Hefesto, de acordo com Apolodoro. Hoje, Mimas não é muito mais que uma bola esquecida nos confins do Sistema Solar. Ao menos, esquecida por vocês, que sequer sabem de qual planeta ele é satélite se eu não disser (Saturno).
Enceladus é uma das minhas luas favoritas, mesmo não sendo uma lua e sim um satélite natural. Mas ele é um satélite tão natural para mim, que eu o vejo como um primo de nossa querida Lua (
O Senhor dos Céus contempla o infinito e além. Ainda que não seja tão poderoso quando o mais poderoso dos Deus, Saturno está tranquilo em seu leito etéreo, nas vastidões do Sistema Solar. Em volta dele, seus fiéis vassalos aguardam seu comando e o mais poderoso desses vassalos é o maior satélite de Saturno, mas ainda inferior a Ganimedes, o maior satélite do Sistema Solar, vassalo de Júpiter.
Eu sempre digo que a Ciência os tirou da barbárie. Ela não só estuda os fenômenos da Natureza, como tenta entendê-los e reproduzi-los. Para tanto, a observação é essencial. Nossos antepassados contemplavam o céu e astrônomos do passado tentaram entendê-lo e explicá-lo, mediante a tecnologia que dispunham na época. Hoje, desfrutamos esse mesmo deslumbramento com nossa atual tecnologia, que astrônomos do futuro balançarão a cabeça e se perguntarão como conseguimos ver algo no céu.
A monitoração contínua da atmosfera de Titã pela missão Cassini, que vem explorando o sistema saturniano desde Julho de 2004, está começando a revelar alterações sazonais na circulação atmosférica e desprendimento nova luz sobre a climatologia globais da maior lua de Saturno e a segunda maior de todo o sistema solar, depois de Ganimedes.