
Está lá você, relaxando em uma lagoa qualquer, talvez pensando na vida ou na Conjectura de Fermat, quando de repente um invasor microscópico decide que sua pele seria um ótimo ponto de entrada para uma nova aventura. O normal seria você sentir uma coceira, uma dor, algum sinal de “ei, tem algo errado aqui”. Mas não. Você não sente absolutamente nada. Nem uma cócegazinha. É como se o invasor fosse um ninja da medicina, entrando silenciosamente pela janela enquanto você dorme.
Este é o mundo fascinante (e ligeiramente perturbador) do Schistosoma mansoni, o verme que descobriu como hackear seu sistema nervoso antes mesmo de Steve Jobs sonhar com o primeiro iPhone. Este pequeno canalha evolutivo não apenas invade sua pele, mas literalmente desliga seu alarme de dor para fazer isso sem ser notado. É como se a natureza tivesse criado o ladrão perfeito, completo com tecnologia de invisibilidade biológica. Continuar lendo “O caso do Parasita Ninja”

Estrou adepto agora de artigos que façam menção à pandemia de coronavírus, ou corona vírus, ou SARS-CoV-2, ou COVID-19, ainda mais com a brutal quantidade de gente falando bobagens sobre eficácia do uso de máscaras, álcool-gel etc. Eu já postei artigo sobre a
O nosso amigo SARS-CoV-2, causador da síndrome respiratória aguda grave, mais conhecido como corona vírus 2, mas carinhosamente chamado de Coronga ainda apronta das suas, fazendo seu trabalhinho sujo de mandar todo mundo pra vala evolutiva. A infecção por este miserável está tocando o terror, com alta taxa de mortalidade e velocidade de infecção alarmante.
Estamos num momento sério, mas não precisamos cair para o desespero. Não, não estou falando da “histeria” no sentido que a cavalgadura presidencial está dizendo, mas que está sentindo a água bater na bunda. Histeria de sair correndo comprando tudo e vendo os estoques de comida e álcool-gel acabando. Algumas pessoas realmente estão perdendo a noção.
O mundo segue sempre seu caminho, nem bom nem ruim. O mundo é o que é, e a Seleção Natural nunca falou que estava preocupada com os serumaninhos. Evolução apenas seleciona aqueles aptos a viverem a ponto de se reproduzir e gerar outros descendentes. Está com dificuldade de se espalhar? Bem, quem sabe se alguma mutação não lhe dê uma certa característica que resolva isso? Bem, foi o que aconteceu com a dengue. Um hospital apontou um caso raríssimo de transmissão de dengue via relações sexuais. Que ótimo, não? (ótimo pro vírus). Já a vítima se…
Toda vez que eu escrevo sobre cigarros eletrônicos, um monte de dependentes químicos corre para cá para me xingar. Não aceitam as publicações científicas dizendo que ele não só induz jovens ao tabagismo, como é mais viciante, e com vários problemas de saúde vindo de graça.
O Clostridium difficile já traz no nome que não é brincadeira. Este bacilo (uma bactéria mais sacana que as outras) é que nem o seu cunhado. Assim como aquele inútil está se servindo do conteúdo da sua geladeira, a C. difficile é um comensal do trato gastrointestinal. Assim como o seu cunhado, que só lhe traz dor de cabeça, o Clostridium é responsável por doenças gastrointestinais, que variam desde uma diarreia até uma colite pseudomembranosa. Você não quer contrair uma colite polimembranosa, a infecção mais comumente adquirida em hospitais.
Bandagens são uma tecnologia de uso médico conhecida desde os antigos egípcios, que aplicavam tiras de algodão, algumas vezes embebida em betume para imobilização. Elas ajudam a cicatrização ao não expor feridas abertas ao ar, cheio de “humores capazes de fazer espíritos malignos entrarem”, se por “espírito maligno” você entender como bactérias.
Você deve ter visto pessoal compartilhando e comentando sobre a incrível descoberta do que causa o Alzheimer: uma bactéria. Pois é, pessoal falou bobagem novamente. Não é isso. Indo pro TL;DR o que foi descoberto é como agentes infecciosos poder direcionar (e não criar) doenças degenerativas como o Alzheimer, bem como sua progressão. Isso significa dizer que uma bactéria não está fazendo as pessoas contraírem Alzheimer, e sim como a infecção age sobre uma pessoa que ou tem e apresenta ou tem, mas ainda não começaram os sintomas.