Programa só é bom quando você se deleita

Esses dias eu estava pensando como o mundo da informática ficou chato. A imagem de abertura foi o meu papel de parede do Windows por muito tempo. Era uma extensão Plus! Do Windows 95, depois, Windows 98. Eram diferentes temas, mas o que eu mais gostei foi o Mystery. Eu imaginei muitas histórias que passavam aquela casa misteriosa que aparecia no screensaver. Os programas eram mais divertidos e você podia personalizar o Windows até mesmo os rótulos dos links, trocando a fonte, cor de fundo etc. Agora, não tem mais isso. É tudo um… serviço.

Os ambientes dos programas tentavam fazer algo imersivo, tentavam traduzir um ambiente para o mundo virtual, seja um escritório de contas a pagar/receber ou mesmo um estúdio.

A Microsoft se aventurou em um ambiente gráfico para o Windows 3.11, que a saber era um ambiente gráfico do DOS. Esse novo ambiente era o Microsoft Bob.

O MS-Bob estava à frente do seu tempo. Tão à frente que não rodava direito porque exigia muito hardware e nem todo mundo tinha um hardware potente. Foi mais ou menos o que aconteceu com o Windows Vista: um, SO até legalzinho, mas vendido como sendo capaz de rodar em qualquer torradeira e você na verdade tinha que ter algo como um Mainframe da IBM.

Mas o mundo ficou chato, desinteressante. MS tirou o máximo das personalizações. As pessoas não querem ou ela achou melhor evitar coisas que podiam, dar errado? Não sei. As pessoas se acostumaram a interfaces toscas. Haja vista que adoram o iOS e Android, cujas interfaces são basicamente ícones e pastas, algo digno do Windows 3.11. Eu ainda prefiro a interface do finado Windows Phone, mais inteligente, mais leve, mais eficiente, mais bonito, mais lógico. Você não precisa de central de notificação, as tiles já te diziam o que era para saber.

Os programas sempre tinham algum easter egg, e as gente ficava atento nas revistas de informática para saber quais eram. O Excel, por exemplo, tinha uma espécie de flight simulator em que você passeava pela superfície da Lua (acho que era a Lua. Vou dizer que é a Lua). O Word 97 tinha um pinball.

Agora, é tudo tão… não é limpo e sim sem vida. Voltamos a programas que você tem que ficar digitando comandos que nem os Neanderthais, principalmente sistemas de Inteligência Artificial. Se quiser, pode instalar um WebUI. Mas não há mais o maravilhoso Next > Next > Next. Pelo menos, temos o Pinokio que ajuda muito nisso.

Todos os programas antes eram leves e funcionais. Talvez feios por causa dos recursos disponíveis, como monitores, SO e placas de vídeo. Hoje eles são pesados, feios e complicados. Tem placa de vídeo de 32GB? Para que vamos nos preocupar de fazer programas leves?

Pode até ser saudosismo (dane-se se você pensa isso), mas verdade é que antes era tudo melhor.

Ou, pelo menos, mais divertido de usar até mesmo um processador de texto.

A propósito, você pode baixar versões antigas dos programas AQUI. Aproveita que eu não sei por quanto tempo vai ficar lá

5 comentários em “Programa só é bom quando você se deleita

  1. Eu gostava do assistente do word, sinto falta do clipe batendo na tela :(
    E gostava da interface dos programas de outrora, tinham aquela pegada que hoje chamam de retro-futurista (ou sempre chamaram, não sei, só sei que só agora ouvi falar dela).

    Charles, os tempos não são mais os mesmos…

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  2. https://hide.me/en/blog/gaming-then-vs-now-why-i-miss-the-charm-of-simpler-times-but-still-love-whats-next/ – Advinha do que eu me lembrei quando li esse texto do Hide.me?

    Também faço esse questionamento do porquê a Microsoft tirou o Plus! do Windows. O meu preferido era o Travel.

    E com relação aos programas serem pesados atualmente, eu acredito que é porque o pessoal se cansou de ter que se espremer em alguns kB de memória e com esse monte de memória que tem atualmente, o pessoal decidiu enfiar o pé na jaca. E atualmente as principais linguagens de programação não têm comandos para liberar memória, deixando isso a cargo do coletor de lixo, e aproveitando que sistema operacional existe para fazer paginação, a preocupação com o consumo e gerenciamento de memória foi pro cacete e os programas se tornaram esses monstros glutões.

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