Você conhece os placebos. Frequentemente chamados “pílulas de açúcar/farinha”, eles são dados aos pacientes sem seu conhecimento para testar a eficácia de novos medicamentos. Não é de agora que o efeito placebo funciona até com animais, mas um novo estudo reafirmou outra coisa que já se sabia: mesmo quando as pessoas sabem que estão tomando placebos, esses “medicamentos” ainda funcionam, podendo reduzir significativamente o estresse, a ansiedade e a depressão.

Conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual do Michigan, o estudo focou em placebos não enganosos, isto é, placebos dados a pessoas que estão totalmente cientes de que estão tomando uma substância inativa. Apesar desse conhecimento, os participantes experimentaram benefícios significativos para a saúde mental.

O estudo foi realizado durante a pandemia de COVID-19, um período em que muitas pessoas estavam enfrentando estresse prolongado. Os pesquisadores recrutaram participantes para um ensaio clínico randomizado de duas semanas. Metade dos participantes recebeu placebos não enganosos, enquanto a outra metade não recebeu tratamento. Os participantes interagiram com os pesquisadores através de quatro sessões virtuais no Zoom.

As cobai… os voluntários do grupo placebo foram instruídos sobre o efeito placebo e receberam pílulas de placebo pelo correio. Eles foram informados sobre como tomar essas pílulas, totalmente cientes de que não continham ingredientes ativos. Apesar disso, os resultados foram notáveis. O grupo placebo mostrou uma diminuição significativa no estresse, ansiedade e depressão em comparação com o grupo de controle.

O estresse prolongado pode impactar severamente a capacidade de uma pessoa de gerenciar emoções e pode levar a problemas significativos de saúde mental. O fato de que uma intervenção simples e não onerosa como os placebos não enganosos pode levar a benefícios significativos é empolgante. Esse esforço mínimo torna os placebos não enganosos uma opção atraente para aqueles que lutam com problemas de saúde mental.

Um dos aspectos mais promissores deste estudo é o potencial para administração remota. A capacidade de enviar placebos pelo correio e conduzir sessões online aumenta a escalabilidade dessa intervenção. Isso pode ser particularmente benéfico para indivíduos que não têm fácil acesso aos serviços tradicionais de saúde mental.

Não apenas isso, os placebos não enganosos administrados remotamente têm o potencial de ajudar indivíduos que lutam com problemas de saúde mental e que, de outra forma, não teriam acesso aos serviços tradicionais de saúde mental.

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A pesquisa foi publicada no periódico Applied Psychology: Health and Well-Being.