Um camelódromo de roupa no meio do deserto

Eu vi comentarem sobre o imenso lixão de roupas no Deserto de Atacama, no Chile. Isso não é recente, há décadas este lixão está lá, e vai crescendo, crescendo, crescendo… aquilo é que nem algo meu, que não para de crescer: a fatura do meu cartão. A área do Deserto do Atacama está se tornando uma das principais regiões de descarte de roupas em crescimento global, devido à produção acelerada de roupas baratas e “de grife”, conhecidas como fast fashion (ou “moda rápida”), sendo essencialmente moda de baixo custo. Esse fenômeno resultou em um alarmante desperdício, em que as empresas não têm onde enfiar essas roupas (eu tenho excelentes sugestões) e, por isso, jogam lá no meio do deserto e seja lá o que os deuses incas quiserem.

Tendo sido categorizado pela Organização das Nações Unidas (escrever ONU parece pouco formal e com menos credibilidade) como uma “emergência ambiental e social” para planeta, este grande lixão fashion está no ponto de ser visto do Espaço.

A questão é… o que fazer com aquela roupalhada? Queimar? Dar aos pobres? A solução parece ser inviável qualquer que seja ela, mas vai que algum maluco banque o Operação Resgate e um dono de brechó tenha um sonho: construir uma nave para ir até o Atacama, recolher toda a roupa que tem lá, trazer pra casa e vende-la. Eu aposto que a Balenciaga pensou isso e se não fez é porque não achou lucrativo… pelo menos, até hoje.

Sobre levar a roupa a quem precisa, temos os mesmos problemas da comida: a logística de transporte e distribuição torna inviável e por isso a roupa fica lá, aguardando na aridez do Deserto do Atacama, cuja umidade baixa preserva as roupas, mas não para sempre, claro. Ainda assim, é uma poluição considerável.

Então, fica a dica: aquele monte de roupas só está esperando um esperto para ir lá buscar e encontrar algum otário para vender. Quem sabe esse não é o começo da sua fortuna?

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