O que fez a Igreja Católica passar os séculos, os milênios resistindo ao tempo, é a sua tradição e burocracia governada com mão-de-ferro. Suas regras antigas têm se mantido por todo esse tempo, praticamente sem nenhuma alteração, pelo menos na parte que interessa a ela. Ok, que eles tiveram a pachorra de aceitar musiquinha brega, missa em vulgar (língua que não seja o latim) e o surgimento dos Marcelos Rossis da Vida e outros padres estrelinhas que cantam muito (mal) pastoreiam pouco.
O problema da burocracia é quando se transforma em burrocracia, o que gera atitudes pra lá de esquisitas, como revogar milhares de batismo por causa de uma única palavra. Algo que faria qualquer estafeta de cartório salivar de satisfação e se roer de inveja.
Andrés Arango é um padre colombiano que atuou no Brasil e de setembro dfe 2005 a fevereiro de 2006, ele atuou como pároco na cidade de Phoenix, Arizona, recebendo ordens da Santa Sé em Roma. O BO que deu com ele é por causa de uma única palavra, só uma, milhares de batizados foram anulados.
O problema é que o padre deveria dizer “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, só que padre Andrés falava “Nós te batizamos…”, e isso está errado. Tanto, que o Vaticano, em junho de 2020, emitiu a orientação (AKA mandou) declarando que a fórmula “Nós te batizamos…” era inválida e que qualquer pessoa que fosse batizada com ela deveria ser rebatizada usando a fórmula apropriada.
O motivo litúrgico é que quando se diz “Eu te batizo”, é porque o padre está investido do Poder de Jesus, como se fosse o próprio Jesus que estivesse lá. Tudo bem que não há uma única passagem na Bíblia com Jesus batizando alguém, e sim João, o Batista (por que será que ele tem este nome, hein?), mas liturgia é liturgia. Quando se diz “nós”, não é Jesus, é todo mundo, e daí que mais parece uma ONG, não uma religião organizada. Ainda assim, é pura burocracia.
Não olhe assim para mim. Não fui eu quem criou a religião.
O pior é que isso nem é novidade. O Vaticano já está de olho nisso há muito, muito tempo, e o pessoal de Vestidão Style de Roma estão em cima de vários padres que estão usando a fórmula “Nós” para tornar o batismo mais um assunto comunitário envolvendo pais, padrinhos e a comunidade ao receber um novo membro na Igreja Católica. Mas não é assim que funciona o Catolicismo. Religiões não são democracias.
Em uma nota sem data no site da diocese de Phoenix, Arango escreveu: “Me entristece saber que realizei batismos inválidos durante todo o meu ministério como padre usando regularmente uma fórmula incorreta. Lamento profundamente meu erro e como isso afetou inúmeras pessoas em sua paróquia e em outros lugares”.
Eu acho que posso determinar de onde veio este erro. O erro veio da própria ICAR. O erro veio de um mau treinamento dos sacerdotes; se eles simplesmente não sabem o que era para dizerem, é porque não lhes ensinaram. Padres como Marcelão estão preocupados em parecer na mídia, e não fazer o solitário trabalho evangélico. Não, eu não acredito em Jesus, não eu não quero ser minimamente reconhecido como católico, mas se é pra fazer parte de uma religião, tem que ser direito, e o grande mal da ICAR tem sido ter muitas estrelinhas e menos pastores conduzindo um rebanho. Está mais preocupada com assuntos seculares e não temporais. Isso é muito errado, e agora estão correndo atrás do prejuízo.
É esse o preço de formarem super stars do que sacerdotes. Tá na conta de vocês, Vaticano.
Fonte: NBC
Eu tenho uma solução pra isso: voltar a batizar em latim. Como é só decoreba, a chance de trocar ego por nos é praticamente nula.
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Sorte dos batizados. Agora é só dizer pra mamãe e papai que não é batizado mesmo, logo não tem que seguir a religião.
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Mas quem disse que batizados são obrigados a seguir a religião?
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Ninguém, porém quem se dizia não-praticante agora pode dizer que não tem nada a ver com a religião 😁
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