A cada dia que passa, cresce o número de crianças obesas. Um dos motivos é o sedentarismo e alimentação porca que pais preguiçosos oferecem a essas crianças. Isso seria simples, mas não é apenas isso, já que algumas crianças são sedentárias, comem porcaria mas não são tão obesas. Como reconhecer a predisposição delas a virarem lindas chupetinhas de baleia?
Uma pesquisa identificou um marcador molecular na saliva de algumas crianças que está associado ao surgimento de obesidade infantil em um grupo de crianças hispânicas em idade pré-escolar.
A drª Shari Barkin é médica, cientista. Ela trabalha como diretora da Pediatric Obesity Research, no Hospital Infantil Monroe Carell Jr. Ela estuda formas de identificar em tenra idade a predisposição de crianças de se tornarem obesas, estudando que tipo de prevenção irá se empregar.
A descoberta intrigante, relatada na revista BMC Medical Genetics, apóia os esforços contínuos para identificar biomarcadores associados ao surgimento da obesidade infantil antes que o índice de massa corporal (IMC) seja designado como obeso, disse Shari Barkin, MD, MSHS, diretora da Pediatric Obesity Research. no Hospital Infantil Monroe Carell Jr. em Vanderbilt.
A drª Barkin observou que a prevalência de obesidade pediátrica tem aumentado a uma taxa alarmante, com uma carga desproporcional nas populações hispânicas. Se o problema fosse apenas ficarem gordinhas, estaria (quase) tudo bem, o problema vem com as doenças acarretadas pela obesidade, como hipertensão, diabetes tipo 2 e até mesmo câncer!
Barkin e seus colegas coletaram amostras de saliva na linha de base de crianças que estavam matriculadas no estudo Growing Right Onto Wellness (GROW). Um total de 610 pares de pais e crianças em idade pré-escolar, 90% dos quais eram hispânicos, receberam intervenção comportamental em altas doses durante um período de estudo de três anos. No momento da inscrição, as crianças corriam risco de obesidade, mas ainda não eram obesas.
Os pesquisadores coletaram a saliva como um tecido não invasivo e facilmente acessível, que eles esperavam revelar fatores genéticos e epigenéticos que podem predispor uma criança à obesidade.
Barkin e seus colaboradores descobriram que a metilação de um gene chamado NRF1, que tem papel na inflamação do tecido adiposo, estava associada à obesidade infantil. Uma criança com a metilação de NRF1 na linha de base teve três vezes mais chances de ser obesa três anos depois, depois de controlar o IMC materno e outros fatores.
É definitivo? Não. Apesar do número, mais testes e análises precisam ser feitas, mas aí é caso de examinar os detalhes, já que a ideia global se confirmou. Pode ter algum fator diferente que acabe dando numa falsa associação? Pode, mas com o indício, ficará muito mais fácil saber quando nossas crianças terão grande disposição à obesidade e doenças decorrentes dela.
A pesquisa foi publicada no periódico BMC Medical Genetics, com texto integral liberado.