Para alguém que não é ignorante em Ciência, grandes emissões de gás carbônico são um problema sério. CO2 é um gás de efeito estufa e há uma emissão crescente de indústrias, automóveis, queimadas etc. não é preciso ser um gênio para saber que se produzimos grandes quantidades desse gás, e ele vai para atmosfera, o resultado é elevação da temperatura global.
Acordos climáticos acabam impondo restrições na emissão de gás carbônico na atmosfera, mas aí fica o problema: o que fazer com o que é produzido? A resposta seria varrer para baixo do tapete, ou, pelo menos, arrumar um lugar para enfiar este gás, sem ser este que você está pensando, seu mal-educado.
O dr. Pete McGrail é pesquisador do Pacific Northwest National Laboratory, vinculado ao Departamento de Energia dos EUA. Sua pesquisa enfoca o que diabos vamos fazer com o CO2? Ele e seus colaboradores estão pesquisando numa alternativa: enterrar o CO2, ou melhor, aprisioná-lo numa rocha, como o basalto, e a previsão, que eu considero ousada, é ter essa tecnologia pronta e aplicável dentro de 2 anos!
O basalto apresentou muitas vantagens. Uma delas é ele ser encontrado em praticamente todo o mundo. A segunda é que ensaios laboratoriais mostraram que o basalto consegue converter rapidamente CO 2 em carbonatos estáveis. Isso significa dizer que poderíamos pegar o CO2, enterrá-lo ao convertê-los sob a forma de carbonatos e todo mundo ficaria feliz.
Testes feitos na Islândia pegaram água carbonatada (com CO2 dissolvido nela, que nem “água com gás” que compramos num supermercado) e injetaram no basalto, com muito sucesso. Outros testes conseguiram injetar 1.000 toneladas de gás carbônico pressurizado CO2 em uma formação de basalto, então, sim, o projeto é viável em escalas maiores.
Mas como isso fica por um espaço de tempo maior? Bem, os pesquisadores perfuraram um poço de basalto perto do rio Columbia e tascaram gás carbônico nele em 2013. Amostras do núcleo foram extraídas do poço, dois anos depois, e o dr. McGrail e seus colegas confirmaram que o CO2 tinha, de fato, se convertido em ankerita, um carbonato mineral de fórmula Ca(Mg,Fe).(CO3)2 (PDF) Taí a chance de sequestrarmos o gás carbônico e escondê-lo bem escondidinho, mas sem esquecer de um detalhe: outras emissões poluentes formam chuvas ácidas, e ácidos atuam sobre carbonatos formando sais e liberando de volta o CO2.
Ajudou sequestrar o CO2? Sim, mas não é a salvação da lavoura se outros acordos climáticos não forem levados a sério e revisto um monte de coisa nos sistemas de produção industrial. Mas tuto tem que ter um ponto de partida, certo?
A pesquisa foi publicada no periódico Science & Technology Letters.
Não é assim que funciona.
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O problema é que não tem como manter o CO2 lá dentro.
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