MOR-01: Evolução é a base de uma sociedade imoral.
Alegação:
Se o evolucionismo parte do pressuposto que Deus (se e que Ele existe para eles) esta ausente dos processos que ocorrem na natureza, segue-se que os seus defensores não precisam se preocupar em dar satisfação a ninguém da sua conduta moral, pois eles e que são donos de si mesmos e não Deus! Dai surgirem as filosofias da irresponsabilidade, depravação moral e outras tragédias que se abatem pelo mundo. Dai surgirem os comportamentos animalescos que testemunhamos em nossos dias. Assassinos em série, pais matando filhos, filhos matando pais, canibais, homossexualismo, etc… E o pecado da criatura rejeitando o Criador.
Fonte: Sola Scriptura
Resposta:
A Teoria da Evolução não é moral, nem imoral, ela é amoral. Ela é descritiva. Ela descreve fatos da realidade, da natureza.
O que as pessoas fazem com esses dados é o que pode ser considerado moral ou imoral, mas a culpa não é da Teoria da Evolução, assim como a Teoria da Relatividade não é culpada pela bomba atômica.
Algumas idéias imorais, como a eugenia e o darwinismo social, são fruto de distorções e idéias incompreendidas do que é realmente a Teoria da Evolução.
Até porque a evolução e a seleção natural privilegiam comportamentos sociais benéficos, cooperação e até altruísmo como sendo mais aptos para a sobrevivência da espécie.
Referencias:
MOR-02: Evolução aumentou a criminalidade
Alegação:
Todo crime é resultado do pecado, e é claro que já haviam crimes antes de Charles Darwin promover a evolução, mas à medida que a teoria aumentou, aumentou também a criminalidade.
Fonte: The Result of Believing Evolution
Resposta:
A criminalidade sobe e desce e sua variação depende das condições sócio-econômicas do país, das condições de vida da população, da taxa de desemprego, etc. Não há nenhuma correlação aparente entre ensino da Evolução e o aumento da criminalidade. Muito pelo contrário, os países que mais aceitam a evolução de fato possuem as menores taxas de homicídios, mortalidade juvenil, taxas de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência, e taxas de aborto (fonte: http://moses.creighton.edu/JRS/pdf/2005-11.pdf ).
Além do mais, os dados não necessariamente possuem correlação de causa e efeito. Depois que a Teoria da Evolução passou a ser ensinada, também as mortes causadas por câncer diminuíram, as viagens aéreas aumentaram, e a temperatura mundial aumentou. Seria a Teoria da Evolução responsável por isso também?
MOR-03: Sobrevivência do mais forte é o correto
Alegação:
Não há nada digno de glória na doutrina da evolução, com sua filosofia de que o direito está na força, na sobrevivência do mais apto.
Resposta:
Esse tipo de argumento é uma falácia, dizendo que a forma como as coisas são implica em como elas deveriam ser. É como dizer que porque um braço está quebrado ele deveria continuar quebrado.
E o próprio Darwin jamais usou esses termos. O correto é a sobrevivência do mais apto. Bactérias não são mais fortes que seres humanos, e no entanto muitas delas podem nos matar facilmente. Mas isso não significa que essa é a forma correta que as coisas devem ser.
A evolução é descritiva, ela descreve a natureza como ela é, e não como ela deveria ser.
E nós, seres humanos, nos tornamos mais aptos usando nossa mente para ajudarmos uns aos outros, em cooperação e respeito mútuos.
MOR-04: Evolução leva ao Darwinismo social
Alegação:
Darwinismo leva ao darwinismo social, a política de que os fracos deveriam morrer.
Resposta:
A origem do termo “darwinismo social” não foi de Darwin, mas sim de Herbert Spencer, indo até Hobbes via Malthus. Spencer era lamarcksista. A única conexão entre darvinismo e darwinismo social é o nome.
A Teoria da Evolução na verdade nos mostra que a sobrevivência em longo prazo de uma espécie está fortemente ligada à sua variabilidade genética. Todos os programas de Darwinismo Social apenas diminuiriam a variabilidade genética e portando diminuem as chances de sobrevivência em longo prazo, em caso de epidemias ou mudanças ambientais.
Uma boa compreensão da Teoria da Evolução mostra que darwinismo social é na verdade um risco para a humanidade, e não tem nada a ver com as idéias de Darwin.
Referencias:
http://www.talkorigins.org/faqs/evolphil/social.html
Bannister, R. C., 1979. Social Darwinism: Science and Myth in Anglo-American Social Thought. Philadelphia: Temple University Press.
Bowler, P. J., 1993. Biology and Social Thought, 1850-1914. Berkeley papers in history of science; 15. Berkeley, Calif., Office for History of Science and Technology University of California at Berkeley: 95.
Hofstadter, R., 1944. Social Darwinism in American Thought. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.
Kevles, D., 1995. In the Name of Eugenics: Genetics and the Uses of Human Heredity. New York: Knopf.
Ruse, Michael, 2001. Social Darwinism. Chapter 10 in: Can a Darwinian Be a Christian?, Cambridge University Press.
MOR-05: Se o homem é um animal, ele não tem moral
Alegação:
A evolução diz que o homem é um animal, mas homens são morais, idealísticos, religiosos, etc, e os animais não.
Resposta:
Não é a evolução quem diz que o ser humano é um animal, e sim a biologia básica.
E desde quando animais não possuem senso de moral? Quem diz isso provavelmente jamais teve um cachorro. No Brasil temos até um caso de um vira-latas que salvou a vida de seu dono, um garoto de 6 anos, de um ataque de um pit-bull ( http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u17251.shtml ).
Mas não precisamos ir tão longe. Cães e gatos às vezes demonstram sentimentos quase humanos, ficam preocupados, sentem saudades, brincam, sentem ciúmes, arrependimento, e sabem quando fazem coisa errada.
Golfinhos são verdadeiros altruístas. Eles jamais abandonam algum membro de seu grupo, mesmo quando correm perigo. Pescadores clandestinos sabem disso, e sempre ferem um ou dois golfinhos, para que todo o bando possa ser capturado.
Sem falar nos gorilas. A Koko por exemplo, possui um vocabulário de mais de 1.000 palavras em linguagem de sinais, e entende 2.000 palavras em inglês. Estudos mostram que ela apresenta qualidades antes consideradas exclusivamente humanas, como raciocínio, imaginação e sentimentos ( http://www.koko.org/index.php ).
Quem define o senso de moral é o próprio ser humano. Não são as nossas origens que vão ditar o que é moral e imoral, e sim a forma como nós seres humanos vemos o mundo e de que forma queremos melhorá-lo.
MOR-06: Se eu vim do macaco, posso agir como um
Alegação:
É um fato pouco conhecido que no que você acredita determina como você age. E se você acredita que veio do macaco, isso não lhe dá a permissão de agir como um também?
http://br.youtube.com/watch?v=yUYi0076CwE
Resposta:
Em primeiro lugar, a Teoria da Evolução não diz que viemos do macaco. Esse é um dos erros mais comuns dos criacionistas, e só por ele já dá para tem uma idéia do “níver” de conhecimento da figura.
Segundo a TE humanos e demais primatas possuem um ancestral comum, em algum lugar no passado. Ou seja, quer dizer que somos parentes, como primos, mas não que um descende do outro. Da mesma forma que somos parentes do elefante, da banana, dos cangurus, das moscas e das planárias. Aliás, todas as criaturas são parentes umas das outras, ligadas por uma única árvore genealógica.
O fato de todos os animais serem parentes uns dos outros já derruba essa idéia de que podemos agir como macacos.
O nosso nível de compreensão do universo é muito superior ao dos primatas, apesar de que eles também compreendem o universo à sua maneira.
Descobrir sobre nossas origens não vai mudar a forma como somos. Descobrir que você é aparentado com os primatas não vai fazer você deixar de ser quem você é. Isso é ridículo.
MOR-07: Hitler baseou suas idéias em Darwin
Alegação:
Vemos Hitler supremamente convencido de que só a evolução produz uma base verdadeira para a política nacional… Os meios adotados por ele para assegurar o destino da sua raça e do povo foram matanças organizadas, que saturaram a Europa de sangue… Tal conduta é altamente imoral quando medida por qualquer escala de ética, toda via a Alemanha a justifica; ela está de acordo com a moral tribal ou evolucionista. A Alemanha voltou ao passado tribal e está demonstrando ao mundo, em toda a sua nudez, os métodos da evolução…
Não há dúvidas de que a evolução foi a base de todo o pensamento nazista, desde o início até o fim. Todavia, é de fato um fenômeno notável que tão poucos tivessem se apercebido disso até hoje.
Resposta:
Deturpação e mentira. Hitler não baseou suas idéias no evolucionismo, mas no “direito divino” de governar.
“Assim, o movimento popular de maneira nenhuma acredita na igualdade de raças, mas que nas suas diferenças se reconhece seu maior ou menor valor e se sente obrigado, de acordo com esse conhecimento, a promover a vitória do melhor e do mais forte, e obrigar a subordinação do inferior e mais fraco, de acordo com a vontade eterna que domina esse universo” (Hitler, Mein Kampf)
Mein Kampf também sugere que Hitler tenha sido criacionista:
“Atacando a existência da cultura humana pela destruição do seu senhor, de acordo com a nossa filosofia, parece o pior dos crimes. Qualquer um que se atrever a por as mãos na imagem do Senhor comete sacrilégio contra o benevolente Criador em seu milagre e contribui para a expulsão do paraíso” (Hitler, Mein Kampf)
e:
“O que devemos lutar é pela proteção da existência e reprodução da nossa espécie, … para que nosso povo possa amadurecer para o cumprimento da missão dada pelo criador do universo” (Hitler, Mein Kampf).
O testamento de Hitler ainda diz:
“Em acordo com os desejos do Criador Todo Poderoso, atuando contra o Judeu, estamos lutando em Seu nome.”
Isso, é claro, não significa que ele baseou suas idéias no criacionismo. Na verdade, ele deturpou tanto a religiosidade quanto a ciência.
A Teoria da Evolução é clara ao dizer que a diminuição da variabilidade genética de uma população aumenta o risco de extinção.
Genocídios, limpezas étnicas, racismo, etc, nada disso contribui para a perpetuação da espécie. Muito pelo contrário, miscigenação, mistura de etnias, tolerância e altruísmo é que são favoráveis.
Outra: as idéias de Einstein foram usadas para criar a bomba atômica. Isso não faz dele uma pessoa má ou um criminoso. Nem faz da Teoria da Relatividade uma teoria perigosa, que deveria ser banida das escolas e esquecida para sempre. E muito menos prova que a Teoria estava errada.
Devemos agora banir o conhecimento por medo das consequências? Vamos pagar o preço de voltar à idade média por causa de pessoas que usam o conhecimento de forma errada? Estamos dispostos a isso?
Ciência é uma ferramenta, como uma faca ou uma tesoura. Pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Cabe a nós aprendermos com nossos erros, e criar um futuro melhor para nossos filhos e netos, usando as ferramentas que temos.
MOR-08: A Teoria da Evolução é racista
Alegação:
“Fica claro que, neste caso {racismo}, não foi a ciência que influenciou as atitudes racistas. Muito pelo contrário, foi uma crença a priori na inferioridade negra que determinou a seleção preconceituosa de “provas”. De um rico corpo de dados que poderia apoiar praticamente qualquer asserção racial, os cientistas selecionaram fatos que corroboravam suas conclusões prediletas, segundo as teorias em voga no momento”
Resposta:
A Teoria da evolução não é racista, da mesma forma que a Teoria da relatividade não é machista ou feminista. Teorias fornecem explicações naturais para os fatos da realidade. O que fazemos com essas informações é responsabilidade nossa, mas não muda o fato das coisas serem como elas são, ou seja, que os seres vivos evoluem.
Por anos a bíblia foi usada para justificar a escravidão, no entanto cristãos não vêem problemas em dizer que os versículos foram deturpados por pessoas inescrupulosas. Então, não deveriam ver problemas se a mesma desculpa é utilizada para defender o mau uso da teoria da evolução.
Porém, entendida propriamente, a evolução refuta qualquer noção de racismo. A evolução, apoiada pela genética, mostrou que não existe o conceito de raças para os seres humanos. Somos muito próximos uns dos outros para sermos separados por raças, por causa de nossa ancestralidade comum.
De fato, a evolução destruiu o conceito de “raça negra”, “raça branca”, “raça amarela”, que consistem nas bases do racismo.