FIS-01: A 1ª Lei da Termodinâmica invalida a TE
Alegação:
A Primeira Lei da Termodinâmica diz que matéria/energia não podem surgir do nada. Portanto, o universo não pode ter se formado naturalmente e a evolução é falsa.
Resposta:
É no mínimo hilário que criacionistas que dizem que os seres vivos e o universo foram criados a partir do nada pelo passe de mágica de um ser de origem duvidosa, usem a Primeira Lei da Termodinâmica como argumento contra a evolução. Até porque a Teoria da Evolução não tem nada a ver com a origem do universo.
O Big Bang não precisa necessariamente contrariar a lei de conservação de massa e energia. A energia potencial gravitacional de um campo gravitacional é uma energia negativa. Quanto toda a energia potencial gravitacional é adicionada ao resto da energia do universo, sua soma pode resultar em zero (Guth 1997, 9-12,271-276; Tryon 1973).
Além do mais, recentes descobertas na física quântica parecem mostrar que de fato não existe nada sólido no universo, ou seja, a matéria de fato é composta de nada.
Referências:
Tryon, Edward P., 1973. Is the universe a vacuum fluctuation? Nature 246: 396-397.
Guth, Alan H., 1997. The Inflationary Universe. Reading, MA: Addison-Wesley.
FIS-02: A 2ª Lei da Termodinâmica invalida a TE
Alegação:
A Segunda Lei da Termodinâmica diz que o Universo tende em da ordem à desordem, e do mais complexo ao mais simples, tornando a evolução impossível.
Resposta:
A Segunda Lei da Termodinâmica não diz tal coisa.
Entropia não mede aumento ou diminuição de complexidade, nem mede aumento ou diminuição de ordem.
O que a Segunda Lei diz apenas é que calor não flui espontaneamente de um corpo mais frio para um corpo mais quente ou, de forma equivalente, que a energia que pode efetivamente ser transformada em trabalho, em um sistema fechado, nunca aumenta.
Como a Terra não é um sistema fechado, a entropia pode diminuir (na verdade, sistemas fechados não existem na prática). A luz do Sol (com baixa entropia) ilumina e esquenta a Terra (com alta entropia). Esse fluxo de energia, e as mudanças de entropia que o acompanha, podem e de fato fazem a entropia diminuir localmente na Terra.
A idéia errônea de que entropia é o mesmo de desordem foi primeiro divulgada por Duane T.Gish, do Institute for Creation Research. Apesar de entropia e desordem muitas vezes corresponderem, nem sempre é o caso. Algumas vezes a ordem aumenta junto com a entropia (Aranda-Espinoza et al. 1999; Kestenbaum 1998). O aumento de entropia pode até produzir ordem, como ordenar moléculas por tamanho (Han and Craighead 2000).
E mesmo em um sistema fechado, bolsões de baixa entropia podem se formar se eles estão separados de outros locais com alta entropia no sistema.
Os únicos processos necessários para ocorrer evolução são: reprodução, variabilidade hereditária e seleção. Todos esses processos ocorrem e são vistos o tempo todo, e nenhuma lei física, tal como a entropia, impede a ocorrência deles. De fato, conexões entre evolução e entropia já foram estudadas em profundidade, e a entropia jamais foi um impedimento à evolução (Demetrius 2000).
Muitos cientistas têm proposto que a evolução e a origem da vida são impulsionadas pela entropia (McShea 1998). Alguns vêem a informação dos organismos sujeitos à diversificação de acordo com a Segunda Lei, com organismos buscando preencher nichos vazios como um gás se expandindo em um recipiente vazio (Brooks and Wiley 1988). Outros propõem que sistemas complexos altamente organizados surgem e evoluem para dissipar energia (e aumentar a entropia) de forma mais eficiente (Schneider and Kay 1994).
Referências:
Aranda-Espinoza, H., Y. Chen, N. Dan, T. C. Lubensky, P. Nelson, L. Ramos and D. A. Weitz, 1999. Electrostatic repulsion of positively charged vesicles and negatively charged objects. Science 285: 394-397.
Brooks, D. R. and E. O. Wiley, 1988. Evolution As Entropy, University of Chicago Press.
Kestenbaum, David, 1998. Gentle force of entropy bridges disciplines. Science 279: 1849.
Han, J. and H. G. Craighead, 2000. Separation of long DNA molecules in a microfabricated entropic trap array. Science 288: 1026-1029.
Demetrius, Lloyd, 2000. Theromodynamics and evolution. Journal of Theoretical Biology 206(1): 1-16.http://www.idealibrary.com/links/doi/10.1006/jtbi.2000.2106
McShea, Daniel W., 1998. Possible largest-scale trends in organismal evolution: eight live hypotheses. Annual Review of Ecology and Systematics 29: 293-318.
Schneider, Eric D. and James J. Kay, 1994. Life as a manifestation of the second law of thermodynamics. Mathematical and Computer Modelling 19(6-8): 25-48. http://www.fes.uwaterloo.ca/u/jjkay/pubs/Life_as/lifeas.pdf
Atkins, P. W. 1984. The Second Law. New York: Scientific American Books.
Kauffman, Stuart A. 1993. The Origins of Order. New York: Oxford. (technical)
Lambert, Frank L. 1999. The second law of thermodynamics. http://www.secondlaw.com