O Brasil é excelente em produzir preciosidades; não só nas profundas do seu solo, como acima da crosta terrestre também. Um exemplo disso foi o caso de um diamante com um mineral em seu interior que encerrava água lá dentro. Uma espécie de mineraception. Este mineral foi encontrado em Juína, no Mato Grosso e está sendo estudado por cientistas canadenses, já que… né?… brasileiro não se interessa por coisas de pouca importância como Ciência, por exemplo…
O dr. Pearson, Graham Pearson, além de ter nome de agente secreto, é professor do Departamento de Ciências Atmosféricas e da Terra, mas curiosamente não se desculpa por isso. Ele está pesquisando um ringwoodite, um peridoto mineral chamado de "olivina", muito usado em joalheria. Ele NÃO É um diamante, como muitos disseram. Por quê? Porque um diamante é composto unicamente de carbono (e eu até mostrei como se queimam diamantes). As olivinas são , basicamente, silicatos de magnésio. O que temos aqui é um ringwoodite que aprisionou água em seu retículo cristalino e este ringwoodite foi cercado por diamante, até formar algo… bem esquisito.

Esta coisa aí em cima é JUc29. Se prestarmos atenção, veremos um diamante envolvendo outra "pedra" (geólogos ensandecidos com tochas, ancinhos e facões se amontoando na porta da minha casa nestes instante). Esta PEDRA (pronto, mais da metade se enforcou e a outra quer me enforcar) tem uma água dentro dela; e esta amostra (que é bem pequena, por sinal, foi encontrada lá pra dentro do Mato Grosso, em um lugar chamado Juína.
Amostra de Pearson foi encontrado em 2008 na região de Juina de Mato Grosso , Brasil, onde mineradores artesanais desenterrou o diamante de cascalhos do rio. Ah, sabe quantos cientistas brasileiros estão no estudo? Sabe quantos pesquisadores o Museu Nacional foram lá pra ver? Sabe qual interesse dado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação deu?
NENHUM!
Entendam. Brasileiro só se interessa por pedra pra construção. Mesmo porque, com ela dá pra fazer estádio de copa e criar pistas tortuosas que substituirão vias expressas elevadas, cujas vigas desaparecerão que nem o avião da Malásia.
Ninguém se importou porque, se o Museu Nacional seguir o mesmo esquema desde o tempo que eu trabalhava lá, ninguém sequer sabia. Houve o caso que roubaram uns meteoritos da sala onde era guardado os minerais. Uma sala fechada com uma porta despencando, segurada no lugar por um toquinho de madeira. Fechadura e chave? Cadeado? Não, essa moderna tecnologia não tinha chegado lá naquela época. Pessoal só ia trabalhar no último dia de cada mês. O dia em que aproveitavam e assinavam o ponto pelo mês todo.
A pesquisa foi publicada na Nature e nos conta um pouco sobre a formação de nosso planeta. O mineral foi esculpido naturalmente por milhões de anos e sua forma incomum é devido à ação de fluidos corrosivos do manto durante o transporte para a superfície. A inclusão te 40 mícron (40 x 10–6 m) é um livro de História do que acontece no interior da Terra.

Grandão, né?
A equipe de pesquisadores nem estava atrás desse ringwoodite. Eles estavam à procura de outro mineral quando compraram um pedaço de diamante marrom sujo, vagabundo, sem valor comercial, possivelmente fedendo e que a olho nu só servia para acabar sendo catado junto com feijão. A inclusão é difícil de se ver e só com equipamentos (vocês sabem: aqueles aparelhos que pesquisadores brasileiros imploram para ter, mas as burocracias impedem) puderam entender o que estavam vendo.
O estudo é um grande exemplo de uma colaboração internacional moderno, com alguns dos principais líderes de diversas áreas , incluindo o Instituto de Geociências da Universidade de Goethe, da Universidade de Padova, Universidade de Durham, da Universidade de Viena, GeoServices Trigon e da Universidade de Ghent .
Brasil who?
É uma pena que descobertas assim tenham tanta validade para o brasileiro médio quanto sobre quantas vezes eu limpei a minha bunda hoje. Brasileiro médio odeia ciência e se publicar uma notícia assim, algum retardado falará que isso não ajuda as criancinhas famintas, ou que o importante é rolezinho ou que importante mesmo é se o time joga hoje.
Em Tuvalu, nós aqui sacudimos a cabeça em desalento.

Em outros meios de comunicação esse mineral tem 4,3 billhões de ano e prova que existe uma quantidade de vários oceanos de água doce no subterrâneo. Prova também que a água já existia praticamente na mesma época da criação da Terra.
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Eu duvido muito. Durante o período Hadeano, era impossível ter água líquida.
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@André, Concordo.O período Hadeano foi tão violento e quente(até homenageia Hades),com as colisões de planetesimais,que não pode nem ser considerado um período geológico legítimo,pois o calor gerado não permitia que as rochas se solidificassem.Assim não haveria a menor possibilidade de haver água.Somente no período Arqueano apareceram os primeiros registros geológicos e talvez nossa querida água.
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No caderno de ciência do Gobo.com http://oglobo.globo.com/ciencia/diamante-revela-existencia-de-um-oceano-sob-superficie-da-terra-11864377#ixzz2vyuEG772 , fala-se em 1 quintilhão de litros de águas subterrâneas. Os crentes não querem nem saber de diamante ou da história geológica, e já se apressam em dizer que essas são as famosas água do dilúvio que desapareceram.
A idade do mineral que não bate com a idade da historinha da Arca fica em segundo plano e não são levadas em consideração..
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Quer ver que não vai demorar muito pra aparecer alguém falando que “Os malditos gringos estão roubando as conquistas do Brasil, malditos imperialistas mimimimi”.
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