A disputa dos bolos racistas

O mundo ficou pior quando o Coitadismo se aliou ao Politicamente Correto. Isso gerou o CPC, que mais deveria ser PQP. Quando se fala que a política retardada de cotas no Brasil, muitos acabam achando que isso é mexer em vespeiro. Azar. O Brasil tem cota até para garantir um número mínimo de mulheres nas câmaras municipais, estaduais e federal desde 1995. Salvo engano, e que milady Fátima me corrija, o Artigo 5º, Inciso 1 da Constituição Federal garante igualdade entre homens e mulheres em direitos e deveres. Pois bem, legal, fantástico, maravilhoso. Eu posso eleger qualquer mulher que eu queira, mas e se eu não quiser? Hein? Mas temos que resguardar um mínimo de 30% de cadeiras para elas. Ok. Vamos a outro vespeiro. Cotas para negros, mulatos e… indígenas têm direito a cotas? Sim, têm. E quem estuda, independente de sua etnia? Ah, não. Este terá que esperar que os cotistas peguem as vagas, o que sobrar é que será dividido. Lindo.

Algumas ações insanas como essas acabam em acontecimentos que mais parecem algo saído de uma esquete de programa humorístico, como oferecer bolos mais baratos para negros, latinos e mulheres. Outros alunos contraatacaram oferecendo bolos mais baratos para caucasianos. Hoje é dia 27 de setembro, dia de Cosme e Damião e não ganhei merda nenhuma. Saco!

Tudo começa com uma ação para lá de maluca promovida pelos estudantes republicanos da Universidade da Califórnia, que fica na Califórnia. O bando de filhinhos de papai resolveram fazer um saldão de bolos. Neste saldão, quem era asiático, negro, latino ou mulher tinha direito a descontos. Perguntei à minha correspondente Mary Anthony se o desconto era cumulativo (tipo se alguma moça mulata que fala espanhol nascida no Camboja ganhava brioche de graça), mas parece que não. Isso por si só é completamente maluco.

Como maluquice pouca é bobagem e queijo em francês é fromage (de onde eu tirei isso, ó Hades?), outros filhotes de papai acharam que isso era mainstream demais, e resolveram radicalizar oferecendo bolos cotistas para caucasianos. Quem é mulher nesse caso se deu bem, pois comprou bolo barato numa banca e em outra banca. Aliás, o que é um povo latino? Que tem língua materna derivativa do latim? Então, a Monica Belluci correu pra lá. Sendo mulher, italiana e caucasiana (isso tá parecendo discurso da Luiza Erundina), ela se fartou de bolo. Só quero saber se ela vem aqui em casa dividir comigo. Tenho um bom Porto aqui que seria ótimo para acompanhá-la… digo, acompanhar a deliciosa…, digo, acompanhar a iguaria.., digo, ah, vocês entenderam!

Como eu sempre falo, isso gera mais separatismo e rancor do que união. Isso sem falar da estúpida ideia de te classificar segundo sua origem/etnia. Andaram fazendo isso na década de 1930 e não deu em boa coisa. Quando o Estado começa a regular assim, os direitos fundamentais de ser reconhecido como igual aos demais cidadãos vai pro ralo. Será demais relembrar que o pessoal d UNB demonstrou isso ao dizer que dois gêmeos idênticos pertenciam a etnias diferentes, ao ponto de um poder entrar por cota e o outro, não?

A democracia caminha para a extinção por um motivo estranho, onde alegam que isso é para garantir a igualdade. E garante-se a igualdade dando benefícios a uma classe, etnia ou qualquer coisa nesse sentido. Eu quero ter o direito de eleger quem eu quiser. Não quero saber se é mulher, negro, índio ou gosta de comer miojo. É interessante  notar que as mulheres somam maior número de eleitores do que homens., Logo, se não há mais mulheres em cargos públicos é porque elas mesmas não votam em mulheres (elas odeiam competição. Coloque duas mulheres com roupas iguais numa festa e veja que eu sei do que estou falando).

De resto, só me fica uma dúvida: moradores de Tuvalu têm direito a desconto também?


Fonte: G1

7 comentários em “A disputa dos bolos racistas

  1. Quero ver,daqui a alguns anos,o desempenho destes cotistas que tiveram uma fraca formação acadêmica nos ensinos médio e fundamental.Aposto que vão rever essa lei… :smile:

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    1. @Altair5,

      Sim, vão querer aumentar o percentual de cotistas, alegando que, como eles (os cotistas) são poucos, o resultado das pesquisas de desempenho acadêmico favorece á maioria burguesa.

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  2. Na época em que fiz o meu segundo vestibular foi quando implantaram o sistema de cotas na UnB. Meus pais juntaram uma grana para pagar um cursinho, porque meu Ensino Médio em escola pública não deu nem pro gasto. Ralei pra caramba, estudei de noite, de dia, feriado, dia santo, dia do cão, do capeta, de bélzebu, da papa, etc. Lembro-me muito bem que a pontuação para passar era de 132 (e uns quebrados) enquanto para as cotas era -26 (isso mesmo, negativos!). Tirei 116 e fiquei desnorteado. Enfim… só consegui passar dois anos e meio depois pois tive que trabalhar nesse período.

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  3. Acham que estou surpreso com mais essa? Aff!

    Na verdade, essa parada é mais um subterfúgio para buscar privilégios, usando-se da demagogia e da manipulação da massa para tanto.

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  4. Complementando… e isso considerando que muitos candidatos negros tinham condições financeiras muito mais favoráveis que as minhas. O problema é que tem gente que acha que a sociedade tem uma dívida histórica e não vê que o sistema de cotas é só um paliativo, um engana-trouxa que não resolve o problema que muitas vezes é puramente econômico e social. Dizer isso e não melhorar a educação é secar gelo. Esse assunto por aqui é espinhoso porque é tratado muitas vezes como religião, onde não se discute, não se fala e quando se comenta que é contra isso, você é taxado de conservador, neonazista, racista e todos os “istas” possíveis.

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  5. Olha a atrasilda aqui, gente…

    O princípio de igualdade perante a lei é um princípio geral cuja aplicação é bem descrita nos dizeres do Águia de Haia: aos iguais conforme suas igualdades e aos desiguais conforme suas desigualdades.

    É um ideal a ser alcançado, não uma realidade fática. Deste modo, não há como ignorar que as desigualdades existem.

    No primeiro exemplo citado, temos que homens e mulheres são iguais; mas todos sabemos que eles, de fato, não são iguais (o André, por exemplo, tem muito mais força física que a maioria das mulheres e tem habilidades que a maioria das mulheres não tem – assim como a maioria dos homens e assim como as mulheres tem habilidades que muitos homens não possuem). Deste modo, como falamos em igualdade, não falamos que eles são iguais, pois isso é uma inverdade; dizemos que perante a lei, todos são iguais).

    Isso não excluem, por exemplo, ações afirmativas que busquem igualar os desiguais. Eu tentei explicar isso aqui nesse artigo: http://subjudice.net/2011/08/os-super-cidadaos/ (Não estou tentando fazer propaganda).

    Na legislação trabalhista, por exemplo, há previsão da quantidade de peso que uma mulher pode carregar e outra de quanto o homem pode carregar. Isso seria dar tratamento desigual para ambos? Não, só visa dar o tratamento que busque eliminar as desigualdades.

    Existem certas profissões em que a mulher tem direito a um descanso de 15 minutos após um determinado número de horas trabalhadas e esse direito – como recentemente entendeu nossos tribunais – não se estende ao homem. Por que assim é? Seria um tratamento desigual?

    A Advocacia Geral da União recentemente deu um parecer favorável ao sistema de cotas, isso pq ela entendeu que as ações afirmativas do governo que busquem eliminar as desigualdade não afronta o princípio da igualdade.
    Veja: http://g1-globo-com.jusbrasil.com.br/noticias/1614529/agu-da-parecer-favoravel-ao-sistema-de-cotas

    Não, não estou usando o apelo à autoridade, só estou tentando mostrar um outro lado da mesma moeda.

    E, para melhor explicar meu posicionamento, lanço mão do exemplo dos deficientes. Um cara que tem um braço a menos do que o outro não pode ser considerado igual ao outro, pode?

    Por sua própria condição, ele está em desigualdade, quando comparado ao outro que tem dois braços. Assim, se ele está em desigualdade, o sistema de cotas (que reserva um determinado número de vagas em empregos) visa eliminar essa desigualdade.

    Bom, é isso.

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    1. Deste modo, como falamos em igualdade, não falamos que eles são iguais, pois isso é uma inverdade; dizemos que perante a lei, todos são iguais

      Discordo. A licença paternidade é diferente da licença maternidade. Sim, eu sei que há diferença, mas estra diferença se dá intrinsecamente devido à diferença biológica. Mulheres se aposentam mais cedo, outra diferença. Mulheres possuem um mínimo de cadeiras nas assembleias legislativas etc. Logo, queira me desculpar, mas é uma grande mentira institucional dizer que somos iguais, pois tal acarretaria em direitos iguais.

      Não estou tentando fazer propaganda

      Propaganda aceita, pode citar-se quando quiser.

      Isso seria dar tratamento desigual para ambos? Não, só visa dar o tratamento que busque eliminar as desigualdades.

      Discutível. Veja bem, eu teria que fazer um checkup completo em ambos para saber qual dos dois possui maior aptidão física. No tempo que as mulheres ficavam em casa lavando, passando, cozinhando e costurando (Casimiro de Abreu feelings) até poderia. Hoje vocês vão pra academia, malham, puxam ferro etc. daí chega no trabalho e não pode pegar uma caixa de uns, digamos, 5 kg pois ficam amuadas e gemendo (sim, eu já vi isso acontecer como descrito). Então um homem com problemas nas costas teria que entrar com um pedido na justiça e passar por um exame pericial para provar que ele não tem condições, já que a Justiça entendeu antes, com base em uma sociedade que não existe mais, que ele tem muito bem condições de serviço médio?

      Existem certas profissões em que a mulher tem direito a um descanso de 15 minutos após um determinado número de horas trabalhadas e esse direito – como recentemente entendeu nossos tribunais – não se estende ao homem. Por que assim é? Seria um tratamento desigual?

      Vide acima. A conclusão é óbvia.

      A Advocacia Geral da União recentemente deu um parecer favorável ao sistema de cotas, isso pq ela entendeu que as ações afirmativas do governo que busquem eliminar as desigualdade não afronta o princípio da igualdade.

      Eu dou aula em colégio de classe média-alta/alta. Tem alunos brancos, negros, alguns hispânicos (afinal, eles são brancos ou o quê?), chineses e até um miserávelzinho que só fala holandês. Também já dei aula em estadualzão, onde tinha alunos brancos, negros e tinha um japa que eu não sei o que ele estava fazendo lá. O negro de família de classe média-alta tem direito a cota, mas o branquinho do estadualzão não tem? Mas o branquinho do estadualzão tem direito por vir de um estadualzão, mas não poderá competir em termos de nota com o pequeno representante afro-brasileiro (falar “negrinho” é racismo, mas falar “branquinho” não é. Estranho). Então, o certo seria uma comprovação de renda. Vc tem dinheiro para pagar? Pague a faculdade (o que acarretaria em fraude, obviamente, mas nada é perfeito) e pronto.

      E, para melhor explicar meu posicionamento, lanço mão do exemplo dos deficientes. Um cara que tem um braço a menos do que o outro não pode ser considerado igual ao outro, pode?

      Eu uso óculos por ser míope e astigmático. Sou deficiente parcial de visão. Fui vítima de chacota, me chamaram de 4 olhos, caixa-d’óculos (gíria antiga), cegueta etc. Quero direito a cota e pensão do governo por causa dos meus traumas!

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