Sangue artificial é meta para pesquisadores

“Sangue é vida!”

Com certeza, você já deve ter ouvido essa frase em muitos livros, novelas, filmes de terror etc. Nada mais verdadeiro. Os egípcios já sabiam da importância do sangue e, através do Papiro Ebers – um trecho de um dos tratados médicos mais antigos e importantes que se conhece tendo sido é datado de aproximadamente 1550 A.E.C. (atribuído a Imhotep, antes de ele ser “promovido” a feiticeiro por Hollywood) –, diziam que existe o coração, e que está ligado com um certo numero de “canais”, que se distribuem pelo corpo (22 no documento encontrado pelo egiptólogo Edwin Smith). Em cerca de 1200 A.E.C., os chineses já conheciam a importância do sangue e sabiam que ele se movia, bem antes de Harvey demonstrar a circulação sanguínea.

Aristóteles ensinou que o coração era o principal órgão do corpo e era com ele que pensávamos, enquanto hipócrates já sabia que o coração tinha cavidades, uma com sangue escuro e outro vermelho vivo. Mais tarde, Erasístrato identifica as válvulas pulmonar e aórtica e descreve a presença de sangue nas artérias dos animais vivos, além de uma informação fundamental: as artérias e veias se comunicam.

A importância do sangue é indescritível, pois ele que leva nutrientes, oxigênio, sistemas de defesa etc. É ele que serve de transporte de medicamentos, ajuda na excreta de substâncias nocivas e, por fim, serve de base para as nossas vidas. Contudo, perder quantidades significativas de sangue leva à morte, onde nem sempre se consegue repor o que foi perdido por falta de estoques de reposição; por isso, a pesquisa para um substituto do sangue tem sido a meta de muitos cientistas.

Entre os que em todo o mundo procuram uma alternativa viável de sangue são os cientistas da Universidade de Essex, na Inglaterra, os quais apresentaram uma patente mundial para hemoglobinas artificiais, as quais eles estão pesquisando.

O problema da hemoglobina é que ela é a responsável pelo transporte de oxigênio para as células do corpo. e carrega o dióxido de carbono em direção aos pulmões para a troca gasosa. Uma de suas inconveniências está no fato dela preferir transportar monóxido de carbono do que moléculas de oxigênio. É isso que faz o CO ser tão nocivo. Outra “pequena” inconveniência está no fato de a hemoglobina ser segura enquanto está dentro das hemácias (os famosos glóbulos vermelho”. Fora das hemácias, a hemoglobina pode ser tóxica, pois pode produzir radicais livres que podem danificar o coração e os rins. Lindo isso, não? Nada como um bom projeto inteligente!

Com isso, os pesquisadores da Universidade de Essex, chefiados pelo professor Chris Cooper, estudam uma maneira de deixar a hemoglobina do sangue artificial ser menos tóxica, mas ainda desempenhando suas funções primordiais: transportar oxigênio pelo corpo.

Um detalhe interessante da hemoglobina é que sua cor oriunda da presença de íons Fe+3 (íon férrico). Por causa disso, os médicos costumam prescrever sulfato ferroso (FeSO4)para pessoas anêmicas. Sua coloração varia de vermelho vivo ao grená (cor de vinho), por causa das reações com o oxigênio que transporta.

No entanto, com a redução do íon férrico, ele ganha 1 elétron e passa a íon ferroso (Fe+2), de coloração esverdeada. No foto que abre o artigo, podemos ver o professor Cooper com exemplares de hemoglobinas em diferentes estados de oxidação. Se a hemoglobina ficar fora da hemácia, ao produzir radicais livres, eles oxidam outras moléculas do corpo, enquanto o ferro na hemoglobina é oxidado.

Os pesquisadores esperam que sua descoberta um dia será usada no desenvolvimento de um substituto do sangue, que poderia ser usado em hospitais. Mais de 75 milhões de unidades de sangue doadas são dadas às pessoas em todo o mundo a cada ano, mas os médicos enfrentam uma luta constante para manter o abastecimento. O próprio HEMORIO, como outras entidades de estocagem de sangue, sofrem com estoques em baixa. Agora, com o carnaval e um monte de gente irresponsável nas ruas, a necessidade de sangue se tornará maior, dada a imprudência de idiotas que ficam causando acidentes de trânsito.

Dessa forma, um substituto poderia suprir melhor os hospitais, e dado a qualquer paciente, sem as complicações de rejeição por causa de fatores sanguíneos incompatíveis ou contaminação por vírus etc.

Enquanto o substituto para o sangue não chega, tome vergonha e vá doar um pouco do seu. Não se preocupe, ninguém dará a mínima se você vai fazer em nome de Jesus, se Alá vai te dar 3846915 virgens, se George Carlin vai te abençoar ou porque as enfermeiras lá são gostosas. Lembre-se que você estará contribuindo para salvar uma vida e ainda ganha um lanchinho de graça!


Fonte: Universidade de Essex

2 comentários em “Sangue artificial é meta para pesquisadores

  1. Já faz um bom tempo que estão nessa busca.Tomara que achem logo a solução tão esperada para o problema.
    Sou doadora de sangue e medula há muito tempo.Infelizmente um BIRADS C4 me tirou da jogada por enqto.Espero que depois possa voltar a doar.É muito legal ser doador de sangue.Saber que só aquela sua bolsa vai ajudar 4 pessoas dá um up danado no ego.

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