Padre anglicano recomenda que pobres roubem

Algumas pessoas não têm o menor pingo de simancol, e nem param mais do que 3 segundos para pensar sobre o que estão falando em determinado momento. Um bom exemplo disso é o de um padre anglicano que, no meio de um ofício religioso, recomenda que pobres roubem em caso de necessidade. Mas só no caso de roubarem o que realmente precisam e de grandes cadeias de supermercado. Um primor de conselho, como podem ver.

O padre Tim Jones, da paróquia de São Lourenço e Santa Hilda, no condado de York, no norte da Inglaterra, disse no sermão de domingo passado (20/12) que as pessoas deveriam furtar de grandes cadeias de lojas e não de estabelecimentos pequenos. Segundo ele, a atitude da sociedade para com os necessitados “deixa algumas pessoas sem outra opção a não ser o crime”.

Essa “maravilhosa” lógica implica em que Maquiavel tá certo, o fim justificam os meios, e se você, meu caro crisão, tem fome, tem mais é que mandar os 10 mandamentos às favas e surrupiar o que precisa.

Entretanto, padre Tim Jones (eu juro que o nome dele é esse mesmo) ressalta que não se deve assaltar pequenos mercadinhos e sim grandes varejistas pois, no final das contas, eles irão repassar o prejuízo no preço das mercadorias de qualquer forma.

“Quando as pessoas são libertadas da prisão ou se encontram repentinamente sem trabalho ou apoio da família, deixá-las por semanas e semanas com apoio social inadequado (…) é uma insensatez monumental, catastrófica”, justifica de forma injustificável, o clérigo esclerosado.

Isso deu uma celeuma sem tamanho. O Arquidiácono de York, que é quem manda no local, uma espécie de arcebispo, ficou pocesso com a “recomendação” e fuzilou: “A Igreja da Inglaterra (anglicana) não recomenda que ninguém furte. O padre Tim Jones está levantando questões importantes sobre as dificuldades que as pessoas enfrentam quando o apoio social não é oferecido, mas furto em lojas não é a forma de superar essas dificuldades.”

A polícia da região, Yorkshire do Norte, qualificou o sermão como “altamente irresponsável”. Um porta-voz da força disse que, apesar de as pessoas sofrerem dificuldades financeiras, “furtar em lojas ou cometer outros crimes nunca deveria ser a solução”.

Na Inglaterra, quem entra com o inquérito é a própria polícia, pouco importando se as partes concordarem ou não. Assim, se eu chegar lá e der um soco em alguém, mesmo que a pessoa aceite as desculpas e diga que não tem problema nenhum, a polícia pode muito bem instaurar inquérito assim mesmo, agindo como zeladora da manutenção da ordem pública. Dessa forma, se os meganhas resolverem abrir uma queixa formal contra o padre, apesar de ninguém dar parte, ela o fará assim mesmo e a bosta vai começar a feder. Claro que o arquidiácono da paróquia vai intervir, pois não fica bem um padre em cana, mesmo que ele seja um idiota, com opiniões totalmente imbecis.

Ainda segundo o porta-voz da polícia, “fazer isso (recomendar o roubo) seria tornar a espiral (social) descendente ainda mais rápida, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade como um todo”.

Mais tarde, em entrevista à rádio da BBC em York, Jones afirmou que sua intenção não era encorajar as pessoas ao furto, mas a doar mais para a caridade para impedir que os necessitados fiquem desesperados. Que lindo coração o dele, hein?

Eu so fico pensando no caso das pessoas reclamarem que precisam de uma BMW, uma moto ou achar que a bolsa de uma transeunte é mais fashion que a sua. Parabéns, padre, está nos convidando a cair na barbárie (se é que conseguimos sair dela totalmente).


Fonte: BBC Brasil

5 comentários em “Padre anglicano recomenda que pobres roubem

  1. “Jones afirmou que sua intenção não era encorajar as pessoas ao furto, mas a doar mais para a caridade para impedir que os necessitados fiquem desesperados.”, padre Jones quer fazer uma legião de Robin Hoods?.

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    1. @Renato,
      Os caras estão tão acostumados em seguir um livro contraditório, que nem se importam mais em dar desculpas esfarrapadas como essa.
      O sujeito podia dizer que “Mandei roubar mesmo, e daí? Eu sigo o g-zuis transgressor e seu bando selvagem.”, mas fica inventando estorinha (aka mentindo na cara dura). Típico.

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