
Eu me lembro quando era menino. Era um mundo estranho que muitos de vocês não reconheceriam. Era um mundo pré-internet. Computadores eram coisa de ficção científica. Ter acesso a todo o conhecimento da Humanidade? Só se abrisse a Barsa (é algo com um monte de folhas de papel escritas. Tinhas uns mapas de imagens. Perguntem aos seus pais). As mães preparavam “O” almoço, um almoço de domingo. Os pais estavam em casa, depois de uma semana de trabalho. Era um evento. O evento do almoço de domingo. Às vezes com avô e avó, tios, ou apenas só os de casa. Sim, vocês não sabem, o que isso significa, a geração de cada um pega o seu prato, vai pro quarto e fica no celular.
Havia outra coisa certa aos domingos: um homem. Ele trabalhava aos domingos! Um terno simples, um auditório. Microfone preso no pescoço. Um imenso sorriso. Desde a manhã até a noite, aquele homem conduzia a diversão. Jogos, divertimento, para as senhoras e senhores, moças e rapazes, meninas e meninos. Era um mundo de alegria, mas esse mundo acabou, não existe mais, já era. Se foi. Os almoços, as reuniões, os programas, o homem. Sílvio Santos morreu, e com ele morreu o domingo. Continuar lendo “O sábado anuncia: o domingo morreu” →