Elefante manda a dieta às favas e vai comer salgadinho num mercado

Eu acho o máximo quando se vê com carinho e normalidade a fauna local. Os doces animaizinhos subindo de dois em dois passeando pelos lugares e encantando turistas. Às vezes, perde-se o controle e um monte de bicho invade seu apartamento e rouba a sua comida (estou falando de animais como macacos, não o seu cunhado). Então, quando você acha que já viu de tudo, vem a Tailândia e diz: “Segura essa.”

Na província de Nakhon Ratchasima, dois elefantes decidiram que o mato já não estava dando conta do recado e resolveram migrar do Parque Nacional Khao Yai direto pra sessão de salgadinhos.

Pois é, até os elefantes estão de saco cheio da dieta low carb da floresta, daí vão catar guloseimas em todo canto, nem que seja uma 7-eleven.

O responsável pela operação digna de Onze Homens e Um Elefante foi Plai Biang Lek, um senhor elefante de 27 anos, já bem conhecido na vizinhança. Enquanto o colega de tromba ficou na porta fazendo a clássica função de “olheiro”, Biang Lek entrou com a calma de quem paga no Pix e foi direto à prateleira. Nada de bananas ou bambu: ele queria doces industrializados, como qualquer consumidor estressado numa segunda-feira à tarde.

Testemunhas relataram o momento exato do crime:

“Eu saí e tentei espantá-lo. Eu disse a ele para não se aproximar.”

A frase, claro, teve o mesmo impacto que pedir educadamente pra um ônibus em movimento dar ré. Elefantes não esquecem, mas também são ótimos para cagar e andar, pouco se danbdo com o que uns toscos pedem ou deixam de pedir.

Biang Lek passou 10 minutos no estabelecimento, tempo suficiente pra devorar 10 pacotes de doces, bananas secas e petiscos de amendoim — a versão elefantina do combo “fim de dieta + TPM”. Ao final, saiu sem pagar, sem pressa, e sem culpa, porque não existe código penal para paquidermes com vontade de um lanchinho.

E sim, agora vem a parte que você achava que era exagero: os guardas florestais tiveram que ser chamados para escoltar o elefante para fora da loja. Levaram um tempo. Afinal, convencer 4 toneladas de vontade própria a sair do self-service exige mais que boa vontade.

Mas calma, a justiça foi feita! O grupo de proteção à vida selvagem voltou depois e pagou 1000 bahts (ou meio centavo de real) à dona da loja como reembolso pelos “produtos roubados”, numa espécie de vaquinha do bem — ou como foi batizado localmente: Patrocínio do Lanche Selvagem 2024.

E o mais bonito de tudo? A comerciante não ficou brava. Só comentou, entre risos:

“Acho que ele só queria salgadinhos.”

Claro, dona formiguinha. Todos nós queremos. Mas poucos de nós têm a coragem de invadir uma loja de conveniência e fazer isso de forma tão teatral quanto o Biang Lek no passo do elefantinho.

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