A música pode mudar a forma como você se lembra de vivências passadas

Por Yiren Ren
Pesquisadora Adjunta em Ciência Cognitiva do Cérebro
Georgia Institute of Technology

Você já percebeu como determinadas músicas podem trazer de volta uma enxurrada de memórias? Talvez seja a melodia que estava tocando durante sua primeira dança, o hino de uma viagem incrível ou outro momento. As pessoas, geralmente, pensam nessas memórias musicais como instantâneos fixos do passado. Mas, pesquisas recentes que minha equipe e eu publicamos sugerem que a música pode fazer mais do que apenas desencadear cenas vividas – ela pode até mudar como você se lembra delas. Continuar lendo “A música pode mudar a forma como você se lembra de vivências passadas”

Os imigrantes estão vindo

Imigrantes são uma constante na história da humanidade. Saindo da África e indo pro que hoje é o Oriente-Médio, de lá pra Europa e Ásia, pro vale do Indo, para as estepes, para a Polinésia, de lá para o mundo, estamos sempre imigrando. Somos viajantes, exploradores.

E se você é daqueles que fica tendo chilique por causa de uns imigrantes, mesmo sabendo que sua família foi uma, eu só tenho uma a dizer:

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O Hino para Nikkal

Deixe-me louvar Nikkal e exaltar Hirihbi,
o rei do verão; Hirihbi, o rei da devastação
Nikkal, deixe-me exaltar e louvar!
Yarah é luz; então deixe Yarah banhar-te
Com luz

Este é um poema antigo, bem antigo. Encontrado na região de Ugarit, na atual Síria, este texto está num tablete de argila com escrita cuneiforme, mas não é no idioma ugarítico, e sim em hurriano, idioma dos hurritas, povo que lá vivia lá pelo século 15 A.E.C.. Só isso, já seria fascinante, mas a história não acaba aqui. Este poema é a letra de uma música, o Hino Hurriano para Nikkal, a peça de música mais antiga encontrada, datando entre 1400 e 1200 A.E.C., tendo sido descoberto nas bibliotecas da cidade de Ugarit, hoje chamada Ras Shamra. Continuar lendo “O Hino para Nikkal”

Um mashup clássico

Mashup é um termo da música eletrônica que significa ”misturar”. Você basicamente pega duas músicas que a princípio não tem a ver nada entre si e faz o mashup em que uma acaba encaixando direitinho na outra (ops). Muitas vezes sai um arranjo todo especial, mas… e quanto à música clássica?

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A música para uma deusa, um satélite e uma missão

A NASA pretende voltar à Lua, carregando astronautas consigo. É o Projeto Artemis, a irmã de Apolo, a deusa caçadora, a que vive na Lua. O plano está em levar astronautas (homens, mulheres, mas não javeiros, porque só querem levar gente) na Lua até 2024. Daí, os estagiários se juntaram e celebraram a missão com música. Diferente da FIOCRUZ que faz RAP tosco falando mal de organismo geneticamente modificado, o vídeo ficou legal, inspirado numa música da Ariana Grande. Aumente o som!

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Uma sinfonia impactante da Lua

Aristóteles, grande sábio da Antiguidade, disse que a Lua era maciça, sólida e totalmente perfeita. Ela não tinha nenhum defeito, totalmente lisinha como a bunda de um bebê. Claro, o tosco de Estagira tinha problemas em olhar pra cima e olhar pra Lua, que mesmo a olho nu dá pra ver que ela não é lisinha, mas estamos falando de um sujeito que foi casado duas vezes e achava que mulheres tinham menos dentes que homens. O mundo sopralunar era perfeito, lindo, maravilhoso. Uma pena que Aristóteles fosse tão ignorante ao ponto de escrever um mundaréu de bobagens, enquanto Aristarco de Samos já tinha dito que a Lua tinha crateras e girava ao redor da Terra, assim como a Terra girava ao redor do Sol. Aristarco não tinha o reconhecimento de Aristóteles e seus escritos padeceram ignorados por séculos.

Só com Galileu é que tivemos certeza da imperfeição da Lua, com seus vales, “mares”, montanhas e crateras. Muitas dessas crateras possuem milhões de anos, outras, algumas centenas, mas delas, 111 possuem idade de cerca de 1 bilhão de anos.

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Um estetoscópio no cérebro para saber o que você tem na cabeça

No tempo da TV ao vivo, era um problema sério. Tudo tinha que ser resolvido na hora. Até mesmo as novelas eram ao vivo. Conta a Glória Menezes que ela tinha que dizer a fala dela olhando para a câmera, e a câmera ia se afastando. Era uma novela de época, e a Glória com aquele vestidão de direito. O problema é que o suporte da câmera engatou na armação do vestidão e à medida que a câmera ia recuando, a Glória Menezes teve que andar junto, ou ia cair no chão. E era AO VIVO! Já o finado ator Jaime Barcelos, durante um Tele Teatro (ao vivo, claro), numa cena que ele tinha que cair, o fez de mau jeito caiu e se machucou, quebrando a perna. Tiveram que retirá-lo de lá imediatamente. Então, pegaram um mané, o vestiram de médico, ele entrou, colocou o estetoscópio na cabeça do Jaime e vaticinou: “ele morreu, senhora”, removendo o ator dali e levando-o pro hospital.

Imagine se realmente desse para ouvir o que você tem dentro da cabeça. Sim, é bizarro o pensamento que podermos ouvir o que se passa lá dentro, mas nem é bem isso… quer dizer, até é, mas não no sentido de ouvir o que você anda pensando (nem queremos nos escandalizar tanto). Pesquisadores estão estudando as potencialidades de um estetoscópio cerebral. Ele não é como um estetoscópio per se, mas sim um algoritmo que traduz a atividade elétrica do cérebro em sons. E esses sons são traduzidos em ondas numa tela de comutador e podemos analisá-las. Mas calma, o artigo ainda não acabou!

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Stephen Hawking canta Monty Python

Tem muitas coisas sem-noção no mundo. Algumas delas são engraçadas. É um "sem-noção do bem". Nada é mais sem-noção do bem que o Monty Python, o grupo humorístico inglês. Sendo assim, convidaram o Stephen Hawking para gravar uma das suas musicas. Claro, o físico na cadeira mais badass de todos os tempos (estou falando do lugar de Isaac Newton,mas a cadeira de rodas dele também é maneiríssima!) topou na hora. E o vídeo com a música Galaxy Song segue a seguir, seguindo minhas desculpas por um pleonasmo horroroso!

Ouça o seguinte (letra embaixo)

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Ciência, música e a beleza de combiná-las

Há duas coisas fundamentais que nos separam dos outros animais. Produzir ciência e fazer música. Pássaros não fazem música. Estão apenas chamando as fêmeas de "gostosas", enquanto puxam briga com outros pássaros. Aprendemos a criar melodias diversas, aprendemos a usar a Ciência. Aprendemos a misturar as duas coisas, e o resultado é fantástico.

Nigel Stanford achou que seria o máximo usar a Física das ondas mecânicas, intimamente ligada aos sons, para produzir arte, usando música. É um efeito fisiception, no qual ondas sonoras formam ondas mecânicas, gerando esculturas. E como tudo fica melhor com bobinas de Tesla, o que se pode dizer? Veja o vídeo!

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Os “milagres” que vemos, mas não vemos

Há muitos milagres que vemos, mas não vemos. As estrelas do céu, os grãos de areia, como a vida é. São coisas fantásticas que têm explicação, e estas explicações são tão bonitas quanto o fato em si. Mas é tão legal ficar sentado numa praia ouvindo o ruído da arrebentação, sob um céu estrelado, com a Lua em foice parada no alto, que a gente não precisa saber do movimento das marés sob o efeito do vento e da atração gravitacional da Lua, com o basso brilho frio das estrelas, que muitas delas sequer existem mais.

O vídeo a seguir nos mostra um pouco dessa fascinação e, claro, vai a letra junto.

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