Quando a Pepsi prometeu dar um avião de combate em troca de tampinhas (ou quase isso)

O marketing corporativo vive numa corda bamba fascinante entre o genial e o catastrófico. De um lado, temos campanhas lendárias que definem décadas, como o “1984” da Apple ou a família Volkswagen dos anos 60, que transformaram produtos em ícones culturais. Do outro extremo, encontramos desastres épicos que se tornam estudos de caso sobre como não fazer propaganda. Como foi o caso da Jaguar e sua propaganda… esquisita e que envelheceu pior que leite no sol.

Entre esses dois extremos existe um território pantanoso onde habita a grande maioria das campanhas publicitárias: as promoções. Elas não deveriam ser problemáticas, mas aí entra em cena executivos ambiciosos decidem que ser esquecível não é uma opção. Quando departamentos de marketing começam a flerte com o extraordinário sem consultar adequadamente o jurídico, quando a criatividade atropela o bom senso, e quando uma simples campanha promocional se transforma numa bomba-relógio legal esperando para explodir na cara da empresa. E isso acarreta uma promoção em que você poderia ter um avião de guerra. Continuar lendo “Quando a Pepsi prometeu dar um avião de combate em troca de tampinhas (ou quase isso)”

Pesquisadores querem saber o que faz alguém redigir leis com juridiquês no 11

Ler leis e decisões judiciais é um saco. Tem horas que efetivamente você não entende nada do que está escrito lá. Mas, a cidadania não começa com você tomando conhecimento das leis, não só para respeitá-las, mas exigir que sejam cumpridas? Bem, como faremos isso com uns textos empolados? De onde veio este péssimo hábito de escrever daquele jeito?

Um estudo recente conduzido por cientistas cognitivos do MIT revelou os motivos pelos quais os documentos legais são notoriamente difíceis de entender, mesmo para advogados experientes. A pesquisa sugere que a linguagem convoluta do “juridiquês” serve a um propósito específico: transmitir uma sensação de autoridade.

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MP faz sacanagem de forma errada com criadora de conteúdo adulto e ela faz sacanagem da maneira certa

Existe uma coisa chamada Efeito Streisand. Ele teve o nome cunhado em 2003 depois que Barbra Streisand processou o fotógrafo Kenneth Adelman por ele ter tirado uma foto aérea da mansão da cantora. Ela alegou que isso era violação de privacidade. Até então, ninguém se importava ou sequer sabia onde ela morava. O processo ganhou a mídia e da noite pro dia o site de Kenneth passou a receber milhares de visitas, todo mundo querendo ver a mansão.

Agora,  bola da vez é uma guria que posta conteúdo adulto em plataformas como o Privacy. Ela apelou pro Marketing, conseguiu e ganhou um processinho de presente. O que fez em seguida? transformou comunicações em propaganda, porque não existe má propaganda, existe propaganda.

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Tem gente que diz que adora o cheiro de crime passional pela manhã

De advogados a gente não espera muita coisa. Dificilmente, alguém falará algo que não seja isso, salvo advogados, claro. O problema é que alguns exageram na questão que faz o dia deles: crimes. Eles adoram, eles precisam que haja qualquer tipo de delito. Sem delitos, não há advogados. Sem advogados, o mundo tem menos delitos, que o diga uma advogada que está na mira da OBAB por mostrar o que realmente é.

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Advogado preguiçoso usa IA para fazer o seu trabalho e dá ruim

A ignorância é uma coisa triste. Ademais, pior que não saber é não pesquisar e estudar a respeito de coisas que farão uso. Isso vai desde vibradores, tratores e o ChatGPT. Normalmente, o que acontece é o uso errado e no caso dos 3, pode levar a você a se ter certos orifícios do seu corpo usados de forma beeeeeeeeeem dolorosa.

Que o diga um advogado americano que usou o ChatGPT achando que ele era o Google e uma fonte abalizada de informações. Bem, não era e ainda não é.

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Advogados evangélicos deram OK para a Portaria de Satanás

O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA, no uso de suas atribuições que lhe conferem inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e o inciso V do art. 37 da Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019, e com base no § 2º do art. 7º da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, no inciso IX do art. 45 e § 6º do art. 50 da Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017; e no parágrafo único do art. 191 e art. 207 do Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017, resolve:

Bem, é assim que começa uma portaria expedida pelo Ministério da Justiça. Em resumo, esta portaria veda o ingresso no país de estrangeiros suspeitos de envolvimento em crimes específicos, como terrorismo. Seria como proibir que parasitas políticos brasileiros no exterior pudessem voltar ao Brasil, mas não é bem assim. Claro, teve gente reclamando, e ministro Sérgio Moro citou que a ANAJURE (associação de juristas evangélicos) apreciou muito a referida portaria. O número dela é 666.

Postando direto das profundezas do Fundo do Poço (não do Inferno, pois o Diabo fugiu daqui), esta é a sua SEXTA INSANA!

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Como defender seu TCC? Usando o lacre ao seu favor

Alunos são muito criativos. Normalmente, esta criatividade é pro mal. Eles encontram a mínima brecha e a explora sem dó nem piedade. Isso vale não só para a criancinha de Fundamental 1, como aluno de universidade (e principalmente estes) também. Atualmente, está muito fácil defender TCC, dissertação de mestrado ou tese de doutorado, pois, pessoal se tocou, que pode usar o lacre ao seu favor que ninguém contrariará, ou serão taxados de preconceituosos, racistas, heteronormativospirocopressor do cacete a quatro.

Um exemplo desses é um aluno de advocacia (eu ia dizer Direito, mas nesses cursos nada e feito direito) que foi apresentar o TCC vestido de drag queen. Pessoal, claro, bateu palmas, como focas treinadas.

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Vodu não garante Justiça e ainda ferra a sua vida

Imaginem a cena. Você, Grande Lúcifer, Senhor dos Infernos, Príncipe das Trevas, Lorde da Maldade, Líder dos Demônios, Expressão Máxima do Mal. Alguém vem e fala contigo e faz um pacto. Você, Ó Desprezível, quer espalhar o mal, a perversão, carregar todo mundo pra maldade, fazer todo mundo cheirar maconha e fumar cocaína. Mas não. A criatura que contrata seus serviços quer apenas zoar o casamento dos outros. Eu acho isso uma Ofensa a Lúcifer, Nosso Senhor.

No caso em questão, uma dona ficou bolada com a relação extraconjugal do pai, resolveu fazer uns unga-bunga, apelando pra Vodu. E nós sabemos muito bem para que é e o que é Vodu. Continuar lendo “Vodu não garante Justiça e ainda ferra a sua vida”

Homem acusado de estuprar crianças foi linchado. Ele era inocente

As pessoas acham lindas essas fanfics retardadas com crianças de 4 anos dando lições de moral por aí. Inventar histórias pode não dar em nada, mas pode acabar em tragédia. Você pensa que a mídia tem responsabilidade de não veicular qualquer coisa, mas não é verdade e um dos mais evidentes casos de como o jornaleirismo irresponsável pode acabar com a vida de alguém é o caso da Escola Base. Alguém tirou da cavidade retal que era um lupanar, um antro de devassidão, com uma legião de pedófilos que abusava sexualmente de criancinhas pequenas. Nenhuma prova, mas se o jornal falou é verdade. A vida dos diretores do colégio foi destruída, nunca mais se reergueram, apesar de ganharem ações judiciais. Ainda assim foi pouco pelo que eles passaram.

Ontem li uma notícia sobre um caminhoneiro que tinha sido acusado de sequestrar e violentar duas crianças. As testemunhas relataram que o pegaram no flagra. Mais pessoas se juntaram e meteram a porrada no sujeito que foi em estado grave para o hospital, acabando por falecer lá.

Exames indicaram que não houve violência sexual.

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Ministério Público mineiro quer proibir vacina contra o HPV

O Brasil que odeia Ciência tem zilhões de especialistas, mesmo sem serem especialistas em bosta nenhuma. Como eu falei no vídeo sobre Judicialização da Saúde, temos o Judiciário se intrometendo em assuntos dos quais não faz a menor ideia do que se trata. São liminares obrigando a USP, que não é nenhuma indústria farmacêutica a produzir fosfoetanolamina, que não tem nenhuma comprovação de eficácia até agora. Em contrapartida, o Ministério Público Federal em Minas Gerais ajuizou uma ação civil pública pedindo que a Justiça Federal proíba a rede pública de Saúde de aplicar a vacina contra o HPV. Segundo, ela, a vacina não cura câncer de colo de útero. Gênio, né?

Tentando nos vacinar das maluquices de adêvogadus ensandecidos, esta é a sua SEXTA INSANA!

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