Cientistas inventam chiclete que não gruda

Material de goma de mascar tem afinidade química com água e facilita remoção. Produto sai fácil de chão, sapato e até cabelo; venda começaria em um ano na Europa. É o sonho dos zeladores de escola, ou de qualquer um que já tenha levado um bombardeio de chiclete no cabelo no escurinho do cinema: uma goma de mascar que não gruda, ou que, pelo menos, é fácil de remover. O invento, de autoria de cientistas britânicos, já passou por testes exaustivos em laboratório e pode chegar ao mercado europeu dentro de um ano.

Apelidado por enquanto de Rev7, o chiclete “ingrudável” foi desenvolvido pela empresa Revolymer, fundada por pesquisadores da Universidade de Bristol. Segundo a companhia, ele ainda precisa passar pelos testes de saúde e segurança da União Européia. A pesquisa que permitiu o desenvolvimento do chiclete foi apresentada durante o festival anual da Associação Britânica para o Avanço da Ciência, informa a rede BBC.

Chicletes grudados nas calçadas por causa da falta de educação dos pedestres são considerados um grande problema na Inglaterra: só o município de Londres gasta o equivalente a cerca de R$ 500 mil por ano para tentar arrancar a sujeira grudenta do chão. O pessoal da Revolymer está tentando atacar o problema misturando ao chiclete tradicional um novo material. Ele é formado por longas cadeias moleculares que possuem tanto uma parte hidrofílica (com afinidade química com a água) quanto uma parte hidrofóbica (com afinidade química com óleo).

A parte da molécula que “aprecia” óleo ajuda na mistura do material com os outros ingredientes do chiclete, enquanto a parte hidrofílica ajuda o novo chiclete a se dissolver facilmente em água e, portanto, a ser removido com facilidade. Em muitos casos, ele nem gruda nas superfícies com as quais entra em contato. Testes mostraram que o chiclete desaparece do calçamento onde é grudado em no máximo 24 horas.

O mesmo ocorre com a maioria dos tipos de calçado. Apenas sapatos de couro deram mais trabalho: foi preciso usar água e detergente para tirar o chiclete. Mas as marcas comerciais de hoje dão infinitamente mais trabalho que a nova fórmula. E o chiclete pôde ser removido do cabelo de uma moça – a filha do presidente da Revolymer – sem que ela tivesse de cortá-lo, um fato inédito. Quem provou a nova fórmula diz que o sabor e a textura são iguais aos dos chicletes convencionais.

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