
A família risonha entra saltitante na loja. O pai, a mãe e o filhinho. Eles entram de mãos dadas e o vendedor, com terno bem alinhado, o espera com um sorriso maior ainda. O filho iria provar novos sapatos, era um evento! Papai pede pelo melhor par, mamãe, com cabelos bem arrumados, fica extasiada na seção de feminina. O filho olha pro sapato e escolhe, papai orgulhoso prepara a carteira, mas a mãe, preocupada como só as mães podem ser, indaga se aquele sapato seria o ideal, ao que o vendedor estufa o peito e diz com orgulho que a modernidade da ciência iria auxiliá-los. Ele apresenta o aparelho e com ele conseguirão ver através dos sapatos, das meias e até da pele como estará o pé do pequeno petiz. A mãe leva a mão à boca, seria seguro. O pai ri, pois é óbvio que seria seguro, completamente seguro, disse o pracista. E assim, ele mostra de forma indolor como o sapato se adequava ao párvulo que lá estava. Sem dor, sem perigo. Todos estavam completamente seguros ao ver as imagens.
Mas eles estavam enganados. Terrivelmente enganados. Continuar lendo “O mundo invisível do interior de sapatos observado pelo poder da Era Atômica” →