A guerra contra o paywall dos artigos científicos continua

Aaron Swartz deveria entrar no meu rol de Grandes Nomes da Ciência, mas eu teria pouco a escrever sobre ele, sua trajetória, enfim. Talvez seja um erro mas não é por falta de merecimento. Ele merece. Tal qual Prometeu, Swartz trouxe algo do reino dos deuses e deu aos Homens, pagando uma penitência severa por isso, e agora é tarde. Swartz já não está mais entre nós. A drª Alexandra Elbakyan é uma seguidora, herdeira, digamos assim, do Prometeu moderno.

Ambos caçados, ambos perseguidos. E pelo mesmo motivo:o Conhecimento. Ou a divulgação dele, de forma que os meros mortais tenham acesso a tudo que se produz em termos de publicações científicas.

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Charlatanismo institucionalizado ou “mais um remédio homeopático, gente!”

Brasil, século XXI. Este é o lugar onde puta sente prazer, cafetão tem ciúmes, traficante é viciado, vidente é professor, astrólogo é profissão e homeopatia é especialidade médica. Agora, um "remédio" homeopático desenvolvido por uma pesquisadora da UFRN pode auxiliar no combate ao câncer de próstata.

Obviamente, essa incrível notícia é suportada por testes clínicos e publicada em periódico com revisão de pares, certo?

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LIBERDADE! Nature abre seus arquivos para qualquer um poder acessar gratuitamente

Eu tinha escrito, há algum tempo, sobre o paywall de artigos científicos. Acho uma vergonha o conhecimento científico ficar restrito a quem pode pagar. As pessoas querem ler as coisas, divulgadores de Ciência querem ler, para traduzir muito daqueles jargão para o público leigo. Nem sempre fica viável pagar por eles, quando muitos de nós sequer temos um bom retorno financeiro, seja por doações ou publicidade. Acabamos contando com a liberação de press releases das Universidades e centros de pesquisa, sendo muitas vezes mal escritos, pois não foram redigidos pelos pesquisadores e sim por algum estagiário.

Um dos mais conceituados periódicos científicos é a Nature, e sua assinatura não era nada baratinha. Só que agora eles desbundaram, viram Buda dançar na porta do editor-chefe, Jesus apareceu em pessoa, Achmed disse que ia matar todo mundo e eles resolveram liberar todo o seu acervo digrátis.

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Artigo científico fajuto passa a perna em 157 periódicos no mundo

Uma das minhas preocupações em escrever um artigo é checar as referências, pesquisando o nome do cientista e a instituição onde ele trabalha. Passei a sempre colocar o link para a página pessoal do pesquisador e até já troquei twits com uma arqueóloga e e-mails com pesquisadores brasileiros, como Marcela Uliano, que ficou de ver se dava o meu nome para uma proteína.

Um jornalista preparou um artigo falso e mandou para a Science, como parte de uma investigação. O resultado? 157 manés replicaram o artigo, para depois serem vistos como um bando de otários (o que não está longe da realidade).

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O paywall de artigos cientficos deveria acabar

Paywall é a arte e a técnica que alguns sites de informação utilizam para tirar dinheiro de você, dando-lhe informação em troca. É o que muitos sites de jornais fazem, como a Folha, o Globo, o The New York times etc. A saber, segundo os moldes destes, você leria um certo número de artigos gratuitamente, mas depois teria que comprar uma assinatura (seja online ou do jornal de papel, mesmo). No caso de artigos científicos, seria certo cobrar pelos artigos científicos? Afinal, a Ciência não é de propriedade da própria Humanidade?

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