Uma estrela giratória morta foi encontrada alimentando-se de sua companheira estrelar encolhendo-a a um tamanho menor do que alguns planetas.
“Este objeto é o esqueleto de uma estrela”, disse um membro da equipe chamado Craig Markwardt do Centro Espacial de Vôos Goddard, da NASA em Maruland. “A pulsar está comendo a camada externa e tudo o que resta é um miolo central rico em hélio.

Pulsares são o centro de uma estrela de nêutrons que giram centenas de vezes por segundo, mais rápido do que o liquidificador da sua cozinha.
O sistema foi descoberto no início de junho quando os satélites Swift e RXTE da NASA captaram uma rajada de raios X e gama na direção do centro galáctico da Via Láctea vindos da constelação de Sagitário.
Não é um planeta
O companheiro menor orbita o seu amigo parasita de uma distância de 370 mil km, similar à distância entre a Terra e a Lua. Tem a massa estimada de apenas 7 Júpiteres, mas pode ser muito maior. Os cientistas não o consideram um planeta por causa da maneira como se formou.
“É essencialmente uma anã branca que foi consumida até uma massa planetária”, disse Christopher Deloye da Universidade Northwestern, um membro do estudo.
Os cientistas pensam que há vários bilhões de anos atrás o sistema consistia em uma estrela bastante massiva e outra menor no máximo 3 vezes o tamanho do Sol. A estrela maior evoluiu rapidamente e explodiu formando uma supernova, deixando para trás um corpo estrelar giratório sem vida conhecido como estrela de nêutrons. Durante esse período a estrela menor começou a evoluir também, finalmente expandido-se em uma gigante vermelha cuja camada exterior encapsulou a estrela de nêutrons.
Isso fez com que as estrelas se aproximassem uma da outra enquanto, simultaneamente, ejetavam a camada externa da gigante vermelha no espaço.
Sobrevivência não compreendida
Depois de bilhões de anos resta pouco da estrela companheira e é incerto se ela irá sobreviver. “Ela tem tomado uma surra, mas isso é parte da natureza, disse Hans Krimm, membro da equipe que trabalha na NASA.
Hoje ambos objetos estão tão próximos entre si que a poderosa gravidade da estrela de nêutrons gerou um sifão de gás de sua companheira para formar um disco giratório em torno de si mesma. O disco ocasionalmente expele grandes quantidades de gás na estrela de nêutrons criando rajadas como a detectada em junho.
O sistema será detalhado em dois estudos sob autoria da equipe de Krimm e pela equipe liderada por Deepto Chakrabarty do MIT, que chegou às mesmas conclusões, e serão publicados em próximas edições do Astrophysical Journal Letters.
Fonte: LiveScience
