Acharam o que sobrou da Luzia. Sabem o que isso significa?

AVISO

Parem de ler imediatamente. Não reclamem depois.

Bom, acharam os restos dos restos que era o crânio conhecido como “Luzia”, o fóssil humano nativo das Américas. Segundo o que sobrou do Museu Nacional (lamento, mas eu tenho que falar assim. O Museu foi destruído para sempre. O que vão fazer é outro museu. Alguém tem que falar a verdade), os ossos, que já não estavam tão ótimos assim, foram encontrados em estado mais deplorável, graças a uma sortuda incompetência generalizada. Se antes a caveira não estava totalmente preservada, do que tinha lá só acharam 80% (entenderam o “resto do resto”?). O anúncio foi eito ontem (19/10), mas não disseram quando encontraram a ossada.

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O Brasil não deveria ter museus ou a tragédia do Museu Nacional

O Museu Nacional foi destruído. Mal sobraram as paredes e umas pouquíssimas coleções. Tudo perdido. Tudo virou cinzas. Tudo virou lágrimas e desespero. A incompetência generalizada deste país fez com que 200 anos de Museu e bilhões de anos de história se perdessem. Começou o empurra-empurra de responsabilidades, quando, no final, ficará por isso mesmo.

Vendo isso acontecer, como sabendo que outros museus no Brasil foram destruídos por incêndios, eu mantenho a minha opinião: entreguem todos os acervos de todos os museus brasileiros e entreguem para quem tem condições de cuidar deles.

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Eulogia a uma vítima de assassinato

Eis-nos aqui. Era para ser um momento de celebrarmos, ainda com tristeza. Mas não há como. Não é uma morte que veio de causas naturais, a não ser que por “natural” você entenda o descaso patente de uma tribo burra, selvagem e ignorante. Um bando de incultos que não têm apreço pela Cultura. Ninguém pareceu se importar no estado até que as chamas irromperam. Séculos de escritos, documentos e pesquisas estão perdidos. Não adianta sequer imaginar a reconstrução física, pois o valor que lá tinha poderia ser alocado numa choupana que ainda assim seria inestimável. Talvez, numa choupana estivessem mais seguros.

Da minha janela eu vi arderem as estruturas, e vi também as chamas consumirem tudo lá. A sabedoria e cultura de vários povos virou cinza e se perdeu na suave brisa da noite, quando o Inferno parecia consumir tudo, tendo o próprio senhor do submundo decidido pela destruição irrestrita, mas eu bem sei que não foi ele. Foram homens. Simples homens mortais que pouco se importam com cultura e conhecimento, numa irresponsabilidade absurda.

Meus joelhos tremem, minhas pernas fraquejam, meus olhos marejam perante a perda incalculável que jamais poderá ser reposta.

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Os 50 anos de uma tragédia da Era Espacial

“Era uma vez um homem que teve um sonho: Ir até alua, colocar os pés lá e voltar em segurança”. Isso até podia ser início de algum seriado dos anos 80 (bem, quase isso), mas foi Kennedy, não por amor à Ciência ou ao espírito aventureiro, mas para mostrar pros soviéticos que se eles podiam mandar o Homem à Lua, eles podiam meter um ICBM no meio do Kremlin quando quisesse.

Assim começou o Projeto Apollo, mas nada é como nos filmes. Ninguém tem um insight genial que salva tudo de uma hora para outra. Às vezes merdas acontecem, e a tribulação da Apollo 1 foi testemunha disso.

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Viés de confirmação ou casos do acaso

Já falamos, ou melhor, escrevemos sobre isso antes. O viés de confirmação é a eterna busca de significantes para significados. As pessoas já têm uma ideia pré-concebida de como o mundo funciona, mesmo que seja algo idiota. Mas qualquer evento será usado para justificar essa ideia, mesmo que haja várias evidências do contrário.

Você cria uma ideia de como as coisas devem acontecer, não mportando o quão maluco isso seja, e procura todas as evidências que concordem com você, ignorando as provas em contrário. Onde será que vimos isso antes?

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Casos do Acaso

Nosso mundo é chato, sem graça, sem mistérios ocultos ou corporações malignas. Queremos ter explicações para tudo, e quando se recorre à Ciência, do alto de sua humildade ela não tem medo de dizer quando não sabe.

É uma concorrência desleal.

Astrólogos, jogadores de búzios, cartomantes e qualquer um a quem a Simone pergunte terá respostas. Elas podem ser totalmente loucas, disparatadas, insanas e completamente malucas. Não importa. As pessoas querem respostas e – melhor ainda! – respostas que lhes agrade ao ouvido. Tudo isso comandada por um simples evento: O ACASO.

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Idiossincrasias humanas frente à catástrofe

Lá pelas tantas, vocês já devem estar até o pescoço com água, lama ou de notícias sobre o temporal apocalíptico que arrasou as cidades da região serrana do Rio. Vale lembrar aquela frase mais do que batida: Crônicas de uma tragédia anunciada. Entra ano, sai ano e a coisa é sempre a mesma. Frentes frias, alta umidade, chuvas torrenciais e desmoronamentos. Todos se unem em oração, lamentos pelos quatro cantos do pais e nada é feito pra resolver o problema. Não adianta chorar o leite derramado se continuamos segurando a jarra de forma errada e o leite continuará caindo de novo e de novo.

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Ex-diretor do Butantan chama acervo perdido no incêndio de “bobagem medieval”

instituto_butantan.jpgDe acéfalos eu não espero grande coisa em termos de ideias e argumentação. Tais idiotas só servem de escárnio e alvo de chacota. Mas quando lidamos com pessoas mais, digamos, esclarecidas (se é que realmente o são) falando merda, devemos puxar o freio de mão e dizer: WHAT PORRA IS THIS? Falo isso pois em reportagem da Folha, compartilhada pelo Átila, lemos a “belíssima” pérola do ex-diretor do Instituto Butantan – o qual sofreu um incêndio, perdendo todo o seu acervo preservado desde que o instituto foi fundado -, relinchando, digo, dizendo que aqueles exemplares não passavam de de uma bobagem medieval, já qui o Butantan tinha mais é que se preocupar em produzir vacinas, como coisa que é só para isso que a Ciência serve.

Desejando que o perclaríssimo ex-diretor tome uma mordida de sucuri na bunda, eu declaro que esta é sua QUINTA INSANA!

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