Num dos episódios da série The Knick, o dr. John Thackery recebe a visita de um propagandista de indústria farmacêutica convidando-o para ser garoto propaganda de um novo remédio. Nessa época (início do século XX), era comum médicos emprestarem seu nome e retrato (desenhado, claro) para remédios e “remédios”, como endosso. A fórmula antiga de colocar um cara de jaleco branco na sua frente para você tomar um ad verecundiam (apelo à autoridade) pela fuça e você acreditar que aquilo realmente tem alguma eficácia. Se o doutor emprestava a sua cara, é porque era bom, né? Bem, o dr. Thackery disse que não aceitava aquilo, pois aquela bosta não curava ninguém.
Já com a fosfoetanolamina houve algo parecido, mas um tanto diferente. Não que aquela bosta cure alguém, mas é que seus idealizadores não têm o menor pudor de aparecer em público atestando a veracidade de eficácia de uma porcaria feita em laboratório mais imundo que cozinha de traficante. Enquanto essa merda não tem seus poderes curativos comprovados (rê! rê! rê!), pessoal vociferava que tinha que ter isso ao alcance do público. Eu sempre falei que tinha e era sob a forma de suplementos alimentares, mas não no Brasil. Bem, seus problemas acabaram! Já temos fosfoetanolengôdo disponível no Brasil. Aê!
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