Marinheiros, amuletos e o medo do oceano

Enquanto os livros de história celebram os heróis de pólvora seca, os conquistadores dos sete mares e os impérios que dominavam os oceanos com bandeiras flutuando ao vento, quem realmente enfrentava o capeta líquido dia após dia eram os marinheiros. Esses sim merecem um capítulo à parte; não por bravura, mas por desenvolverem uma verdadeira mitologia flutuante pra lidar com um ambiente que cuspia tormentas com a frequência de um adolescente em crise. Continuar lendo “Marinheiros, amuletos e o medo do oceano”

Crianças proibidas de ver o eclipse. Mas religião é coisa boa

Eu adoro eclipses. São mágicos, incríveis e fantásticos. As Leis de Newton em ação, dando um espetáculo. Para minha infelicidade, nunca vi um eclipse total do Sol. Já vi o da Lua, mas não é a mesma coisa. Mas eu tive quase isso quando era criança. Não ficou tudo escuro, mas vi através de um vidro escurecido com fuligem de uma vela o Sol ser "abocanhado", para depois voltar com toda a sua glória. Eu prefiro pensar que naquele momento eu quis ser cientista, para entender o porque daquilo estar acontecendo. Mas é uma competição desleal se comparar um eclipse com histórias de burros falantes, chuvaradas mágicas e zumbis palestinos. Os eclipses, pelo menos, existem.

Infelizmente, algumas crianças inglesas (pois é. Nem o Brasil é tão tosco a este ponto… espero!) não puderam ver o eclipse. Foi decidido que eclipse é feio, ruim, bobo e chato. Mas as desculpas oficias foram outras, inclusive que eclipses vão de encontro a motivos culturais e religiosos.

Me eclipsando de vergonha, esta é a sua SEXTA INSANA!

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Bula: um dos maiores inimigos de analfabetos científicos, mas não o único

Analfabetismo científico é um termo que se refere ao baixíssimo conhecimento de termos, expressões e significados científicos ou mesmo o entendimento do que e Ciência. Algo como o Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e o Roger do extinto Ultraje a Rigor, criticando o Miguel Nicolelis, o cientista Kickboxer que não deixou pedra sobre pedra.

Em uma notícia saída na Folha, fiquei sabendo que muitos brasileiros têm sérios problemas de ler uma simples bula, por simplesmente não serem capazes de entender o que tem lá. Claro, isso esconde mais detalhes do que aparenta.

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Superstição pode servir de extrema ajuda quando se acredita nela, revela pesquisa

supersticao.jpgTodos nós conhecemos pessoas que possuem algum amigo (senão, nós próprios) com alguma mania que age como fonte de sorte. São os chamados “amuletos”. Desde pés-de-coelhos, passando por figas, galhinho de arruda, ferraduras, estátuas de corujas ou até da foto da sogra enquanto chupava um limão, amuletos são uma constante presença na história humana, desde os antigos egípcios até o seu vizinho que fica 1 mês dias sem tirar a camisa da seleção (de 1970), para garantir que o Brasil chegue à final da Copa. É meio como promessas. Conheço um que chegou no serviço com um pé com meia e outro sem meia. Indagado o porque daquilo, ele falou que tinha prometido a Deus que se o Flamengo ganhasse, ele andaria assim uma semana inteira (sim, eu sei o que você pensou. Foi a mesma coisa que EU pensei). Eu ainda respondi por causa de que uma entidade (ê-ê) tida como hiperpoderosa estaria se importando se ele andaria com um pé fedido, espalhando chulé por todo o ambiente de trabalho, só por causa de um time ridículo. É tudo questão de fé.

No tocante aos amuletos e outros unga-bungas, as pessoas tendem a achar que tais objetos realmente ajudam, embora devêssemos refletir que se pé-de-coelho desse sorte, os pobres mamíferos não seriam mortos por pedradores. No entanto, uma pesquisa realizada pela Profª Drª. Lysann Damisch – professora assistente do Departamento de Psicologia da Universidade de Colônia, Alemanha – (que por sinal é uma gata e eu, como bom cientista que sou, sei o telefone dela e o e-mail. Bem, não só eu. O Google também sabe) demonstra o porque alguns cobaias voluntários conseguem um êxito melhor quando estão com seus amuletos do que os que estão sem os mesmos.

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Família saudita processa “gênio” por ameaças e roubos

Eu pensei que o mundo estava ficando mais normal, por não ter achado nada bizarramente louco que merecesse uma Sexta Insana. Me enganei. Uma família da Arábia Saudita está processando judicialmente um “gênio” (é, que nem aquele do Aladin ou o Shazan) por roubos e ameaças, segundo informações do jornal Al Watan; chegando até mesmo ao ponto de acusar o “espírito” de jogar pedras neles e roubar telefones celulares. Senhoras e senhores, este é um SÁBADO INSANO! Continuar lendo “Família saudita processa “gênio” por ameaças e roubos”