As críticas à Positivo dizem respeito principalmente à compra feita pelo Governo Uruguaio de 100 mil notebooks XO, da OLPC, em acordo que pode ser estendido para 200 mil máquinas, com preço de 199 dólares (358 reais) por máquina.
De acordo com a fabricante brasileira, uma licitação sem tantas exigências no Uruguai faz com que a diferença de preços entre os portáteis seja quase de duas vezes.
“Em relação à logística, todos os equipamentos seriam entregues num depósito central e não precisariam ser instalados (no Uruguai). Já no Brasil, a entrega será feita nas 300 escolas e a empresa também será responsável pela instalação e configuração (…) também de um servidor que será fornecido pela escola”, explica a Positivo.
Outro fator está na questão financeira: no Uruguai, a compra foi feita com isenção total de impostos. Por mais que o Brasil tenha admitido isentar a licitação de ICMS e PIS/Cofins, o corte de até 50,87 reais no preço dos portáteis será feito apenas depois da venda e instalação dos ClassMates.
A garantia também apresenta diferenças em ambos os mercados: o Uruguai exige 90 dias para peças, enquanto o Brasil oferece três anos de manutenção no local.
Ao adequar a licitação brasileira às exigências uruguaias, a Positivo afirma que consegue baixar o preço do laptop educacional para 239,65 dólares, ainda quase quarenta dólares acima dos 199 dólares pagos pelo Governo Uruguaio à OLPC.
“O ClassMate é mesmo mais caro que o XO, já que tem processador melhor e é muito mais robusto”, diz o executivo. “Por quê a OLPC não venceu? Por quê a CCE, empresa de menor preço em informática no Brasil, não levou? O serviço (ao redor dos laptops) é caro. Não existe mágica”.
Oficialmente, a Positivo confirmou ao IDG Now! que pretende abaixar o preço do ClassMate na licitação para 300 dólares (558 reais).
“Dentro desta regra, não conseguimos baixar mais que isto”, garante Rotenberg, o que pode aventar discussões sobre a possibilidade do governo cancelar a licitação, já que o preço ainda está muito acima dos 30 milhões de dólares que o Governo Federal já afirmou pretender gastar com a licitação.
Fonte: IDG Now
