Como um vulcão ajudou a causar a Peste Negra

Então que você, meu amigo e minha amiga estão vivendo num recanto da Itália medieval, bela e encantadora; não têm maiores preocupações além de degustar um pão duro e sem se dar conta das invasões mongóis. Nesse momento, de repente, o clima vira contra você, as colheitas morrem, todo mundo começa ir pro beleléu, a fome vem dar “alô” e alguém tem a brilhante ideia de importar grãos da região do Mar Negro. Parece uma solução sensata, não? Exceto que esses grãos vieram acompanhados de pulgas infectadas com Yersinia pestis, a bactéria responsável pela Peste Negra, e pronto: lá se foi 60% da população de algumas regiões europeias entre 1347 e 1353.

Mas aqui está o plot twist que ninguém esperava. Um novo estudo sugere que quem realmente começou essa história toda foi um vulcão. Um vulcão misterioso, tropical, que entrou em erupção por volta de 1345 e decidiu, no melhor estilo vilão discreto, ferrar com o clima europeu sem nem aparecer nos registros históricos diretos. Continuar lendo “Como um vulcão ajudou a causar a Peste Negra”

Artigos da Semana 283

Estamos chegando no fim do ano, mas isso não implica que as notícias estranhas, bizarras e esquisitas tenham cessado. Esta semana tivemos vulcão puto da vida, espertão dizendo que morreu e voltou para vender livro, Adolf Hitler sendo eleito presidente da Namíbia, jovem brincando de CSI Capivara em mesa de boteco e que enguias eram moeda de troca na Inglaterra medieval.

Ah, sim, também falei sobre achados arqueológicos no Cazaquistão, mas meu público parece gostar mais de doideira, mesmo. (não, o gato não tem muito a ver com os textos, mas não encontrei algo melhor)

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Hayli Gubbi: quando o vulcão acorda de mau-humor

Quando um vulcão passa mais de dez mil anos em silêncio, a humanidade tende a tratá-lo como um avô aposentado da Geologia, daqueles que só contam histórias antigas e nunca levantam da poltrona, passando mais tempo dormindo do que fazendo efetivamente algo. O problema é que o planeta Terra não é estático, parado, morto. É um planeta com geologia bem ativa, e não deveria causar assombro o que aconteceu. Mas causou! Continuar lendo “Hayli Gubbi: quando o vulcão acorda de mau-humor”

Uturuncu: o vulcão zumbi

Vulcão é algo lindo, majestoso e incrível, de preferência quando ele está inativo e você está a milhares de quilômetros dele. Agora, imagine um vulcão que não entra em erupção há 250 mil anos, mas ainda assim apresenta sinais de atividade, como terremotos e emissões de gases. Não, não é algo legal, mas eu estou a milhares de quilômetros dele. Ainda bem.

O vulcão que estou falando é o Uturuncu, que além de estar localizado na Bolívia, vai servir de muita piadinha por aí. Este fofinho foi apelidado de “vulcão zumbi” por sua inquietante persistência. Mas será que ele está prestes a despertar? Continuar lendo “Uturuncu: o vulcão zumbi”

A forças titânicas que moldaram o Japão

O Japão, um arquipélago situado no Círculo de Fogo do Pacífico, é um dos locais mais geologicamente ativos do mundo. Este cinturão de intensa atividade tectônica e vulcânica é responsável por algumas das paisagens mais impressionantes e dinâmicas do planeta, e isso por causa da sua geologia bela, mas catastrófica, marcada por uma complexa interação de placas tectônicas, que não só moldaram suas montanhas e vales, mas também deram origem a uma rica história de atividade vulcânica. Continuar lendo “A forças titânicas que moldaram o Japão”

Plínio, o Velho: Heroísmo e Tragédia na Erupção do Vesúvio

Das profundezas da Terra, a ira, o fogo e a destruição virão sob a forma de uma catástrofe. A hecatombe ceifará almas de forma violenta e horrível. É um momento que vidas se perdem e o heroísmo surge. É quando homens são separados de meninos. O momento está chegando, a população não sabe do seu violento destino. Do âmago das camadas inferiores do planeta, o filho de Júpiter e Juno, o horrendo deus que fora salvo por milagre, resolveu deslanchar a sua ira. Um homem comum estava cuidando dos seus afazeres, sem saber que as peças estavam se movendo para alçá-lo como um dos maiores nomes da História, que nem a Mitologia seria capaz de comparar, pois, ele não era filho de um deus ou semideus. Era um homem comum. Continuar lendo “Plínio, o Velho: Heroísmo e Tragédia na Erupção do Vesúvio”

O mistério azul das safiras alemãs

As safiras trazem em seu nome a magnificência de sua beleza. “Safira” vem do árabe “safir”, pedra preciosa, e é exatamente o que ela é. Reconhecidas entre as gemas mais valiosas do mundo, estas belíssimas pedras de cor azul são essencialmente compostas de óxido de alumínio quimicamente alterado – caracterizados por sua coloração azul intensa – conhecido como coríndon; mas se o coríndon tem cor vermelha, é chamado “rubi”. As safiras são frequentemente associadas a rochas vulcânicas em diversas partes do globo, mas alguns pesquisadores resolveram estudar a origem das safiras encontradas na região de Eifel, na Alemanha. Continuar lendo “O mistério azul das safiras alemãs”

O vulcanismo fascinante do Sistema Solar

Todo mundo sabe que o verdadeiro Inferno do Sistema Solar é Vênus, o planeta mais temperamental por essas bandas. Com temperaturas que podem chegar a 500ºC, Vênus não é nem um pouco aprazível, ainda mais com atividade vulcânica arrasadora. Entretanto, vulcões não são uma exclusividade de Vênus, ou da Terra. Pelo contrário! Atividades vulcânicas em planetas é bastante comum. Aqui estão quatro mundos que podem muito bem se orgulhar por apresentar vulcanismo ativo, de Marte aos confins do Sistema Solar externo. Continuar lendo “O vulcanismo fascinante do Sistema Solar”

5 erupções vulcânicas monstruosas

Me lembro do antigo supertrunfo de forças da Natureza. A mais poderosa das cartas eram os vulcões, e nem poderia ser diferente. São fascinantes. Fascinantemente destrutivos, e se você acha que não, pergunte ao pessoal morando perto do Vesúvio.

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A montanha do belo vale externa sua raiva avassaladora

Surtr se move do sul
com ramos ardentes.
lá, com o brilha em sua espada
o sol dos Deuses dos Mortos

Surtr, o negro,  é retratado no poema épico Edda como sendo uma figura importante durante os eventos de Ragnarök, o ocaso dos deuses nórdicos, em que Odin é morto pelo lobo Fenrir e  guerreiros trilham o caminho de Hel, quando os céus se fendem. A lava é cuspida dos montes e o horror e desolação tomarão conta de tudo.

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