O condimento que defende de invasores

Eu gosto de mostarda. Não essas porcarias de 2 merréis o frasco de meio quilo. Mostarda de verdade (recomendo a Dijon). Uma pequena quantidade na boca e o sabor pungente atinge a língua e a informação que chega ao cérebro é "Delícia!". Normalmente, o sabor é derivado da enzima mirosinase, que é o nome vulgar da tioglucosiidase, que decompõem tioglucosídeos em glucose e em isotiocianatos. Esses isotiocianato ativam o canal TRPA1, que é um sensor químico responsável pela sensação de dor, e vai dar as boas novas pro cérebro que o que estamos comendo é gostoso pacas.

Os grãos de mostarda não possuem este sabor forte (nem aquelas porcarias que vem em sachês. Como eu odeio aqueles malditos sachês!), pois para este sabor aparecer é preciso que a mirosinase esteja presente. Mas por que temos variedades de mostarda tão diferentes? O que explica os diferentes sabores dos diferentes condimentos à base de mostarda? A Seleção Natural, é claro!

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Mundo Ético: Plantas usam fungos para devorar insetos

Plantas carnívoras não são carnívoras porque adoram um bife ou sabem das maravilhas trazidas pelo bacon (com ele a oração e a Gória). Simplesmente, elas precisam de fontes de nitrogênio externas quando o solo não dá conta, e elas ainda não desenvolveram nada semelhante ao processo Haber-Bosch. Sendo assim, o mundo ético selecionou naturalmente plantinhas que tinha capacidade de – SLUPT! – comer insetinhos indefesos.

Muito provavelmente, você conhece a vêmnus papa-mosca, mas há outras safadeenhas que conseguem caçar usando outros seres vivos. Uma espécie de mercenários biológicos.

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Flor-defunta rouba genes de seu hospedeiro

Vemos o mundo lindinho da natureza, como campos verdejantes, flores silvestres de enebriante perfume e plantinhas cuja flor tem cheiro de gente morta. Todo o tempo. É o caso da Rafflesia cantleyi, mais conhecida como flor-cadáver porque ela tem cheiro… bem, tem cheiro de carne podre, o que atrai muitos insetos que servirão como agentes polinizadores.

Se o mundo fosse ético, com unicórnios pulando pra lá e pra cá e todas as plantinhas sendo regadas pelos teletubbies, a R. cantleyi estaria ali,m fazendo sua fotossíntese na paz do Senhor. Só que ela é uma flor parasita, ou seja, vive às custas de outra planta. Além disso, descobriu-se que esta coisa fedorenta não só vive sem pagar aluguel, como ainda rouba genes de seu hospedeiro. Mas isso não era uma coisa que só onívoros antiéticos fazem?

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Alienígenas ameaçam a Antártida

Não estou falando, claro, de extraterrestres que vivem pendurados no telefone. A palavra "alienígena" não diz que o referido ser vivo tem que vir do Espaço, podem dar uma olhada em seus dicionários. Se bem que a classe dos alienígenas pode se sentir ofendida com isso e o Ministério Público Federal pode dar ordem para a supressão deste vocábulo.

O problema diz respeito a espécies invasoras, e elas podem influenciar (e normalmente no mau sentido) o ambiente para onde foram parar. No caso da Antártida, turistas e até mesmo pesquisadores estão contribuindo para um desequilíbrio ecológico, e isso pode ser feito com uma simples sementinha.

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Descoberta nova espécie de planta assassina

Nós, seres humanos antiéticos, normalmente somos especistas e pouco nos importamos com outros animais. Agora, muito pior é quando reinos atacam reinos e uma verdadeira guerra começa. Nos recônditos do reino Plantae, há algumas criaturas maléficas que caçam, enganam e devoram animaizinhos indefesos. São as chamadas "plantas carnívoras", o pesadelo dos pobres e éticos vegans. Em termos de tamanho, as maiores são do gênero Nepenthes e Triphyophyllum, que podem ter até dezenas de centímetros de altura e/ou largura. Plantas destes gêneros são capazes de devorar até mesmo rãs! (não, não é daquelas rãs gigantes também, engraçadinho). Existem até mesmo plantas carnívoras subaquáticas, como as do gênero Utricularia. Agora, foi descoberta uma nova espécie de plantas carnívoras. O que ela tem de diferente? Ela caça suas vítimas embaixo da terra.

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Plantas que dão luz. Milagre da Física?

Sim, pois é isso que a reportagem da Folha, cujos competentíssimos repórteres, em matéria cedida pela Reuters, nos trouxeram. Segundo eles, um cientista do Centro de Pesquisa em Ciência Aplicada de Taiwan, apresentou à imprensa o resultado de um experimento que mistura nanopartículas de ouro e água a plantas. O resultado? A planta começa a emitir luz. Sim! Isso mesmo: sem nenhum custo ou consumo de energia.

Bem, pelo menos é o que os jornalistas pensaram e, pior!, escreveram. E o que é similar a um jornalista escrevendo sobre Ciência?

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De onde vieram todas as flores?

Ao longo de sua vida, Charles Darwin se cercou de flores. Aos 10 anos, ele anotou todas as vezes que uma peônia nasceu no jardim de seu pai. Quando comprou uma casa para criar sua própria família, transformou o quintal numa estação de campo botânica, onde realizou experimentos com flores até sua morte. Porém, apesar de sua íntima familiaridade com as flores, o cientista certa vez escreveu que a evolução delas era um “abominável mistério”. Continuar lendo “De onde vieram todas as flores?”