Quando Drácula foi para a Islândia e virou outro personagem

O negrume da noite se espraia pelas terras esquecidas. Não há brilho de estrelas neste lugar e a Lua, mesmo que saindo, se recusa a derramar sobre a terra o seu véu prateado. O frio enregelante acossa as minhas entranhas, mesmo eu estando de pé em frente a imensa lareira. O vento uiva como um lobo espectral e o manto do medo cobre o castelo onde estou. Tremo mais uma vez, o ranger das tábuas velhas ao sabor do vento me deixa inquieto. O ar se torna pesado e o vapor do meu hálito se condensa. O frio se torna mais cruel. O barulho açoita meus ouvidos e as criaturas da noite fazem-se escutar.

Eu não queria estar aqui depois das minhas experiências naquele lugar remoto na Romênia. Aqui, nas geladas terras da Islândia, pensei estar protegido do mal eterno, mas eu não me livrei, pelo contrário! Estou face a face a ele de novo, mas nada vejo. A mão gelada toca minha face e, num instante que pareceu durar uma eternidade, sinto que agora, não escaparei desta vez. Fecho os olhos e rezo, mas Deus não me ouvirá, eu sei disso. Continuar lendo “Quando Drácula foi para a Islândia e virou outro personagem”

Shakespeare: o bode racistório da vez

William Shakespeare, o dramaturgo que nos deu Hamlet, Otelo e o Destino de Miguel, agora está na berlinda, sendo acusado de ser um símbolo de supremacia branca. Sim, pois é. O Bardo que escreveu sobre a complexidade da condição humana, traições, amores proibidos e dilemas morais, agora é alvo do jovem maldito que exige uma “revisão inclusiva”, buscando “descolonizá-lo”.

O fato de Bill Shakespeare ter batido as meiotas em 1616, dez anos depois da primeira colônia permanente é secundário. Continuar lendo “Shakespeare: o bode racistório da vez”

De onde vem as cegonhas que trazem os bebês?

Você conhece a velha história que cegonhas trazem bebês. Mesmo que você tenha crescido e (espero) deixado de acreditar nisso, elas ainda estão presentes em cartoons, desenhos animados, cartões, produtos infantis e ainda povoam o nosso imaginário. Tudo muito bem, tudo legal, mas, cá pra nós, você nunca parou para pensar o que cegonhas tem a ver com bebês, certo? Continuar lendo “De onde vem as cegonhas que trazem os bebês?”

Toscas discussões idiotas proferidas por quem quer aparecer

Como sempre, a falta do que fazer leva as pessoas a criarem tretas no Twitter. E a de hoje é por que temos que ter aula de Literatura estudando Machado e Assis, quando crianças deveriam ler Harry Potter. Óbvio, esta ideia retardada não poderia vir de outro lugar se não do cu de um youtubeiro (cu é aquele negócio de onde sai merda, né?). O problema, mais uma vez, é não entender para que ser escola e muito menos aula de Literatura. Continuar lendo “Toscas discussões idiotas proferidas por quem quer aparecer”