O chumbo que moldou nossos cérebros

Imagine descobrir que você ganhou uma loteria evolutiva há milhares de anos, e o prêmio foi uma mutação genética que te protege de envenenamento por chumbo enquanto seus primos distantes (os Neandertais, mas eu não precisava dizer, né?) não tiveram a mesma sorte. Agora imagine que essa mutação aparentemente banal pode ser a razão pela qual você está aqui lendo este texto em vez de extinto há 40 mil anos. Bem-vindo ao mais recente plot twist da Evolução Humana, cortesia de um estudo internacional que está reescrevendo nossa compreensão sobre o que nos tornou… bem, nós. Continuar lendo “O chumbo que moldou nossos cérebros”

Artigos da Semana 262

Esta semana foi meio parada. Não teve nenhuma guerra fora de hora, só as normais e usuais, mesmo. Nem sei para que eu estou fazendo esta introdução. Bem, eu tenho que começar falando alguma bobagem desconexa só para apresentar o que foi postado durante a semana, entre cobra pegando avião, pessoas atacadas por perus, navios vikings, escoceses levando xixi de verdade… é, sempre tem alguma coisa esquisita…

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O cérebro, esse roteirista de novela

Você olha para um pudim e sente alegria. Ou ouve uma música e lembra de um amor de adolescência que você preferia esquecer. Isso acontece porque o cérebro, esse roteirista de novela com tendências dramáticas, vive ligando pontas soltas entre coisas que nem sempre parecem ter relação direta. E agora, um estudo espanhol resolveu investigar como, exatamente, o cérebro consegue montar essas tramas rebuscadas e fazer decisões com base em associações que, à primeira vista, não têm nada a ver. Tipo banana, sal, medo e trauma. Sim, banana. Continuar lendo “O cérebro, esse roteirista de novela”

Quando sequestraram o cérebro de Albert Einstein

O Professor estava em seu trabalho, absorto com números, equações e as complexidades do Universo. Em seu âmago, o Professor travava uma luta contra si mesmo, apesar de estar alheio a essa guerra. Uma guerra que ele iria perder, mesmo tendo ajudado a vencer outra guerra há anos jogada no passado. De repente, em meio a uma lancinante dor, o Professor cai prostrado, e então o mínimo de consciência do que estava ocorrendo passou pelo seu prestigiado cérebro, mas essa informação não durou muito tempo por lá, já que ele caiu na inconsciência.

O professor foi levado correndo ao hospital e lá exalou seu último suspiro; entretanto, sua história não acabaria ali, pois outros cientistas resolveram que era demais perder a oportunidade de aprender mais, embora a ética soasse como algo mais sendo uma barreira do que uma norma. Assim, mãos pecaminosas fizeram um trabalho medonho e o que jamais deveria ter sido feito acabou sendo feito. Continuar lendo “Quando sequestraram o cérebro de Albert Einstein”

Como nosso cérebro está virando o do Demolidor

Você já se perguntou como algumas pessoas conseguem se divertir em montanhas-russas enquanto outras tremem só de pensar nelas? O Chiun ensinou que você sente fome, sente sede e sente medo, mas o medo não pode feri-lo, o que fica bom como filosofia de boteco, mas na hora do vâmu vê, aí que são elas. Ok, beleza, mas por que sentimos medo? Como nosso cérebro aprendeu o que é o medo? Bem, uma pesquisa parece que desvendou como aprendemos a superar nossos medos instintivos. Continuar lendo “Como nosso cérebro está virando o do Demolidor”

A música pode mudar a forma como você se lembra de vivências passadas

Por Yiren Ren
Pesquisadora Adjunta em Ciência Cognitiva do Cérebro
Georgia Institute of Technology

Você já percebeu como determinadas músicas podem trazer de volta uma enxurrada de memórias? Talvez seja a melodia que estava tocando durante sua primeira dança, o hino de uma viagem incrível ou outro momento. As pessoas, geralmente, pensam nessas memórias musicais como instantâneos fixos do passado. Mas, pesquisas recentes que minha equipe e eu publicamos sugerem que a música pode fazer mais do que apenas desencadear cenas vividas – ela pode até mudar como você se lembra delas. Continuar lendo “A música pode mudar a forma como você se lembra de vivências passadas”

Cientistas descobrem que um tapão pode fazer mal. Obrigado, pelo esclarecimento!

Você já deve ter visto em algum short do YouTube, Instagram, Tik Tok (ou qualquer outra merda que jovens adoravam ver e compartilhar) uma disputa de tapa. Essa tranqueira tem ganhado popularidade nas redes sociais, e consiste em dois babacas se estapeando de cada vez e ver quem arrega. Daí o que se faz com isso? Se você é cientista sem melhores ideias, fica vendo uma porrada desses vídeos e escreve um artigo científico.

Um novo estudo resolveu alertar sobre os perigos ocultos dessa prática, quantificando os sinais visíveis de concussão entre os competidores, levantando questões sérias sobre a segurança dos participantes. Continuar lendo “Cientistas descobrem que um tapão pode fazer mal. Obrigado, pelo esclarecimento!”

11 ilusões de óptica

Eu adoro ilusões de óptica. Tanto quanto timelapses. Então, resolvi postar este vídeo que vem a seguir com 11 exemplos de como seu cérebro lhe prega truques e você nem sempre vê o que acha que vê.

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Surdos e pessoas que escutam interpretam sinais de forma diferente

Pessoas com deficiência auditiva e as que não possuem têm algumas diferenças. Além da óbvia, é claro. O modo como nossos cérebros interpretam linguagens de sinais é diferente, a começar pelo comportamento dos olhos, principalmente quando esperamos pela próxima palavra, tanto para idiomas que dominamos para novos idiomas.

Uma pesquisa estudou esse comportamento dos olhos para “observação de sinais”, bem como eles são afetados pelo conhecimento do idioma do usuário e pela inteligibilidade da entrada de sinal.

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Placebo ajuda a acabar com o estresse mesmo em pessoas que sabiam estar tomando placebo

Todo mundo conhece placebos, embora nem tanto quais os mecanismos por trás deles. O que se sabe é que ele funciona, inclusive em animais e em idiotas que acham que fosfoetanolamina cura câncer e cloroquina cura coronga em quem não tem coronga. Placebo funciona até quando você sabe que é placebo, e isso ficou evidenciado quando pesquisadores estudaram a redução de marcadores cerebrais de estresse emocional por meio de placebos. Sim, a pessoa reduz o estresse emocional com placebos, mesmo sabendo que estão tomando placebos.

A mente é algo bem bizarro

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