
No final do século XIX, os habitantes de Rhode Island enfrentavam um inimigo peculiar: uma força misteriosa que os consumia lentamente, sugando-lhes a vida com a voracidade de um parasita invisível. Não se tratava, naturalmente, de vampiros no sentido romântico que hoje conhecemos: aqueles galãs góticos de capa esvoaçante e dentição impecável (hoje em dia estão preferindo retratar como ativista de faculdade de Humanas, mas prefiro os vampiros aristocratas).
O antagonista desta história era também elusivo, misterioso, um quê de místico e algo de sobrenatural: a Mycobacterium tuberculosis, a bactéria causadora da tuberculose.

Tuberculose sempre foi um problema sério e responsável pela morte de milhões de pessoas. Contraiu tuberculose, podia encomendar o caixão. Era um destino inexorável, definitivo, usado em várias obras literárias para determinar que aquele personagem ia morrer de qualquer jeito, e a história teria que se dar naquele ponto até seu fim último. Desde Floradas na Serra até o filme do Moulin Rouge (que nada mais é que uma versão da Dama das Camélias).