O bebê de olhos escuros viu o raiar do dia. Seu murmúrio disse à sua mãe que ele estava com fome, e ela — como toda mãe zelosa — o amamentou. Aos poucos, o lindo bebê vira o rosto e começa a prescrutar o mundo e ele não sabe que será estudado por vários cientistas. Suas habilidades serão observadas e até pelo modo como ele pensa. Isto porque Kanzi, o bonobo, mostra como são pequenas as diferenças entre fera e homem.
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Grandes nomes da Ciência: Jane Goodall
Há 50 anos, uma jovem de 23 anos e com belos cabelos dourados, presos num rabo de cavalo, estava embrenhada nas selvas da Tanzânia, África. Ela não tinha formação acadêmica ainda, estava apenas acompanhando uma expedição liderada pelo antropólogo Louis Leakey, da Universidade de Cambridge.
Aquela moça de cabelos levemente desgrenhados, cujo rabo de cavalo se tornou como uma marca pessoal, acabou, mais tarde, se tornando par do reino e uma das mais importantes (senão A mais importante) primatologista do mundo. Seu nome é Lady Jane Goodall, DBE.
Um primata nada especial
Um estudo brasileiro acaba de contestar uma ideia largamente aceita desde o século XIX: a de que a maior capacidade cognitiva do ser humano se deve a seu cérebro relativamente avantajado. Os resultados mostram que o tamanho e o número de neurônios do cérebro humano são compatíveis com os de um primata de nosso porte – nem maiores, nem menores do que o esperado.
Os pesquisadores, liderados pela neurocientista Suzana Herculano-Houzel, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), descobriram que o cérebro humano tem 86 bilhões de neurônios – e não 100 bilhões, como se acreditava anteriormente. Esse número – na verdade apenas uma estimativa de ordem de grandeza – era amplamente difundido até então, tanto que batiza um livro e a coluna que Roberto Lent – professor da UFRJ e co-autor do trabalho – mantém na Ciência Hoje On-line. Continuar lendo “Um primata nada especial”
O Planeta dos Macacos
No sul do Piauí, bandos de primatas encenam no presente as remotas origens da evolução humana.
O macaco-prego desceu da árvore, caminhou pelo chão em postura bípede até uma palmeira baixa, coletou um coquinho e levou-o correndo a uma rocha plana. Depois, ainda apoiado sobre duas pernas, ajeitou o fruto sobre a superfície dura, ergueu acima da cabeça com as duas mãos uma pedra solta e desferiu um golpe certeiro sobre o coquinho. Tudo muito coordenado. Repetiu as pancadas até rachar a casca e expor a castanha nutritiva, sua refeição. Outros indivíduos do bando esperavam a vez para quebrar os próprios frutos naquela bigorna natural enquanto filhotes observavam atentos. Continuar lendo “O Planeta dos Macacos”
