Os apitos de cachorro da idiotice

Virou modinha – como tudo o mais – a expressão “dog whistle” ou “apito de cachorro”. São mensagens codificadas que um determinado lado usa para conseguir reações positivas aos seus interesses. A referência é que cães ouvem frequências que humanos não conseguem ouvir, e os apitos para cães são inaudíveis para as pessoas, mas são muito bem perceptíveis aos ouvidos caninos. Da mesma forma, a função do “apito de cachorro” visa como objetivo não ser descoberto nem divulgado, mas são facilmente compreensíveis para uma determinada classe.

Se você parar para pensar de forma ampla e detidamente, (algo como 5 segundos), percebera a idiotice disso.

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Eugenia, a biologia como farsa

Por Pietra Diwan

Inglaterra, século XIX. As transformações desencadeadas pela segunda fase da Revolução Industrial alteram profundamente a vida social. O medo burguês da multidão nascente, aliado ao triunfo do discurso científico, encontra na biologia um meio de pôr ordem no aparente caos social: reurbanização, disciplina e políticas de higiene pública deveriam ser aplicadas com a finalidade de prevenir a degradação física dos trabalhadores para evitar prejuízos na economia.

Em meio ao clima de crença inabalável na ciência, o naturalista inglês Charles Darwin publica em 1859 o livro fundador do evolucionismo: A origem das espécies. As descobertas de Darwin mostravam que no mundo animal, na permanente luta pela vida, só os mais bem adaptados sobrevivem e os mais bem “equipados” biologicamente têm maiores chances de se perpetuar na natureza. As teses de Darwin logo são transportadas para outros campos do conhecimento em uma tentativa de explicar o comportamento humano em sociedade. Surge assim o darwinismo social, que apresenta os burgueses como os mais capazes, os mais fortes, os mais inteligentes e os mais ricos. Continuar lendo “Eugenia, a biologia como farsa”